tag:blogger.com,1999:blog-45075941085939514132024-02-07T01:09:52.356-03:00Empresas e MercadosInformações, análises e curiosidades sobre empresas e mercados de capitais.Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.comBlogger662125tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-26130151711346491242020-01-02T11:32:00.002-03:002020-01-02T11:32:17.301-03:00Novo site<div style="text-align: justify;">
Está será a última postagem do blog. O motivo é que agora eu tenho um site, <a href="https://www.alfavaloro.com/">Alfa Valoro</a>, e vou postar conteúdos novos lá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O conteúdo já criado neste blog irá continuar e pretendo aos poucos migrar tudo para o site.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além deste blog e do site, publico alguns artigos no meu <a href="https://www.linkedin.com/in/robertoushisima/">LinkedIn </a>e assuntos mais off-topic costumo postar no <a href="https://medium.com/@rsushisima">Medium</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Espero que continuem a acompanhar meu conteúdo no novo site e, para quem está conhecendo o blog agora, há um vasto arquivo nos mais de 10 anos que estou escrevendo o blog.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-12549963226279049252019-06-30T22:45:00.000-03:002019-06-30T22:45:26.940-03:00Curso Valuation de Startups<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDNofh98QynQhmdKEwPGToZSF-VQfjvAmYO20DTdoHrjvMERKJhz8TN7Iws23CCItdov4lS6E6KJ5lmp7JryP1IB_X9e9TF7ZpP_hBwlj-yypaNGGpjUSZVVKwd7lKcyx-ni-OG3UJnORk/s400/IMG_0196.jpg" width="300" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><br /></i></div>
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><i>Valuation</i>
já é uma coisa difícil de se fazer, ao menos do jeito que deveria ser feito.
Porém, sem um bom histórico da empresa analisada, sem informações de mercado e
com muitas incertezas sobre o futuro, calcular o valor de uma empresa se torna
ainda mais desafiador. Porém, existindo startups e elas precisando de dinheiro
externo de sócios para crescer, é inescapável ter que fazer uma avaliação.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Não há muita literatura ou material sobre <i style="mso-bidi-font-style: normal;">valuation</i> de startups, mas um curso com
esse nome do Rodrigo Ventura da <a href="https://escoladofinanceiro.com/">Escola
do Financeiro</a> procura preencher essa lacuna. Basicamente, o curso explica
quatro metodologias de avaliação (incluindo fluxo de caixa descontado e
múltiplos) e depois passa uma série de dicas importantes na negociação entre
empreendedores e investidores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Dois pontos me chamaram muito a atenção. Primeiro,
como dito, há pouco material sobre esse tema e é muito positivo que um profissional
com grande experiência na área se disponha a compartilhar um conhecimento tão
raro. O segundo ponto é que Rodrigo Ventura fala também de uma perspectiva
acadêmica, tendo feito mestrado sobre startups, mostrando que essa dicotomia
acadêmico x prático não precisa necessariamente existir. Isso fica muito claro
na última parte do curso onde começa a passar várias dicas sobre como
investidores podem melhorar a negociação com investidores fugindo de perguntas
como “quando é que o dinheiro entra?”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Sobre os métodos, o primeiro e mais básico
basicamente gira em torno de determinar a participação acionária “post-money” e
quase não é um<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> valuation </i>propriamente
dito. Ao invés de pegar o valor do aporte e dividir pelo valor da empresa para
chegar à participação acionária, pega-se o aporte e divide-se pela participação
acionária para chegar ao valor da empresa, que, nessa perspectiva, passa a ser
um parâmetro secundário. Embora eu seja um forte defensor de fluxo de caixa
descontado e ache que tenha espaço em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">valuation</i>
de startups (assim como Ventura também pensa), considero que essa abordagem faz
todo sentido. Na captação de recursos de uma startup, o mais importante me
parece ser convencer que o dinheiro captado será bem utilizado e, com base
nisso, os novos sócios decidem quanto aceitariam receber da empresa em troca do
investimento. Pela prática estabelecida ao longo do tempo, essa participação
costuma ser de 20% a 33% a cada rodada de captação. O valor da empresa
inevitavelmente será proporcional ao valor captado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A duração do curso foi (na prática) sete horas, mas
o tempo não foi plenamente utilizado para falar de valuation de startups, ou
