sábado, 31 de julho de 2010

Mensais: IPOs (Julho/10)

Serão consideradas as ofertas:
* Ocorridas a menos de 5 anos
* Que sejam realmente ofertas públicas iniciais
* Que ainda sejam negociadas, excluídas as que foram incorporadas por outras empresas.
* Das IPOs de 2010, vou considerar Ecorrodovias, Júlio Simões, Mills e OSX como muito recentes, mas não Aliansce e Multiplus.

Taxa a.m. Retorno desde o primeiro dia de negociações expresso em meses.
IBOV a.m. Retorno do Ibovespa desde o primeiro dia de negociações do ativo
Ganho s/ Ibov: Taxa a.m. – IBOV a.m.

5 maiores altas relativas ao Ibovespa
Empresa; Taxa a.m.; IBOV a.m.; Ganho s/ IBOV
Multiplus; 4,47%; -0,59%; 5,05%
Aliansce; 5,19%; 0,54%; 4,65%
Hypermarcas; 3,75%; 0,15%; 3,61%
Fleury; 3,44%; 0,09%; 3,34%.
BR Properties; 2,09%; -0,33%; 2,42%

5 maiores baixas relativas ao Ibovespa
Empresa; Taxa a.m.; IBOV a.m.; Ganho s/ IBOV
Laep; -6,44%; 0,10%; -6,54%
Ecodiesel; -5,13%; 1,11%; -6,24%
Nutriplant; -5,46%; 0,26%; -5,72%
Inpar; -4,42%; 0,71%; -5,13%
Springs; -4,01%; 0,69%; -4,70%

31/98 ações estão com ganhos relativos (31,63%)

46/98 ações estão com ganhos absolutos (46,94%)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Inovações financeiras

Paul Volcker, ex-presidente do Federal Reserve, disse: “Quantas outras (recentes) inovações você pode me dizer que estão sendo importantes para os indivíduos além dos caixas eletrônicos, que na verdade são mais uma inovação mecânica do que financeira”, deixando implícito desconhecer alguma, acrescentando que a economia ia muito bem sem esses CDS, CDOs e etc.

O autor desse artigo argumenta que existem várias inovações que se mostraram benéficas, inclusive as que foram creditadas como vilãs da crise. Foram analisadas inovações que ocorreram após 1960, período que Volcker alegou não haver inovação financeira útil alguma. As contribuições dessas inovações podem ser de quatro tipos: possibilitar que as partes negociem (meio de pagamento); facilitando a poupança; canalizando essa poupança para investimentos produtivos; e alocando risco para quem está mais disposto ou capaz de correr esses riscos. E essas quatro contribuições afetam o bem-estar social de três maneiras: acesso, conveniência para os usuários e impacto na produtividade e no PIB.

As inovações analisadas e suas classificações foram (as notas são, na ordem, para acesso, conveniência e produtividade/PIB):

Pagamentos
Caixa eletrônico; ++; ++; +
Expansão dos cartões de crédito; ++; ++; +
Cartões de débito; ++; ++; +

Essas três inovações tornaram a vida das pessoas e das empresas muito mais simples, agilizando e possibilitando transações. Por conta disso, ganharam ++ em acesso e conveniência. Para caixa eletrônico, a nota de efeito no PIB é + porque permitiu reduzir o custo (monetário e de perda de tempo) nas operações bancárias. Para cartão de crédito, é um + tímido, já que não aumenta o consumo (por não afetar a produtividade), poderia ser negativo se afetasse a poupança (não há evidências que isso ocorra), mas é utilizado (nos EUA) como uma forma de financiamento de curto prazo para empreendedores. Cartões de débito possuem méritos similares tanto ao caixa eletrônico quanto ao cartão de crédito.

Poupança
Fundos de curto prazo; ++; ++; 0
Fundos indexados; ++; ++; +
ETF; +; +; 0/+
Expansão dos hedge funds; 0; 0; 0/+
Private Equiy; 0; 0; +
TIPS; ++; ++; 0/+

A maioria dessas inovações (exceto hedge funds e private equity) tornaram alternativas de poupança acessíveis a pequenos aplicadores, permitindo a aplicação em títulos de curto prazo, a indexação e diversificação, a proteção contra a inflação.

