quarta-feira, 27 de março de 2013

Retornos Históricos

Retornos Históricos
Os perigos de se olhar para trás quando deveríamos olhar para frente. Fonte da  imagem:  http://www.flickr.com/photos/33033965@N00/6089902717/

No capítulo 3 do livro Expected Returns, Antti Ilmanen começa a analisar o retorno dos ativos em uma perspectiva histórica, a primeira abordagem das que serão discutidas no livro. A análise adota a janela de tempo 1990-2009, uma escolha arbitrária de período, como qualquer outra. Toda análise histórica sofre de problemas com a janela de tempo e qualquer conclusão que se tire pode ser específica dessa amostra. E esses não são os únicos problemas: uma janela de tempo dá apenas um ponto de dados, sendo necessário ao mínimo algumas dezenas de observações para se poder fazer alguma inferência. Adotar uma janela de tempo mais longa pode dar mais credibilidade para algumas séries, mas também pode conter informações antigas e aplicáveis a outra realidade de mercado. Por fim, os retornos não são exatos, já que é necessário considerar tributação e custos de transação. Não obstante, esse é o ponto de partida de qualquer análise, o que é até natural, mas não pode ser o ponto final também.

Mas há uma razão para a escolha de 1990 como começo, que é a disponibilidade de dados para a maioria dos ativos e estratégias que serão analisadas. Além de calcular o retorno, Ilmanen calcula volatilidade, grau de liquidez (estimado com subjetividade), correlação com ações e o índice de Sharpe.

Dentre os principais resultados, em termos de retornos, o prêmio por risco de ações americanas foi baixo, e negativo no caso de ações de países desenvolvidos (por conta do Japão), mas o prêmio foi maior para ações de países em desenvolvimento. Títulos corporativos de alta qualidade dos Estados Unidos também superaram por muito pouco os títulos do tesouro americano. Foi muito bem recompensado o risco de duração para o caso dos títulos públicos (T-Bill vs T-Bond), assim investir em títulos governamentais de países emergentes. Analisando estratégias, comprar ações de valor e vender as de crescimento em uma seleção global gerou um bom retorno, assim como carry com moedas e momento, apesar dos resultados mudarem um pouco após a crise de 2008.

Analisando risco e retorno, colocando em um gráfico que relaciona volatilidade com retornos, a linha de regressão tem coeficiente angular positivo, indicando que há uma relação positiva entre risco e retorno comparando as classes, o que não quer dizer que também haja dentro das classes. Uma das possibilidades é que outro fator de risco influencie nesse resultado, como a liquidez. Em um gráfico que relaciona o índice subjetivo de liquidez e o índice de Sharpe, há uma relação positiva, o que mostra que ativos menos líquidos vão bem em momentos bons e mal em momentos ruins, mas também é resultado do vieses na volatilidade (como os ativos menos líquidos são menos negociados, a falta de negócios e consequente falta de variação subestima a volatilidade).

Além dessas considerações, o autor tentou ajustar a janela de tempo para verificar como o resultado muda. Modificar o final (adotando ou 2007 ou 2008) resulta em uma figura melhor terminando antes da crise (2007) e ainda pior em 2008 (pós-crise e pré-recuperação). Adotando um começo antes de 1990 (que tal 1900?) muda a situação para favorecer as ações na comparação com títulos governamentais, mas é óbvio que é mais importante evidência mais recente (mais de acordo com a realidade atual) do que um passado distante (a conjuntura de 1900 pouco importa para os dias atuais).

Isso leva a outro ponto, que são as “reprecificações” que mais se devem a mudanças nas condições de mercado do que ao retorno dos ativos por conta de risco e outros fatores. A queda nos juros aumentou o retorno dos títulos públicos em 1 ponto percentual por ano. Desconsiderando essa reprecificação, o retorno seria mais modesto, 5,8% a.a. Isso é relevante porque, por exemplo, um investidor brasileiro pode ter comprado um título que pagava 10% a.a., mas hoje a taxa é bem menor e os retornos futuros serão mais parecidos com, digamos, 7% do que 10% para títulos de mesma duração, revelando o perigo de extrapolar retornos passados para o futuro. O mesmo ocorreu com títulos de países emergentes, mas com a queda no prêmio por risco de crédito. Algo parecido para ações seria a relação Preço/Lucro, que saiu de 15 para 20 com queda nos rendimentos de dividendos de 3% para 2%.