seja, não foram sete horas falando de cálculos. Isso, porém, é extremamente
positivo já que o curso passou uma visão geral sobre <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Venture Capital</i> e, como já mencionado, passou várias dicas práticas
sobre negociação entre investidores e empreendedores e outros tópicos do dia a
dia de se lidar com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Venture Capital</i>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Informações<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://escoladofinanceiro.com/">Site</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Valor: R$ 799<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Carga Horária: 8 horas (na prática, foi quase uma
hora a menos) em um dia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Material: Digital<o:p></o:p></div>
<br />Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-71455930716174518572019-05-13T11:24:00.002-03:002019-05-13T11:24:49.481-03:00IFRS 16<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTl3epEowf66F31qpuzwYBA4Xm14Yc5Q1zE6iIQh5zBLg6N6st0-S-KBAlOXUHdhbd-b8bAMnB30hK_HvmAE8MSXh-fzSwnV9W0sa1yalp27oxgikmOZpe0Uth9rvOqwOTmkY5yIYE5EER/s640/IFRS+16.jpg" width="640" /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Uma das novidades das demonstrações contábeis a
partir de 2019 é a implementação obrigatória das mudanças do IFRS 16 sobre
contabilização de Arrendamento Mercantil.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Sem entrar em maiores detalhes, basicamente o que
as empresas devem fazer é incluir no Ativo e no Passivo os contratos de
arrendamento mercantil/leasing. O valor contábil é o valor presente dos
contratos, no Ativo sendo considerado um Ativo de Direito de Uso e no Passivo
uma dívida com Arrendamento Mercantil.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O impacto na DRE é um pouco mais complexo. Os gastos
com locação dos contratos de arrendamento afetados pelo IFRS 16 deixam de ser
contabilizados como despesa. A chave aqui é entender a movimentação do ativo e
do passivo mencionados no parágrafo anterior. Conforme o tempo passa e os
contratos de arrendamento vão sendo pagos, há uma despesa com a depreciação dos
contratos. Quanto ao passivo, há o “accruamento” dos juros, com uma despesa
financeira de arrendamento mercantil, aumentando o passivo. Além disso, há uma
baixa por pagamento do passivo de arrendamento mercantil que corresponderia à
antiga despesa com locação. Não há impacto fiscal porque a depreciação e os juros
com arrendamento cobrem o espaço que seria das despesas com locação.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A polêmica maior é quanto às consequências disso na
avaliação da empresa. O efeito imediato é aumentar o EBITDA por conta de
menores despesas. O “Caixa gerado pelas operações” do DFC também é aumentado já
que a “despesa” com locação passou para o “Fluxo de Caixa de Financiamento”, o
que remete ao segundo efeito imediato, aumento da dívida, que passa a incluir
Arrendamento Mercantil.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O que fazer diante disso? A minha opinião é que
deveríamos analisar a empresa antes e depois dessas mudanças e fazer com que as
conclusões sejam basicamente as mesmas, já que nada mudou de verdade na
empresa. O passivo com arrendamento mercantil pode ser visto como um aumento no
risco porque aumentou o risco da empresa? Talvez, mas a razão dessa conclusão
deveria ser algo na linha de “a contabilização do arrendamento mercantil como
dívida me fez ver riscos que eu estava subestimando”. Se a razão de aumentar a
percepção de risco for algo mecânico como aumentar o índice de alavancagem,
então, na minha opinião, é tomar a forma pela essência, indo na direção
contrária à pretendida pela mudança contábil. O mesmo vale para aumento do
EBITDA por causa do IFRS 16. Isso não deve ser encarado nem como bom nem como ruim,
e sim pelo que é, neutro. Se caixa é o que importa, então no final das contas o
efeito no caixa é zero, por causa disso que defendo a neutralidade das
conclusões.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Uma possibilidade é tentar reverter as mudanças e
voltar a contabilizar os gastos com locação como despesa. Isso mantém a
neutralidade que eu havia proposto, mas todos os demonstrativos contábeis de agora
em diante vão seguir a nova regra, então é melhor o analista adaptar seus
métodos porque a Contabilidade não vai se adaptar ao analista.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Eu escrevi um <a href="https://drive.google.com/file/d/1JIYJ_kZlqaxx2Z-KDbjEadEaOg0DV-hA/view?usp=sharing">artigo</a>
mais longo e profundo com o exame dos efeitos em um caso específico (Cia.