Apesar dessas inovações em instrumentos de investimento, a taxa de poupança chegou a estar próxima de 0% nos Estados Unidos antes da crise. Isso se deveu ao fato do preço das casas e dos ativos em geral terem subido e provocado uma sensação de prosperidade que tornou as pessoas menos dispostas a poupar. As inovações aumentaram a poupança em relação ao que seria sem os novos instrumentos de investimento. Logo, a nota de algumas inovações foram nulas. Fundos indexados e ETFs têm o mérito adicional de reduzirem custos de transação. Para TIPS, existem duas hipóteses de efeitos positivos: os TIPS poderiam reduzir o endividamento do governo (em períodos de alta inflação, os governos estariam menos dispostos a se endividarem por conta do efeito da inflação no encargo com os TIPSs) e melhoraria a observação das expectativas de inflação do mercado, podendo aumentar a eficiência da política monetária. Na dúvida, o autor atribuiu 0/+.

Investimento
Classificação de crédito; ++; ++; 0
ARM; ++; 0/+; -/--
HELOC; ++; ++; -
Securitização; ++; ++; -/+
CDO; ++; ++; --
SIV; ++; ++; --
Expansão do Venture Capital; +;+.++(mas futuro incerto)

Essa seção é a mais interessante. Todos inovações (exceto a última) estavam relacionadas com a crise financeira, mas todas receberam boas notas em acesso e conveniência. E está justamente ai o problema, ao tornarem acessíveis empréstimos para pessoas que simplesmente não deveriam ter acesso a crédito (os subprimes). A classificação de crédito permitiu a descriminação dos tomadores de crédito, dando acesso a devedores de baixa qualidade, com a compensação de uma taxa de juros maior. ARM, CDOs e SIVs permitiram que mais crédito fosse concedido para a compra de casas. E o HELOC permitiu aumentar o consumo por meio de dívidas atreladas aos artificiais preços das casas. Isso tudo teve um duplo efeito: queda na poupança e maus investimentos, e esses fatores foram decisivos para a crise.

Transferência de risco
Bolsas de opções e futuros e precificação de derivativos; +; +;+/++
Swaps;m ++;++;+/++
CDS; +;+;+

De forma geral, o autor tem uma opinião favorável a essas inovações, por motivos similares. Esses derivativos permitem que as empresas se planejem melhor, incentivaram o comércio exterior ao permitir que o risco cambial fosse repassado das empresas para especuladores (ou outras empresas), reduzirem os custos de transação (para derivativos de moeda) e aumentarem as transações ao possibilitar a transferência de risco. Se bem utilizados, esses derivativos têm contribuições positivas para a produtividade.

A conclusão do autor é que muitas dessas inovações foram benéficas, embora algumas mal desenhadas e outras mal utilizadas e contribuíram, de fato, para a crise. Outros tipos de inovações (carros, aviões e internet) também tiveram (têm) efeitos indesejados, e nem por isso foram banidas (e nem deveriam).

Essa discussão é importante já que há a discussão (principalmente nos Estados Unidos) de regular essas inovações financeiras o que, se o que autor analisa estiver correto, pode ter os efeitos inversos aos desejados pela inovação, dificultando a inovação e tendo efeitos adversos na economia já que muitas das inovações analisadas foram benéficas. Muitas outras inovações futuras podem também benéficas, e coibir a criação de novos instrumentos financeiros pode ter efeitos adversos na economia. Uma abordagem melhor (ou menos ruim) é regular essas inovações depois de feitas, como é feito em outros ramos de atividade. Na verdade, é inevitável que seja assim, já que muitas criações financeiras foram feitas para contornar as leis (e mesmo essas foram positivas) e, para evitar esses contornos, seria necessário coibir toda e qualquer novidade, o que seria muito prejudicial para todos.