Outra análise útil é verificar subperíodos. Com relação à análise inicial, ações em países desenvolvidos foram bem nos períodos 1993-2000 e 2003-2007, mas sofreram grandes perdas entre os dois períodos e após 2007.

Ilmanen termina o terceiro capítulo escrevendo sobre indicadores antecedentes, como os de valor e de carry, que procuram solucionar alguns problemas de se olhar para indicadores passados. Mais importante, olhar para trás pode levar o investidor para um mercado justamente quando o preço está elevado, fato que um indicador antecedente pode detectar. O autor faz uma breve explicação sobre esses indicadores, mas isso será descrito em maiores detalhes em um capítulo futuro, mas esse último trecho ajuda a apontar as limitações de utilizar retornos históricos.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Finanças Comportamentais 2.0.

(Behaviorial Finance 2.0.)
Bob Jones.
Journal of Portfolio Management. Verão. 2012.

Nesse editorial do JPM, Bob Jones escreve sobre as contribuições da economia comportamental, afirmando o impacto positivo que todo mundo já sabe, mas colocando “um pouco de sal” ao notar o que ainda falta para a economia comportamental (e finanças comportamentais por consequência). Em especial, escreve que esse campo de estudos foi muito efetivo para indicar os vieses dos outros, mas contribuiu pouco para evitar esses vieses. Os profissionais que se valem de finanças comportamentais usam esse campo como uma forma de divulgar seu trabalho, apontando o erro de outros e tentando mostrar que a abordagem deles adiciona valor.

O autor oferece uma lista de indícios de que as finanças comportamentais estarão começando a realizar o seu potencial de fazer com que as pessoas evitem vieses cognitivos, o que inclui:

  • Quando gestoras pararem de caçar desempenho passado e investidores comecem a pegar fundos baseado em informações realmente preditivas.
  • Quando gestores que admitirem a incerteza serão respeitados ao invés de dispensados.
  • Quando gestores quantitativos enxergarem os erros de seus modelos.


E há também uma lista de “questões em aberto”, o que inclui:

  • Os mercados são realmente eficientes no sentido informacional? Algum dia conseguiremos saber isso?
  • Estudos mostram que pessoas com QI superiores são menos suscetíveis a vieses comportamentais. O desempenho deles é superior?
  • Há alguma correlação entre traços de personalidade e suscetibilidade a vieses?


Em suma, na minha opinião, as finanças comportamentais já estão desenvolvidas o suficiente para serem consideradas alternativas, mas falta muita coisa a explicar melhor. Nas palavras do autor: “É hora de começar a usar finanças comportamentais como um espelho para encontrar e corrigir nossas próprias manchas, ao invés de lentes de aumento para estudar as verrugas dos investidores do passado”.

segunda-feira, 18 de março de 2013

O valor da beleza (#1)


Há muito tempo que Daniel Hammermesh estuda o efeito da beleza nos salários em diversos artigos de Economia. Agora, ele resumiu o que descobriu em suas pesquisas e o resultado de outros trabalhos em um livro chamado O Valor da Beleza (Beauty Pays, na versão original). É um tópico (Economia da Beleza) interessante por lidar com assuntos econômicos fora dos usuais, o que pode atrair leitores que não estão geralmente interessados em Economia.

A preocupação com a beleza é muito presente nos dias de hoje, como evidenciam os gastos com roupas e produtos de beleza, principalmente por parte das mulheres, mas também por parte dos homens. E essa preocupação não é nova, em tempos mais remotos também havendo indícios de que a beleza era levada em conta, como mostram a existência de joias. Mas por que um economista teria interesse no tema?

Economia lida com a maneira como gerenciamos recursos escassos. Beleza é um recurso escasso, não apenas porque há menos gente bonita do que gente bonita, mas, acima de tudo, porque a busca pela beleza envolve uma procura pela diferenciação que continua ocorrendo mesmo que todos fossemos geneticamente idênticos.

Além de escassa, beleza tem valor de mercado e influencia os resultados econômicos em diversas esferas. No mercado de trabalho, beleza pode resultar em maiores salários e maior empregabilidade, seja por si própria, seja por uma característica relacionada. Também tem valor no “mercado do casamento”.

Hammermesh analisará os custos e os benefícios da beleza, mas não fará nenhum tratado sobre o que é beleza. Mas, para fins de análise econômica, é necessário medir de alguma forma a beleza para podermos comparar com outras variáveis econômicas. É o que o autor procura fazer no capítulo 2, que começa com várias ressalvas sobre o conceito de beleza. Resumindo, para os fins do trabalho de Hammermesh: Beleza está nos olhos de quem vê.