Hering). Certamente é um tema que ainda vai render muito e posso voltar a ele
em textos futuros.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-13881533513965289632019-04-28T23:29:00.004-03:002019-04-29T10:16:16.552-03:00Sem Cortes<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="820" data-original-width="571" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghyUACQD5WDmX4-sertCQYxQoGHVhIwqfLLumph3iqkyqD-t_DVyqS2FQ9cGyMixi-P4P64UZvV24KI7nSlm5Z7aWfUpLPRk7W0t7CDfjKPlQtJnf7jn6NZkqPAzsbdmHpUOgTBvFxe31U/s400/Sem+Cortes.png" width="277" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Quando se fala em turnaround e reestruturação de
empresas, o primeiro nome que vêm a cabeça da maioria das pessoas é o de
Claudio Galeazzi. No livro "Sem Cortes", Galeazzi conta a sua
trajetória pessoal-profissional.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O livro começa literalmente do início, contando a
história de Galeazzi desde a infância e a adolescência, quando já demonstrava
uma característica que o acompanharia por toda a vida e seria marcante para a
sua carreira: insatisfação com a rotina e com a estabilidade. O livro segue a
ordem cronológica relatando os principais trabalhos da carreira de Galeazzi,
mas em alguns momentos se desvia da linha do tempo e faz comentários sobre a
sua experiência (ou quase experiência) com a administração pública, sobre a
bolha pontocom e a crise de 2008. No final do capítulo da Vulcabrás, há uma
crítica ao BNDES, que negou empréstimo para a empresa, mas nunca mostrou o
mesmo critério com outras empresas. "Por que será?", se pergunta
Galeazzi (palavras minhas, mas esse é o espírito).</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O livro é um misto de biografia e livro de
negócios, mas é rico em ensinamentos de administração de empresas, mesmo para
empresas que não estejam em dificuldades financeiras. Porém, o foco é em
turnaround e as empresas analisadas possuem várias características em comum:
apego ao passado, preocupação excessiva ao crescimento em detrimento da
rentabilidade, criação de feudos, resistência a mudanças, estruturas inchadas e
por ai vai. Apesar de muitas das soluções se repetirem em diversos casos, o
livro não se torna monótono já que sempre há ensinamentos novos. É também uma
história bem contada mostrando a visão de Galeazzi sobre alguns personagens do
meio empresarial brasileiro como Jorge Paulo Lemann, Abílio Diniz e André
Esteves, entre outros. O capítulo inicial é bem interessante ao contar a
história da Armaq, empresa do próprio Galeazzi que entrou em concordata em uma
experiência que o ensinou muito em termos pessoais e profissionais e se mostrou
um MBA em turnaround, segundo suas próprias palavras.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Não vou passar por todos os ensinamentos que o
livro pode passar, apenas pelos pontos que mais chamaram a minha atenção. O
primeiro é sobre o "<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">insubstituível</b>",
aquela pessoa que sabe tudo sobre como funciona a empresa e praticamente tem a
"chave da empresa". Esse é, na visão de Galeazzi, o primeiro que deve
ser demitido, já que será o mais resistente às mudanças. Nem sempre é o caso e
há um segundo "personagem" que foi mencionado no livro como
"Asdrúbal", nome fictício, não sei se relacionado com a figura
histórica. O Asdrúbal é aquele que tem um ótimo relacionamento tanto com o
reestruturador quanto com o dono da empresa e pode ajudar muito a reduzir as
resistências internas.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outro conceito interessante, e de criação do
próprio Galeazzi, é o de "<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">gap
híbrido</b>", uma situação em que há uma transição entre o velho e o novo,
onde o velho, que já não serve mais à empresa, anda não foi superado, porém, o
novo ainda não está totalmente implementado. É um momento tenso, já que a
preferência de Galeazzi é por mudanças rápidas quando até figuras como Lemann prefeririam
uma transição mais gradual. Nos dois casos em que isso é mencionado, o da Lojas
Americanas funcionou bem, mas na BRF a transição não foi das mais suaves,
embora tenha funcionado no final.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Apesar de ser conhecido como "Mãos de
Tesoura" por sempre promover cortes drásticos no quadro de funcionários,
Galeazzi também fala sobre a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">necessidade
de conseguir o apoio dos trabalhadores</b> no processo de reestruturação,