Eu acrescentaria às inovações financeiras benéficas o empréstimo pessoa para pessoa (ou social lending) e o microcrédito.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Cia. Hering



Dados da empresa
Sede: Rua Hermann Hering 1790, Blumenaus, Santa Catarina
Fundação: 1880
Listagem: 12/06/1969
Presidente do Conselho de Administração: Ivo Hering (67, advogado e economista formado pela PUC/PR, fez carreira no grupo)
Diretor-Presidente: Fabio Hering (51, administrador formado pela PUC/SP, fez carreira na empresa)
Diretor de Relações com Investidores: Frederico de Aguiar Oldani (35, administrador formado pela FAAP com MBA pela USP, com experiência em administração financeira em empresas como Ambev, Telefônica, banco Fibra e banco Axial)
Auditoria: KPMG
Comitês de Governança: Comitê Financeiro e Comitê de Remuneração
Atividade (segundo Notas Explicativas): Fabricação e comercialização de produtos da indústria de fiação, tecelagem e malharia e confecção de produtos têxteis em geral.
Site de RI

Dados das ações
Código: HGTX3
Segmento de listagem na Bovespa: Novo Mercado
Ibovespa: Não faz parte, mas fez entre Janeiro de 1980 e Janeiro de 1993
Tag Along: 100%
Maior acionista: Tarpon (10,97%)
Ações em circulação: 67,78%

Dados Financeiros
Crescimento da Receita (5 anos): 23,22%
Crescimento da Receita (1 ano): 41,61%
Crescimento do Lucro (5 anos): 35,38%
Crescimento do Lucro (1 ano): -7,29%
Retorno sobre Patrimônio Líquido (5 anos): 24,33%
Retorno sobre Patrimônio Líquido (2010): 32,34%
Dívida/(Dívida + Patrimônio Líquido): 14,41%
Três anos com prejuízo, o ultimo em 2004

Indicadores de Mercado
Valor de Mercado: R$ 2.801.531.793,45
P/L: 24,97
P/VPA: 8,07
(Des)Valorização (base em Dez/09): 77,67%
(Des)Valorização (base Jul/09): 241,33%
Desvio-padrão (60 meses): 15,54%
Desvio padrão Ibovespa (60 meses): 7,09%
Correlação com Ibovespa: 45%
Beta de regressão: 0,99

Curiosidade: Desde Março de 2009 acumula 16 meses consecutivos de alta, rumando para o 17º mês
Notícia: Foi eleita a empresa do ano de 2009 pela Maiores e Melhores da Exame.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O que pensam e como agem os analistas financeiros?

(A study of Financial Analysts: Practice and Theory)
Stanley B. Block
Financial Analysts Journal. Vol. 55. Ed. 4. 1999

Esse artigo apresenta uma pesquisa feita com analistas financeiros americanos. Um dos propósitos da pesquisa era testar o quanto os estudantes acreditavam naquilo que aprendiam e aplicavam esses ensinamentos em seus trabalhos.

297 profissionais participaram da pesquisa. Pouco mais de dois terços certificados com o CFA. A maioria (159) possui experiência entre 6 e 15 anos, apenas 30 entre 0 e 5 e 39 mais de 30 anos. Esses profissionais trabalham principalmente em corretoras (25,9%) e gestores de recursos (25,2%). A graduação de quase um terço dos respondentes é em Finanças e quase um quarto em Economia.

As primeiras questões diziam respeito à análise de fluxo de caixa descontado (FCD). Do total, apenas 15,2% alegam utilizar sempre esse tipo de análise, 39,1% algumas vezes e o maior grupo é daqueles que nunca utiliza (os 45,7% restantes). Separando por indústria, os profissionais em bancos e fundos utilizam mais FCD, os que trabalham em fundos alegam usar raramente em uma menor taxa (apenas 28,2%). A maioria dos profissionais de corretoras, gestão de recursos e bancos de investimento (83,3%!) alegam nunca utilizar essa técnica.

As variáveis mais observadas pelos profissionais, dentre quatro, são: lucros, fluxo de caixa, valor patrimonial contábil e dividendos. A classificação dos fatores que mais determinam as relações Preço/Lucro são potencial de crescimento, qualidade dos lucros, qualidade da administração, risco e política de dividendo, sendo a primeira preferida por larga maioria e a última encontrando apenas 3 respondentes dentre 297 que a consideram o principal fator. Por fim, as variáveis que mais influenciam a decisão de manifestar uma recomendação de compra, venda ou manutenção são: comparação entre o trading range atual e histórico (216 de 297 deram prioridade para esse termo), as perspectivas de longo prazo da empresa e as expectativas para os lucros por ação do próximo trimestre (apenas 5 consideraram esse o fator principal). Quanto ao modelo de avaliação utilizado, a maioria não considera importante nem o modelo de desconto de dividendos e nem o CAPM, mas há uma grande simpatia pelo EVA.