A operacionalização dessa definição é pedir para que as pessoas classifiquem as pessoas de acordo com a sua beleza. Essa é uma forma de se quantificar a beleza, mas ainda há uma série de problemas com essa abordagem inerentes ao elevado grau de subjetividade. Essa abordagem foi utilizada em diversas pesquisas e Hammermesh vale-se desses dados para grande parte de seus próprios estudos.

Um dos problemas é a questão dos padrões de beleza, sendo desejável que haja um padrão (senão, toda a influência da beleza seria específica a uma situação e não poderia ser generalizada). E, de fato, os padrões podem mudar, mas há determinados tipos físicos que são considerados mais belos em determinada época. E a questão não é só de época, podendo haver variações culturais no que é considerado belo ou feio.

O autor analisa algumas das pesquisas sobre a quantificação da beleza. A distribuição das notas é ligeiramente enviesada para a classificação como acima da média, com poucas notas extremas (de 1 a 5, ou 1 ou 5). Apesar da distribuição não ser perfeita, isso é fácil de ajustar. Um problema maior seria se as pessoas fossem inconsistente em suas notas, classificando de maneira diferente fotos da mesma pessoa, o que, segundo uma das pesquisas, não foi muito o caso, de forma que as pessoas são razoavelmente consistentes. Além disso, diferentes pessoas atribuem notas parecidas para uma mesma pessoa, raramente se desviando de duas notas na escala de 5. Em suma, há um bom grau de concordância sobre o julgamento da beleza e também os juízos são consistentes.

A próxima questão é sobre se fatores afetam a avaliação da beleza. Idade é um fator que pesa negativamente, apesar das pesquisas pedirem para que as pessoas tentem levar em conta a idade (ou seja, perguntam para avaliar a pessoa considerando a idade que ela tem). Quanto ao gênero, não há muitas diferenças significativas quando os entrevistados são selecionados aleatoriamente. Para “raça”, também não há grandes diferenças na avaliação da beleza.

Por fim, Hammermesh analisa se as pessoas podem se tornar mais belas de maneira significativa. Analisando primeira a questão das cirurgias, apesar de não haver uma quantificação disso, o alto custo financeiro e emocional dessas cirurgias provavelmente não superam os benefícios no aumento da nota (não transforma alguém de 1 para 5, por exemplo). Em uma das pesquisas, mulheres que mais gastava com roupas e cosméticos tinham média de 3,36, contra 3,31 das demais. Financeiramente, o gasto acaba não compensando, mas em termos de auto estima, cirurgias, roupas e cosméticos podem se pagar. Ou seja, acabamos ficando presos ao que a natureza nos deu.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Topos Históricos

Na semana passada, o Dow Jones chegou a um novo topo histórico, o anterior sendo o de outubro de 2007. O S&P 500 chegou perto, mas ainda não chegou. Foram ao todo 66 meses entre o topo anterior e o atual, sendo que o período anterior prolongado sem topos históricos foi entre janeiro de 2000 e outubro de 2006 (82 meses).

Não andei muito atento a essa questão até ver as notícias da nova máxima. Para o Ibovespa, já são 58 meses (contando esse mês), que já é o maior período sem topos históricos durante o Plano Real.

Eu sei que esses dados tem roda uma série de limitações, como a falta de ajuste pela inflação, mas não deixa de ser uma informação interessante.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Retornos Esperados Capítulo 1


(continuação da resenha do livro Expected Returns de Antti Ilmanen)

No primeiro capítulo, Ilmanen afirma que é necessário uma visão mais ampla para podermos enxergar a “figura completa” dos retornos de ações. Ele usa duas imagens para ilustrar essa busca pelo retrato completo: O elefante do poema de J.G. Saxe (citado também por Mintzberg em seu Safári de Estratégia) e um cubo.

São vários os tipos de perspectivas para se analisar os retornos de ativos, mas o problema (que também ocorre em todo tipo de campos de estudo) é tomar a parte pelo todo e pensar que uma abordagem pode lidar com toda a complexidade da questão. É como tatear o elefante e achar que ele é uma perna, uma tromba etc. Serão quatro perspectivas analisadas pelo autor referente a três tipos de retornos: de tipos de ativos (ações, títulos do tesouro, etc.), de estratégias (valor, crescimento, carry etc.) e de fatores de risco (liquidez, inflação, crescimento etc.), que compõem o cubo mostrado pelo autor.