promovendo e treinando as pessoas certas. É necessário também ouvir os
funcionários de todos os níveis hierárquicos, já que a solução para os
problemas operacionais pode já ser conhecido por um gerente ou por um
trabalhador de chão de fábrica. Essas soluções nunca são implementadas
justamente porque ninguém antes ouviu essas pessoas. No <a href="http://empresasemercados.blogspot.com/2019/03/bootcamp-turnarounders.html">bootcamp
Turnarounders,</a> um dos relatos foi justamente nessa direção, uma pessoa com
um plano completo para resolver os problemas da empresa, engavetado por anos
porque ninguém perguntou a opinião do profissional.<span style="mso-tab-count: 1;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outro ponto importante é que os <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">donos das empresas acabam deixando muito o
emocional falar mais alto do que o racional</b>. Isso se mostra na relutância
em vender ativos e demitir pessoas. Também se mostra na preocupação excessiva
em crescer as vendas, abrir novas lojas/unidades ou expandir para outros mercados
em detrimento da rentabilidade porque vendas mais altas fazem bem ao ego do
empresário. De forma relacionada, muitas empresas são muito orientadas para a
produção e menos orientadas para o mercado. Parece meio irracional, mas a ideia
é que a empresa primeiro se preocupa em produzir mais ao menor custo possível e
depois pensa em vender. Porém, se o mercado não está tão interessado no
produto, o resultado será acúmulo de estoque ou venda a preços muito baixos
para desovar o estoque, reduzindo as margens. Em casos extremos, a margem é
negativa, sem falar na geração baixa ou mesmo negativa de caixa.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Apesar de os problemas da empresa se manifestarem
em dificuldades financeiras em pagar as dívidas e gerar caixa, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">o problema nunca é apenas financeiro</b>.
Se fosse, a solução seria bastante simples, basta colocar mais dinheiro na
empresa. Porém, se os problemas mais graves não forem endereçados, isso seria
apenas jogar dinheiro bom em dinheiro ruim. Os problemas reais são produtos que
não atendem ao mercado, falta de foco, custos e despesas elevados pelos mais
diversos motivos e por ai em diante. Em empresas familiares, os gastos com a
família, incluindo mordomias, são um dos principais buracos negros de dinheiro
dentro da empresa. A administração também se mostra ineficiente quando os
gestores se preocupam com micro aspectos operacionais e abandonam uma visão
mais geral dos resultados. A falta de alinhamento entre as diversas partes da
empresa também é uma fonte de ineficiência, na medida em que cada um passa a se
preocupar apenas com a sua parte e deixa de lado a empresa. Isso leva à criação
de feudos e despesas em duplicidade. De forma mais resumida, o erro é se
preocupar demais com o negócio em detrimento de se preocupar com a empresa.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Uma ideia importante que se aplica em diversos
contextos é <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">nunca emparedar o seu
interlocutor em uma negociação</b>. Se a outra pessoa passar a pensar que não
tem mais nada a perder, pode se tornar imprevisível e irracional. O <a href="https://www.youtube.com/watch?v=8Me9X1Ec79c">seminário</a> do Instituto
Fernand Braudel traz uma explicação de como isso se aplica em Recuperação
Judicial. Quando uma empresa está em seu "curso normal", o risco
maior é do acionista, o único que não tem seus retornos garantidos
contratualmente. Porém, quando a empresa entra em Recuperação Judicial, o risco
passa para os credores da empresa, já que o acionista não tem mais nada a
perder. No trabalho com a Mococa, Galeazzi fala da "estratégia das duas
pastas", a primeira com um plano de reestruturação da empresa e a segunda
com a Concordata/Recuperação Judicial, o segundo caso sendo muito pior para os
credores. A fama de Galeazzi se tornaria tão grande que os negociadores passariam
a temer tê-lo na mesa de negociações justamente com medo de Galeazzi sugerir a
RJ.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Em termos de postura e habilidades profissionais
Galeazzi diz que é necessário se sentir confortável com o desconforto, uma
característica pessoal marcante em Galeazzi. O processo de turnaround é
altamente caótico, então o profissional precisa saber lidar com essa situação e
não pode esperar por estabilidade, que não virá até o final do processo. O
profissional também deveria deixar de lado o seu ego e apostar em uma atitude