Quanto à gestão de carteiras, a maioria dos participantes não acredita que market timing aumenta os retornos da carteira e a maioria acredita que a diversificação internacional perdeu apelo nos últimos tempos. A maioria também acredita em uma reversão à média dos P/Ls (pergunta muito relevante em 1999, com P/Ls elevados no auge da bolha ponto com).

A respeito da eficiência de mercado, 63,1% dos respondentes discordam fortemente da HME e 2,7% concordam fortemente, o restante estando neutro. A próxima pergunta é sobre a variável mais importante para determinar o retorno da carteira, onde 60,3% dos modestos analistas atribuíam a habilidade e treinamento do gestor como principais fatores, 39,1% atribuíam à quantidade de risco e apenas dois analistas responderam que a quantidade de operações é o fator preponderante. Quanto às anomalias de mercado, as mais citadas foram que ações com baixo P/L e de menor capitalização de mercado tendem a ter desempenho melhor.

O estudo foi realizado em 1999, mas não me parece que onze anos tenham mudado muito essas características dos investidores. Algumas conclusões que pode-se tirar dos resultados. Uma é que diversos “vilões” para a crise financeira não deveriam ser considerados como tal. Afora questões teóricas sobre se poderiam ou não ter contribuído para a crise, CAPM e HME não podem ser culpados pela crise por conta de uma aderência tão baixa por parte dos profissionais financeiros. Se os resultados puderem ser generalizados e se manterem 11 anos depois, apenas 1,8% dos analistas julgam CAPM muito importante, 29,3% julgam moderadamente importante e o resto (68,9%) não julgam importante. Apenas 2,7% dos analistas confiam na hipótese de mercados eficientes e 63,1% discordam fortemente dela. Outro estudo (a que não tenho acesso) mais antigo (1987) confirma as evidências a respeito da eficiência de mercado, negada em grande parte por executivos financeiros, acadêmicos, contadores certificados, investidores e corretores. Ou seja, mais gente considera o governo Lula, indubitavelmente aprovado por ampla maioria, como ruim ou péssimo do que confia fortemente/cegamente no CAPM ou na HME. Muitos alegam uma conspiração de acadêmicos e praticantes ao redor de dogmas de eficiência e completude do mercado, conspiração que levou à quebradeira geral. Ao que parece, é a conspiração dos 2,7%!

Outro resultado interessante é a baixa utilização de desconto de fluxo de caixa na avaliação de empresas. Certamente não é fácil utilizar FCD pelas dificuldades em se projetar os dados necessários, mas esperar-se-ia uma maior utilização de técnicas de valor presente. Além disso, existem diversos mal entendidos a respeito dessa técnica, muitos desses discutidos por Pablo Fernandéz.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Copa acabou...

... e as bolsas podem passar a subir? Um estudo publicado no Journal of Financial and Quantitative and Analysis pesquisou a relação entre um índice acionário americano (NYSE Composite) e a Copa do Mundo da Fifa no período entre a Copa no Brasil (1950) e 2007, um anos após a (agora) penúltima Copa (2006 na Alemanha).

A primeira pergunta seria: por que analisar os Estados Unidos, país que não se importa muito com o futebol (ver aqui algumas razões para isso)? Talvez fosse melhor analisar os resultados locais, talvez relacionando desempenho da seleção com retornos. A abordagem dos autores foi buscar uma estratégia que independa dos resultados. Ao final da fase de grupos, 16 seleções são eliminadas; na próxima fase, restam apenas 8, depois 4, depois apenas duas seleções podem ser campeãs até que apenas uma de fato será. Outro estudo mostrou que uma queda se segue à derrota na Copa do Mundo e que vitórias não se convertem em retornos positivos. Logo, vender a descoberto ações dos dois países pode ser lucrativo. Para simplificar a estratégia, para que não se torne muito complexa, estuda-se o mercado americano. Como este é o maior mercado acionário do mundo, com muitos investidores estrangeiros e com ações de empresas estrangeiras nele sendo negociadas, eventuais pessimismos locais podem transbordar para o mercado americano, o que se refletirá nos retornos.

Foi analisado o retorno diário durante e fora da Copa. Constatou-se que, após controlar por diversas outras variáveis, o retorno médio diário é afetado negativamente pela Copa, ou seja, é reduzido, podendo ser negativo.