No restante do capítulo, Ilmanen escreve sobre as perspectivas de análise, começando pela mais comum, a de retornos históricos. São vários os problemas dessa abordagem: há vieses temporais (o resultado muda muito se termina ou acaba em um momento especialmente bom ou ruim), janelas curtas atrapalham e longas demais podem refletir uma realidade diferente, retornos variam ciclicamente, há vieses como o de sobrevivência, entre outras questões. Mas o exame dos retornos históricos gera uma série de observações interessantes, como a tendência de que as ações superem os títulos do governo, que títulos de renda fixa mais longos superem os mais curtos e que ativos menos líquidos sejam mais lucrativos do que os menos líquidos. Há algumas evidências de que algumas estratégias como valor, carry e momento podem gerar bons resultados, enquanto que estratégia de comprar ações de crescimento possuem a desvantagem de o preço pago pela ação ser alto demais.

A segunda perspectiva é a das teorias financeiras, que começaram com o CAPM, a ideia de que os investidores descontam os fluxos de caixa a taxa superiores à taxa livre de risco e que os retornos são dados por essa taxa de desconto. Essa taxa de desconto seria determinada por um prêmio por risco e a sensibilidade do preço do ativo aos movimentos do mercado. Depois, descobriu-se uma série de outros fatos, como a existência de múltiplos determinantes dos retornos além da volatilidade e os prêmios por investir nos fatores de risco depende do comportamento do ativo em bons e maus tempos, maior retorno devendo ser esperado de ativos que têm pior desempenho justamente nos piores momentos (quando o mercado e a economia estão mal). Além do mais, há a questão da assimetria (não será tão bom em tempos bons quanto será ruim em maus tempos, por exemplo) e da variação no tempo dos prêmios (recompensa por risco, iliquidez etc. muda ao longo do tempo). Uma questão importante nesse último ponto é se vale a pena buscar antecipar mudanças nos prêmios por risco (ou seja, tentar fazer market timing).

Com as desvantagens de utilizar dados históricos, muitos investidores passam a procurar indicadores que sinalizem alguma tendência futura, como relação Preço/Lucro, retorno de dividendos, curva de juros ou diferencial de retornos entre títulos com classificações de risco diferentes. Em mercados de baixa, os preços caem e podem sinalizar retornos futuros superiores de uma maneira parecida com a queda no preço de um título de renda fixa, sendo necessário distinguir entre queda por conta da aversão ao risco da queda por conta da mudanças nos fundamentos.

Por fim, há o que o autor chamou de “retornos esperados baseados na perspectiva”, que seria a estimativa de retornos baseada nas visões particulares de cada investidor. Ou seja, um gestor de fundos pode ter uma expectativa de retorno com relação a determinado ativo que em nada está relacionada com o risco ou com qualquer das análises anteriores. Esse deveria ser o diferencial de um gestor ativo de fundos. Funciona? Há controvérsias, mas isso será tratado quanto conveniente.

Embora esse não seja o foco, o autor vai examinar os retornos dos gestores de fundos, de uma maneira parecida com a análise do retorno de ativos. Porém, essa análise sofrerá dos mesmos problemas do exame de retornos, a dependência de dados históricos e a difícil extrapolação futura.

No fim, o autor pergunta se o livro será útil para os investidores mais interessados em seguir um índice de referência ou para os investidores ativos? Nessa parte, ele faz uma diferenciação entre decisões estratégicas (de longo prazo e que devem estar de acordo com os objetivos e restrições do investidor) e táticas (de curto prazo, “beta-timing” nas palavras de Ilmanen). O índice de referência é uma carteira “isenta de perspectiva” ou, como o autor escreve, o lugar natural para o investidor estar no caso de não ter uma opinião tática ou não ache que possa adicionar valor por gestão ativa. Embora o foco talvez seja nas decisões estratégicas, o livro pode ser útil para finalidades táticas.

Ao longo do livro, Ilmanen examina explicações racionais e explicações irracionais / comportamentais, seguindo a linha de procurar examinar de maneira mais completa possível o problema em questão. E, no fim do primeiro capítulo, Ilmanen reafirma a dificuldade de se estudar os retornos esperados (que são inerentemente não observáveis) e que a melhor esperança é aprimorar o entendimento sobre a questão com a finalidade de ter um “saudável respeito” pelo risco.