humilde de estar sempre disposto a aprender, a reconhecer as suas limitações e a
ouvir mais do que falar. Por outro lado, precisa ter firmeza em suas decisões e
buscar o máximo de autonomia. Inicialmente, precisa de uma certa dose de
autoritarismo para poder quebrar as resistências, mas precisará da cooperação
dos outros para implementar o plano de reestruturação.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Para quem investe em ações, o livro se mostra ainda
mais valioso já que analisa os trabalhos de Galeazzi em empresas de capital
aberto: Coteminas, Lojas Americanas, Vulcabrás e BTG. Tirando o BTG, os
trabalhos de Galeazzi ocorram há muito tempo, mas é possível aprender bastante
com essa visão interna, que ainda se reflete nas empresas hoje em dia.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Em resumo, é um ótimo livro sobre administração de
empresas e reestruturação de empresas, passando diversos ensinamentos ao mesmo
tempo em que conta uma história bem interessante.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-81411866822008239312019-03-31T11:33:00.000-03:002019-03-31T11:34:22.393-03:00Curso de Python da Let's Code<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="324" data-original-width="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF_fBG6AZIKShaCYTox62ZMssb7t55tFInQXA6_18faTlnuJycEtUHAZg3OLF5FvjWPQCJT_uW0ux2fYHBUDD-cxt4RLGm-uvzcMaGoD0-R1RRI1k6-xeubTqki4cJeanIVkXPrbj5VQsz/s1600/Python.png" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Aprender linguagem de programação se tornou
praticamente vital em diversas áreas, inclusive Finanças, e potencialmente pode
se tornar um pré-requisito ao invés de diferencial. Pensando nisso, procurei
por um curso de programação em Python e me decidi pela <a href="https://letscode-academy.com/">Let’s Code</a>.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O curso básico tem duração de dois meses e o objetivo
é ensinar Python do zero. O aluno não precisa ter nenhum conhecimento prévio dessa
ou de outra linguagem de programação. Você pode chegar no primeiro dia de aula
sem nem ter o programa instalado em seu <i style="mso-bidi-font-style: normal;">notebook
</i>que não tem problema (o melhor é levar seu próprio <i style="mso-bidi-font-style: normal;">notebook</i>, mas a escola deixa a disposição alguns caso o aluno
precise). Sendo assim, o curso é bem gradual, com poucos tópicos novos por aula
e muitos exercícios de aplicação para serem feitos em aula com correção dos
mesmos na aula seguinte. Isso tem aspectos positivos e negativos e vai depender
de cada um. Se você já tem uma base de Python ou conhece outra linguagem de
programação e precisa de algo rápido, esse pode não ser o curso para você. Caso
precise realmente partir da base zero, como era meu caso, então é bastante
indicado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O curso é dividido em duas partes e ao final de
cada uma há o desenvolvimento de um projeto em aula. Essa é uma metodologia
interessante porque uma coisa é escrever programas simples que fazem uma coisa
só, por mais complexa que possa ser. Outra é integrar uma série de programas e
funções em um projeto coeso. O projeto do curso que participei já era meio que
pré-definido, mas os alunos podem dar sugestões de projeto. Eu cheguei a
desenvolver boa parte de um projeto de modelo de valuation nos últimos dias do
curso e acho que é uma base razoável para um programa mais sofisticado. Uma
dica importante para esse curso: vá tendo em mente aplicações para o seu trabalho
ou área de interesse.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
As aulas são presenciais com turmas pequenas. Na
que participei, eram sete alunos e a escola diz que as turmas são de no máximo
doze alunos. Sempre prefiro turmas menores em cursos extensivos porque dá para
conhecer melhor seus colegas, o que é mais difícil em uma turma de vinte,
quarenta alunos. Além do curso básico, a escola oferece cursos mais específicos
de Python, inclusive para Finanças.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Informações:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://letscode-academy.com/cursos/python_adulto.html">Site</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Tamanho da turma: Sete no que participei, doze no
máximo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Dias da semana: Terça/Quinta no que participei, com
opção de Segunda/Quarta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Investimento: por volta de R$ 2.000,00<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Material: Não há exatamente um material, mas o