Os autores testaram esses resultados como uma forma de estratégia de investimento com uma carteira hipotética que está posicionada sempre que há jogo de Copa, posteriormente comparada com uma carteira que rende a taxa livre de risco e outra que rende a taxa média do retorno das ações. Em três Copas (54. 58 e 70) o retorno da carteira “anti-Copa” foi superior à taxa livre de risco e em apenas uma, a de 1954, é superior ao retorno médio das ações. Testando a média anualizada do período de Copa contra o retorno no ano, em apenas uma Copa o retorno foi superior ao ganho anual (1970). As piores diferenças (retorno na Copa – Retorno no Ano) ocorreu em 1950 e 1974, -124,08% e -111,34% (será que a tristeza do Maracanazo e da derrota da Laranja Mecânica contagiou os investidores?).

Uma estratégia mais realista é estar sempre comprado em ações, exceto quando há Copa. Durante o evento, o investidor vende as ações e compra Letras do Tesouro de Três Meses. Investindo US$ 1,00 no começo do período, o resultado seria US$ 6.948 comparado com US$ 4.386 comprando ações em 1950 e mantendo-as até 2007 (achei esses números exagerados, pelos dados que possuo, mas isso não parece mudar os resultados). Além de obter retornos superiores, o risco da carteira anti-Copa é inferior, levando a uma menor relação Retorno/Risco.

Resumindo, segundo o estudo, o retorno nas Copas é de -2,58% a.m., enquanto que nos demais dias é de +1,21% a.m. Outro estudo, inspirado no primeiro, encontrou resultados semelhantes. Em 2010, o S&P 500 caiu 1,25% entre 11 de Junho e 9 de Julho, enquanto que o Ibovespa caiu 0,25% no período encerrado em 8 de Julho. Ou seja, mais uma Copa com queda na Copa, porém, precisa esperar o final do ano para saber a comparação anual.

Essa estratégia de investimento é mais sofisticada do que o Super Bowl Stock Market Predictor analisado anteriormente, sendo mais bem fundamentado do que esse outro indicador absolutamente espúrio. Além disso, o período é mais curto, levando apenas um mês para se saber se a estratégia rendeu ou não. A quem interessar, fica a dica para 2014.

Nota Metodológica
A primeira análise, a dos retornos diários, foi feita por meio de regressões multiplicas, levando em conta diversos fatores que poderiam explicar os retornos. Considerou-se o dia da semana, se a data é após um feriado, o período do ano (poderia acontecer de Junho-Julho, quando ocorrem as Copas, ser um período constantemente ruim para as ações), se o dia foi de uma alta ou baixa extraordinária e se o dia é ou não de Copa (essa é a variável de interesse). Cada uma dessas variáveis foi transformada em variáveis dummies tendo o retorno como variável dependente. Foi utilizado um modelo contando os dias de jogos e os seguintes e outro que associa todos os dias do começo ao fim como sendo dia de Copa.

O sinal da variável que indica ser dia de jogo é negativo, por isso concluiu-se que o retorno é afetado negativamente pelo torneio.

Não foram encontradas evidências de que os meses de Junho e Julho sejam particularmente ruins para as ações. Os autores analisaram se eventos extremos que ocorreram na Copa (apenas dois, o início da Guerra da Coréia em 1950 e o fim da Guerra das Malvinas em 1982) afetaram os resultados, não encontrando evidências de que isso tenha ocorrido.

Outra análise foi feita desconsiderando as Copas que tiveram pior desempenho comparado com o retorno no ano (1950, 1974 e 2002). Os resultados se mantêm após a remoção dessas observações.

