sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Fundamentos de Investimentos

Nem todos investem da mesma forma assim como nem todos vivem da mesma forma. Os investidores diferem em suas visões do mercado e no grau em que aceitam correr risco (além de outras variáveis) e esses fatores determinam, por assim dizer, a filosofia de investimentos que seguem.

Será possível escolher as ações certas em que se deve investir? Será possível escolher a hora certa para investir? Não há evidências definitivas para essas perguntas e mesmo assim depende muito da habilidade e dos conhecimentos de cada um (“será possível que eu consiga fazer isso?”).

Para quem acredita que não é possível nem escolher as ações nem o tempo certo, a filosofia adequada é a indexação. O investidor aplica em um fundo de ações que procura replicar o desempenho de um índice (Ibovespa, por exemplo) ou compra no mercado cotas de um fundo negociado em bolsa (ETF, disponíveis no Brasil BOVA11 e o PIBB11, principalmente). O investidor poderia tentar replicar o índice comprando todas as ações do índice na proporção certa, mas provavelmente não conseguiria fazê-lo com um custo menor do que as alternativas que citei. Isso acontece porque os gestores de fundos, ao reunirem recursos de muitos investidores, possuem economias de escala na forma de menores corretagens (fora outros custos). Além disso, livra o investidor de gerenciar mais de 60 ações em sua carteira. O preço a se pagar por esses benefícios é a taxa de administração cobrada pelos fundos (mais corretagem e emolumentos no caso de um ETF).

Por outro lado, quem acredita que é possível escolher as ações que devem ter desempenho melhor a longo prazo, mas não acredita que seja lucrativo escolher a hora certa para comprar e vender as ações, pode fazer o Buy and Hold, que é montar uma carteira com essas ações “boas” e mantê-las.

Os que acreditam que as duas coisas são possíveis (escolher as ações e a hora certa) seguem uma gestão ativa da carteira. Uma filosofia é focar na escolha das ações e não tanto no tempo escolhendo ações que estejam subavaliadas, ou seja, cotadas abaixo do seu valor intrínseco (escreverei sobre isso em breve). O foco está na escolha das ações, não em se determinar se este é o melhor momento ou não. Alternativamente, o investidor pode focar-se em tentar captar o timing do mercado (geralmente usando a Análise Técnica) buscando verificar se ações estão no suporte (ponto em que provavelmente irão parar de cair) ou na resistência (ponto em que seria de se esperar que parassem de subir). O foco é no momento para comprar e vender, não na escolha das ações. Na primeira filosofia, não há um momento certo para comprar (poderia ser hoje, amanhã, ou na semana que vem, desde que a ação esteja subavaliada), enquanto que na segunda filosofia geralmente o investidor faz uma lista de ações para acompanhar, observando critérios de liquidez e volatilidade, e espera o momento certo de comprar ou vender.

Existem essas quatro filosofias de investimento explicadas rapidamente, mas essa lista não é exaustiva, têm muitas outras. Pretendo escrever de tempos em tempos sobre essas quatro filosofias neste blog, mas focando na seleção de ações.
Para quem quiser ler mais sobre o assunto, recomendo os livros Como ganhar dinheiro no mercado financeiro, de Rafael Paschoarelli (que é bom livro, apesar do nome) e Filosofias de Investimento, de Aswath Damodaran.

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