professor pode passar os programas desenvolvidos durante a aula.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Carga Horária: 2 meses</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-87036507685011532962019-03-25T10:49:00.001-03:002019-03-25T10:49:23.884-03:00Bootcamp Turnarounders<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="581" data-original-width="1270" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVuNpAPfgvB39pQ8eksOhsg9oKTanVkGD3a7IgDEpnMBV3Cmg_0UKiRHppCyaPlV9ciyIsGqmooh83mjyqs_uF25EBkacpTYJ1r2dbvvWbkX2zt3NRChE_AXuqojSuNCXiY3NocQXWaNsc/s640/Turnarounders.JPG" width="640" /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Eu não sou consultor empresarial, mas tive a
oportunidade de participar da avaliação de uma empresa de capital fechado em um
processo quase de reestruturação. Na mesma época, tomei conhecimento do bootcamp
Turnarounders e decidi participar. </span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Ministrado por Pedro Guizzo, Estevão Seccatto e
Anna Muller, profissionais com larga experiência na área, o objetivo do curso é
ensinar um conjunto de técnicas para utilização em processos de reestruturação
de empresas. A maior parte do que se ensina em administração é sobre as
melhores práticas em empresas que estejam em um grau mínimo de organização e
viabilidade. Mesmo que seja uma empresa nascente ou pequena, uma coisa é
administrar a empresa tendo capital de giro e sem credores te ligando todos os
dias. Outra é gerenciar uma empresa com graves problemas financeiros e
operacionais que precisa basicamente lutar todos os dias para estar viva no
próximo. É uma situação totalmente diferente que requer um modo de pensar e
agir diferentes e até heterodoxos. Dessa forma, o curso preenche uma lacuna
importante ao examinar a empresa em seu estágio mais crítico e fornecer
técnicas variadas para serem utilizadas nessa situação. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O mais interessante do bootcamp é a visão holística
do processo de reestruturação de empresas. Não foca apenas nos aspectos
jurídicos ou financeiros, que são importantíssimos e têm a sua vez ao longo do
curso. Nesses pontos, foram explicados em detalhes o processo de Recuperação
Judicial e também cálculos de necessidade de capital de giro de uma empresa,
por exemplo. Mas o curso vai além e trata dos aspectos gerenciais, comportamentais,
de liderança e de marca, entre outros. O curso explica sobre as decisões que o
reestruturador deve tomar, mas trata também de diversos aspectos
comportamentais e de organização pessoal como, por exemplo, comunicação com os
colaboradores da empresa e a alocação de tempo e energia do reestruturador. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Junto com as explicações de ordem teórica, os
instrutores vão acrescentando detalhes práticos de suas experiências
profissionais que não constam da apresentação, e é sempre um ponto importante
que um curso agregue mais do que a simples leitura das apresentações
proporcionaria. Por exemplo, Pedro Guizzo falou em certo momento que é comum
passar um terço do tempo falando com o diretor presidente da empresa porque o
sucesso do processo de reestruturação irá depender muito da participação dele
ou dela.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Nos diversos cursos que participei, fui uma espécie
de peixe fora d’água em várias ocasiões. Eu procuro aprimorar meus
conhecimentos de análise de ações não estudando análise de ações ou <i>valuation</i>, tópicos que já estudei
bastante, e sim outros campos do conhecimento ou aprofundando conhecimentos
específicos de contabilidade ou de um setor da economia. Como dito
anteriormente, uma empresa em problemas financeiros opera de uma maneira
totalmente diferente de uma empresa “estável” e o meu objetivo inicial era
entender melhor tais empresas uma vez que já tive que analisar empresas nessa
situação (PDG, Rossi, BR Pharma). Me convenci em definitivo a participar após
receber a oportunidade de participar da avaliação de uma empresa de capital
fechado que tinha como principal problema o capital de giro e acho que o que
aprendi no curso me ajudou nessa situação. Mesmo que nunca venha a me tornar
consultor ou reestruturador, a minha avaliação é que consegui obter
conhecimentos que poderão me ser úteis na avaliação de empresas.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O curso conta com diversas atividades em grupo para
a realização de exercícios, que ajudam bastante para fixar os conhecimentos.