Por fim, os autores poderiam ter considerado o efeito da liquidez como fez outro artigo (aqui analisado). Ainda sobre esse outro artigo, os autores encontraram efeito negativo nas ações por conta do verão, definido como Julho-Setembro, sendo que os autores do artigo agora analisado não encontraram um efeito dos meses de Junho e Julho. Como há apenas um mês em comum nas duas análises, os resultados não podem ser considerados contraditórios.

domingo, 4 de julho de 2010

Mensais: Bovespa (Junho/10)

Índices Brasileiros
Índice; 60 meses; Ano; 12 meses
Ibovespa; 143,24%; -11,16%; 18,40%
IBX 50; 137,42%; -13,27%; 11,18%
IBX; 145,40%; -12,08%; 14,38%
ISE; -; -6,24%; 27,25%
ITEL; 66,75%; -11,60%; 18,78%
IEE; 205,66%; -1,02%; 17,82%
INDX; 140,26%; -5,05%; 31,85%
IVBX2; 98,26%; -7,43%; 26,88%
IGC; 150,62%; -7,32%; 27,08%
ITAG; 148,45%; -8,40%; 25,65%
Small Cap; -; -3,07%; 57,78%
Mid Large Cap; -; -12,41%; 11,70%
Consumo; -; 1,19%; 42,09%
Imobiliário; -; -11,09%; 46,32%

Ibovespa:
Maiores altas (2010):
LREN3: 27,09%
CRUZ3: 21,64%
ELPL6: 17,22%
CPFE3: 15,82%
NATU3: 12,89%

Altas: 15/65

Maiores altas (12 meses)
LREN3: 133,35%
MMXM3: 107,13%
GOLL43: 102,69%
LLXL3: 93,46%
BRKM5: 93,18%

Altas: 54/65

Maiores baixas (2010)
BTOW3: -36,90%
FIBR3: -31,85%
TAMM4: -30,66%
NETC4: -29,17%
BRTO4: -27,52%

Maiores Baixas (12 meses)
PETR3: -20,26%
PETR4: -14,22%
LIGT3: -13,74%
NETC4: -10,53%
TLPP4: -9,43%

Amostra de 162 ações:
Maiores altas em 5 anos
TELB4: 3.682,99%
JFEN3: 2.784,84%
HGTX3: 2.078,00%
BMTO4: 1.424,12%
WHRL4: 1.233,77%

Maiores baixas 5 anos
KEPL3: -95,55%
JBDU4: -78,59%
ELEK4: -60,59%
UNIP6: -58,77%
CTNM4: -53,92%

Maiores sequências (162 ações)
Alta: HGTX3 (16 meses)
Baixa: EMAE4 e UNIP6 (6 meses)

Fontes:
Bovespa.com
Planeta Dinheiro (www.pladin.com.br)

Datas Importantes e/ou curiosas
01/07: 50 anos de fundação do Banpará
13/07: 3 anos da abertura de capital da Redecard
13/07: 5 anos da abertura de capital da Energias do Brasil
15/07: 5 anos da abertura de capital da OHL Brasil
23/07: 3 anos da abertura de capital da MRV Engenharia
24/07: 4 anos da abertura de capital da MMX
25/07: 65 anos de fundação da Brasmotor
31/07: 10 anos de fundação da Contax

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mensais: Índices Internacionais (Junho/2010)

Maiores altas (mês)
Sri Lanka: 8,86%
Tailândia: 6,25%
Paquistão: 4,98%
Palestina: 4,94%
Chile: 4,59%

Ibovespa: 69º lugar (maior alta – maior baixa)
Altas 32/100

Maiores altas (ano)
Mongólia: 49,42%
Sri Lanka: 36,24%
Bangladesh: 35,68%
Quênia: 33,61%
Ucrânia: 32,44%

Ibovespa: 80ª (maior alta – maior baixa)
Altas: 36/100

Maiores altas (12 meses)
Bangladesh: 104,42%
Sri Lanka: 89,65%
Mongólia: 89,37%
Ucrânia: 84,52%
Estônia: 73,69%

Ibovespa: 43º (Maior Alta – Maior Baixa)
Altas: 73/99

Maiores altas (Dez/05)
Mongólia: 807,49%
Malawi: 434,98%
Bangladesh: 269,95%
Tunísia: 206,67%
Peru: 191,22%

Ibovespa: 17ª maior alta
Altas: 50/92

Maiores baixas (mês)
Chipre: -10,42%
Bermudas: -9,53%
Gana: -8,10%
Egito: -7,88%
Russell 2.000: -7,88%

Maiores baixas (ano)
Bermudas: -40,47%
Grécia: -34,69%
Chipre: -33,35%
China: -26,82%
Montenegro: -24,90%

Maiores baixas (12 meses)
Bermudas: -47,03%
Eslováquia: -35,80%
Grécia: -35,10%
Montenegro: -34,32%
Nepal: -31,22%