Imagem: Ilustração de Pawyi Lee de domínio público, disponível na Wikipédia.

terça-feira, 5 de março de 2013

Rápido e Devagar parte 1


Daniel Kahneman, principal estudioso do efeito de vieses comportamentais nas decisões, inclusive econômicas, descreve nesse livro duas formas de pensar: a rápida (que ele chamou de Sistema 2 no livro) e a devagar (Sistema 1).

O Sistema 2 é o mais analisado nos estudos a respeito de tomada de decisões e refere-se à decisão ponderada e analítico que demora mais tempo para realizada. Algo que Kahneman e seu grande colaborador, Amos Tversky, passaram a estudar foi o Sistema 1, as decisões intuitivas que as pessoas tomam e como essas decisões possuem uma série de vieses e são guiadas por heurísticas simplificadoras.

A conclusão que Kahneman e Tversky chegaram depois de muitas discussões foi a de que as pessoas (inclusive eles) não são estatísticos intuitivos. Um exemplo, fornecido pelo autor, é o seguinte: Ele descreve um rapaz como tímido e prestativo e depois pede para que as pessoas deduzam se ele é um bibliotecário ou um fazendeiro. Pela descrição, o primeiro impulso é pensar que ele é um bibliotecário, mas, como há muito mais fazendeiros do que bibliotecários, estatisticamente faz mais sentido supor que ele seja um fazendeiro. Mas o primeiro impulso é, naturalmente, supor que ele trabalhe em uma biblioteca.

Esse exemplo demonstra como o pensamento rápido pode ser enganoso. Mas há outro caso que mostra as vantagens do pensamento rápido, que foi o caso de um bombeiro que, após perceber alguns sinais, instintivamente mandou os seus colegas saírem de uma casa em chamas pouco antes do chão desabar. Sua experiência permitiu que ele percebesse que a origem do fogo era o porão e que o chão desabaria em breve. Mas isso não foi uma deliberação longa e racional, foi a intuição, moldada por anos de experiência, que permitiu que ele deduzisse a situação correta com um pequeno número de indícios.

O ponto, me parece, é que há algumas situações em que o pensamento deliberado e racional é melhor, enquanto que em outras a intuição pode fazer um trabalho muito mais adequado, o difícil é saber qual usar e como não deixar que os vieses da intuição (heurística da disponibilidade, heurística afetiva, enquadramento etc.) afetem o pensamento racional.

Ao longo do livro, Kahneman tratará dessa e de várias outras questões. Tratarei de cada um dos capítulos em textos futuros.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Mensais: Brasil (fev/13)

Índices Brasileiros
Índice; 60 meses; Ano; 12 meses
Ibovespa; -9,55%; -5,79%; -12,74%
IBX 50; -8,53%; -4,40%; -6,59%
IBX; 1,72%; -2,67%; -3,13%
ISE; 26,01%; 0,00%; 7,33%
IEE; 57,37%; -4,53%; -19,93%
IBRA; 6,99%; -2,48%; -1,38%
ICO2; -; -0,50%; 3,67%
INDX; 19,18%; 0,30%; 11,83%
Consumo; 121,72%; 2,44%; 26,36%
IFNC; 59,37%; 2,54%; 6,00%
UTIL; 70,34%; 1,78%; -12,63%
Imobiliário; -5,96%; -2,94%; -1,44%
IMAT; -26,22%; -8,20%; -6,04%
IVBX2; 29,06%; 0,39%; 4,52%
IGC; 24,04%; 0,40%; 4,93%
IGCNM; 27,10%; 1,84%; 10,16%
Mid Large Cap; -; -2,85%; -2,55%
IGC Trade; 19,69%; -0,41%; 2,59%
ITAG; 30,79%; 1,75%; 7,06%
Small Cap; -; 0,52%; 9,22%
IDIV; 65,23%; -2,64%; 4,34%
IFIX; -; 1,53%; 27,13%
BDRX; -; 3,77%; 29,64%

Comparações
Indicador; Desvio-padrão; Correlação IBOV; Retorno 60 meses; Retorno 12 meses
IBOV; 6,94%; 100%; -9,55%; -12,74%
Ouro; 6,01%; -17,92%; 94,93%; 4,17%
Dólar; 5,08%; -67,58%; 17,35%; 15,57%

Ibovespa x CDI
Janela; IBOV- CDI
12 meses; -19,06% a.a.
5 anos; -11,09% a.a.
10 anos; 4,80% a.a.