Como é um curso longo que dura o dia inteiro, é bom quebrar um pouco o ritmo
das explanações dos instrutores com resolução de exercícios.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Uma medida da qualidade do curso é a qualidade dos
seus participantes. Como ocorre em outros cursos com uma temática bem
específica, os alunos em sua maioria já trabalham com o que é discutido no
curso. Mesmo já sendo profissionais da área, tenho certeza que conseguiram
aprender muito e isso é medido pela participação em aula com contribuições e
dúvidas. Além do mais, essa é uma ótima oportunidade de <i>networking </i>uma vez que há uma parte específica apenas para isso na
forma de um coquetel ao final do dia. Todos os cursos são uma oportunidade de <i>networking</i> e inclusive fiz alguns
contatos nos que participei, mas tendo uma parte só para isso aumenta os
contatos de alguns poucos que você tem mais interesse para um número bem maior.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Para quem trabalha com reestruturação de empresas,
esse <i>bootcamp </i>é um “<i>no-brainer</i>”: é sem sombra de dúvida uma
excelente oportunidade de aprender mais sobre a atividade e tenho certeza que
agregará muito. Para quem não trabalha diretamente com essa área, também é
possível aprender bastante, como foi o meu caso, mas isso não se aplica a todo
mundo. Quem estiver em dúvida pode procurar os professores no LinkedIn e
conversar sobre o bootcamp.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b>Informações:<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<a href="https://www.turnarounders.com/">Site</a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Professores: Pedro Guizzo, Estevão Seccatto e Anna
Muller.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Número de participantes: Por volta de 20</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Material: Digital e físico</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Investimento: +R$ 1.000,00</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Carga horária: 12 horas (contando intervalos) em
apenas um dia.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-27576286640162004582019-03-20T12:27:00.001-03:002019-03-20T12:27:46.910-03:00Storytelling para Negócios<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="308" data-original-width="1165" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0NqBWVDeIa8NMr96tY1WlOLVM2rTkYRFYbzNASZ5VtOY9CFQgQLtlzHJAnMAjrWkASUHEaC17-Xw9mbXAT8PtmEOwCCPVklQmQJ0DmcZejBdGYpVAUI4_EDpcQLYbh19j1GV2YgwfVVyP/s640/Storyteling.JPG" width="640" /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Todo mundo já viu uma apresentação que depois de
algum tempo desejaria estar fazendo praticamente qualquer outra coisa do que
continuar assistindo. Muitos provavelmente vocês participaram de uma
apresentação assim. Mas e se fosse possível prender a atenção do espectador
como um filme ou uma série conseguem fazer?</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Essa é a proposta de uma técnica conhecida como
Storytelling, que procura aplicar técnicas utilizadas para contar boas
histórias em outros contextos como apresentações corporativas. Estrutura de
Três Atos, Viagem do Herói, construção de personagens, arquétipos... todas
essas teorias e técnicas podem ser aplicadas para encadear ideias e raciocínios
de uma forma melhor do que simplesmente ir amontoando fatos e números. Isso
cria um contexto que as pessoas conseguem entender melhor e naturalmente
prestarem mais atenção. Por mais que os espectadores de uma apresentação
corporativa devessem naturalmente prestar atenção ao assunto (principalmente se
é o cliente), isso não ocorre e pode prejudicar o receptor e o emissor da
mensagem.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Eu participei de um curso chamado “Storytelling
para Negócios”, ministrado por Bruno Scartozzoni e oferecido pela Fiap, que
procurou ensinar essas técnicas. As aplicações são múltiplas, o que se vê na
composição da turma, com participantes trabalhando com vendas, RH, RP, educação
e outras áreas, além de um médico, um humorista e um analista de investimentos
(eu). É possível aplicar Storytelling para melhorar sua abordagem de venda, a
apresentação institucional de uma empresa, apresentação de resultados de um
projeto e por aí em diante. Essa já é uma técnica muito utilizada em
propagandas e o curso apresenta diversos casos envolvendo anúncios em
audiovisual. Mostra inclusive casos em que a empresa tentou incluir uma
história em uma propaganda, mas como não era uma boa história o efeito não foi muito
bom. Não basta apenas contar uma história para prender a atenção, a história
obviamente tem que ser boa.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O curso procura apresentar o máximo de técnicas possíveis
para que o participante possa posteriormente aplicar de acordo com o seu
contexto específico. Nem todas serão úteis ou poderão ser usadas ao mesmo
tempo, mas é uma boa aprender diversas abordagens de Storytelling. Ao final do
curso, com carga horária de 12 horas espalhadas em uma sexta à noite e manhã e
tarde de sábado, há uma espécie de projeto final a ser feito em sala e
apresentado por voluntários. Nem sempre tenho tanta proatividade,
principalmente quando envolve apresentação em público, mas fui e apresentei
algo totalmente relacionado com meu trabalho.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Agora, onde análise de investimento entra nisso?