Maiores baixas (5 anos)
Islândia: -89,02%
Emirados Árabes: -79,93%
Bermudas: -68,24%
Irlanda: -60,91%
Grécia: -60,79%

Maiores sequências:
Altas: Irã (6 meses)
Baixas: Bósnia (9 meses)

Desvio-padrão (mensal)
S&P 500: 4,80%
Brasil: 7,12%
Rússia: 11,55%
Índia: 8,60%
China: 10,61%

PIGS

País; Retorno 5 anos; Retorno 2010; Retorno mês; Desvio-padrão 60 meses
Portugal; -18,02%; -16,52%; -0,09%; 5,91%
Irlanda; -60,91%; -3,24%; -2,34%; 7,47%
Grécia; -60,79%; -34,69%; -7,52%; N/D
Espanha; -16,90%; -22,62%; -0,61%; 5,58%

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mensais: IPOs (Junho/2010)

Serão consideradas as ofertas:
* Ocorridas a menos de 5 anos
* Que sejam realmente ofertas públicas iniciais
* Que ainda sejam negociadas, excluídas as que foram incorporadas por outras empresas.
* Das IPOs de 2010, vou considerar Ecorrodovias, Júlio Simões, Mills e OSX como muito recentes, mas não Aliansce e Multiplus. As três primeiras seriam as três maiores altas relativas ao Ibovespa e a OSX a maior baixa relativa. Para a quantidade de empresas com alta ou baixa relativa, essas quatro são contadas.

Taxa a.m. Retorno desde o primeiro dia de negociações expresso em meses.
IBOV a.m. Retorno do Ibovespa desde o primeiro dia de negociações do ativo
Ganho s/ Ibov: Taxa a.m. – IBOV a.m.

5 maiores altas relativas ao Ibovespa
Empresa; Taxa a.m.; IBOV a.m.; Ganho s/ IBOV
Aliansce; 4,91%; -1,43%; 6,34%
Multiplus; 3,31%; -2,46%; 5,76%
Fleury; 3,66%; -1,55%; 5,21%.
Hypermarcas; 3,95%; -0,24%; 4,19%
BR Properties; 0,36%; -3,09%; 3,45%

5 maiores baixas relativas ao Ibovespa
Empresa; Taxa a.m.; IBOV a.m.; Ganho s/ IBOV
Laep; -6,57%; -0,22%; -6,35%
Ecodiesel; -5,38%; 0,89%; -6,27%
Nutriplant; -5,72%; -0,10%; -5,63%
Inpar; -5,01%; 0,44%; -5,45%
Springs; -4,19%; 0,41%; -4,60%

35/99 ações estão com ganhos relativos (35,35%)

41/99 ações estão com ganhos absolutos (41,41%)

A Agre foi incorporada pela PDG, com os acionistas da Agre recebendo 0,495 ação por cada AGEI3 possuída. Por conta da fusão Agra, Klabin Segall e Abyara, que formou a Agre, era necessário um cálculo relativamente sofisticado para chegar ao retorno da Agre desde a abertura de capital da primeira empresa a vir ao mercado (Abyara). Dessa vez, resolvi considerar mais uma aquisição da PDG do que um acordo entre semelhantes. Prevalece o histórico da PDG nesse caso e a Agre deixa de ser listada.

Outra incorporação foi a da Marisa S.A. pela Marisa Lojas.Na prática, tudo o que muda é que nada muda. Ou quase nada: o código de negociação passou de MARI3 para AMAR3. A relação de troca foi de uma para uma e o preço não foi ajustado.

Por fim, a Medial foi incorporada pela Amil. Os acionistas da Medial receberam 2,6790123456 ações da Amil Assistência, que não é a Amil listada na bolsa (Amil Participações). Em seguida, os acionistas da Amil Assistência receberam 0,3028037383 ações da Amil Participações. Na prática, a relação de troca foi de 0,811215 ações da Amil para cada ação da Medial. No dia da troca (10/06) a MEDI3 fechou em R$ 11,55 com uma queda de 14,44%. Após a troca, quem tinha uma ação da Medial passou a ter uma fração de 0,811215 (hipoteticamente) que valia R$ 11,59. Como os demais casos, vou desconsiderar a Medial e seguir só com o histórico da Amil.