Ibovespa:
Maiores altas (2013):
ELET6: 19,66%
ALLL3: 17,93%
MRFG3: 16,16%
EMBR3: 15,71%
VAGR3: 14,63%

Altas: 31/69

Maiores altas (12 meses)
Maiores altas (2013):
DTEX3: 76,02%
KLBN4: 61,25%
HYPE3: 56,44%
CSAN3: 54,83%
CCRO3: 49,63%

Altas: 26/69

Maiores baixas (2013)
ELPL4: -28,87%
OGXP3: -28,08%
PETR3: -25,88%
MMXM3: -24,94%
USIM3: -24,73%

Maiores Baixas (12 meses)
OGXP3: -81,47%
MMXM3: -65,26%
RSID3: -63,77%
ELPL4: -63,06%
ELET3: -59,47%

E dá-lhe empresas X!

Amostra de 227 ações:
Maiores altas em 5 anos
HGTX3: 1.281,84%
ARTR3: 531,45%
AMAR3: 448,31%
ESTC3: 408,71%
POMO4: 391,19%

Maiores baixas 5 anos
MILK11: -99,91%
LUPA3: -96,19%
RCSL4: -95,31%
GPCP3: -92,50%
PLAS3: -92,45%

Maiores sequências (179 ações)
Alta: GRND3 (14 meses)
Baixa: SULT4 (7 meses)

Datas
05/03: Aniversário de 79 anos de Daniel Kahneman
09/03: 75 anos de fundação da Fundições Tupy
13/12: 30 anos de fundação da Totvs
26/03: 40 anos de listagem da Celesc
29/03: Aniversário de 67 anos de Robert Shiller

Fontes:
Bovespa.com.br
Economatica
Infomoney

Mensais: Índices Internacionais (fev/13)

Maiores altas (mês)
Gana: 16,65%
Macedônia: 12,06%
Ucrânia: 8,09%
Indonésia: 7,68%
Filipinas: 7,67%

Ibovespa: 96º lugar (maior alta – maior baixa)
Altas: 59/103

Maiores altas (ano)
Gana: 23,55%
Zimbábue: 19,84%
Emirados Árabes: 18,77%
Laos: 18,42%
Nigéria: 17,79%

Maiores altas (12 meses)
Nepal: 72,14%
Nigéria: 64,36%
Laos: 57,07%
Gana: 45,82%
Paquistão: 41,12%

Maiores altas (12 meses, em dólar)
Nepal: 56,96%
Laos: 54,08%
Nigéria: 51,62%
Filipinas: 44,66%
Tailândia: 35,60%

Argentina, Venezuela e Irã estão banidos de todas as estatísticas, exceto a quantidade de altas. A razão é que esses países manipulam descaradamente o câmbio. Outros podem fazer o mesmo e serão excluídos se eu detectar isso.

Ibovespa em dólar: -24,50%
98º lugar (maior alta – maior baixa)
Altas: 70/102

Maiores altas (Dez/08)
Sri Lanka: 274,97%
Filipinas: 258,89%
Indonésia: 253,83%
Tailândia: 242,60%
Mongólia: 211,33%

Ibovespa: 44ª maior alta
Altas: 77/90

Maiores baixas (mês)
Indonésia: -8,81%
Itália: -8,70%
Índia: -5,19%
Bulgária: -4,39%
Bangladesh: -4,34%

Maiores baixas (ano)
Indonésia: -13,98%
Eslováquia: -6,40%
Ibovespa: -5,79%
Marrocos: -4,56%
Bangladesh: -4,08%

Maiores baixas (12 meses)
Chipre: -59,40%
Ucrânia: -33,97%
Marrocos: -21,63%
Mongólia: -19,74%
Jamaica: -17,87%

Maiores baixas (12 meses) – Em dólar
Chipre: -58,47%
Lituânia: -55,50%
Malavi: -50,26%
Ucrânia: -34,04%
Jamaica: -26,31%

Ibovespa é a sexta maior baixa em dólar.

Maiores baixas (5 anos)
Chipre: -88,73%
Bermudas: -67,33%
Eslováquia: -49,91%
Grécia: -43,58%
Moldávia: -40,15%

Maiores sequências:
Altas: Áustria, Reino Unido, Finlândia, Tailândia e Tanzânia (9 meses)
Baixas: Chipre e Moldava (4 meses)

Desvio-padrão (mensal)
S&P 500: 5,39%
Brasil: 6,94%
Rússia: 11,77%
Índia: 8,18%
China: 8,63%

Fontes:
Bloomberg
Sites das bolsas de valores
Yahoo Finance