Talvez desviando um pouco do tópico principal (resenha do curso), uma ideia
emergente em avaliação de empresas é que ela deve envolver uma narrativa.
Basicamente, e conforme meu próprio pensamento, uma boa avaliação deve contar a
história da empresa. Se você apenas jogou um monte de números e não consegue
transformar em uma história que faça sentido, então a sua avaliação está
incorreta mesmo que do ponto de vista dos números tenha sido feito de maneira
tecnicamente correta. Narrativa é o antídoto para o “Excel aceita tudo (menos
referência circular)” e os números na planilha são o antídoto para o “Power
Point aceita tudo”. Logo, Storytelling pode ajudar a melhorar o próprio
conteúdo de uma avaliação.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Embora talvez menos enfatizado, é possível usar
Storytelling em relatórios escritos, portanto, a técnica pode ser usada para
melhorar a forma dos relatórios também. Na área de investimentos é nítido que
os participantes estão usando essas técnicas no mínimo em suas propagandas,
incluindo <i>certas empresas</i> usando
Storytelling possivelmente para o mal. Então, faz todo sentido usar a técnica
para criar relatórios mais interessantes.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Portanto, aprender Storytelling pode ser muito útil
para todo tipo de profissional e o curso que participei é bem sucedido em
apresentar a técnica e estimular o uso prático dela. Uma dica importante para
participar deste ou de qualquer curso de Storytelling é já ir com problemas
práticos de seu trabalho para serem resolvidos e assistir o curso pensando em
como resolvê-los. É o que fiz e já tenho ideias para aplicar no futuro próximo.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b>Informações:<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<a href="https://www.fiap.com.br/shift/curso/inovacao/storytelling-para-negocios/">Site</a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Professor: Bruno Scartozzoni</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Número de participantes: Por volta de 30</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Material: Digital</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Investimento: R$ 920</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Carga Horária: 12 horas, sexta à noite, sábado
manhã e tarde (pode mudar em outras versões)</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-7265009728646300212019-03-19T13:52:00.000-03:002019-03-19T13:53:56.143-03:00A primeira vez que o Ibovespa chegou a 100 mil pontos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="97" data-original-width="914" height="67" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinTOLWMuu9EnPkznMJOyM13rMqu-ZS5Iw-jgGMMrB1uiYSjp_kGqCdYn3Fde2J_dAR7moDMFUaNNOHyK_BEtkUPz9I2yX85AUMxNgtxuOgVkfY-_4At3Vi1o1XCErmcxJVincOInTph4tg/s640/100k.JPG" width="640" /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">No dia 18 de março de 2019, o Ibovespa cruzou a
barreira dos 100 mil pontos, apesar de não ter fechado acima dessa marca. Esse
é sem dúvida o topo histórico do índice, mas será que o Ibovespa não chegou em
algum outro momento a 100 mil pontos?</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Uma informação importante sobre o Ibovespa é que
ele sofreu vários ajustes ao longo de sua história. A base do índice é 100 em
29/12/67. Depois disso, passaria por alguns “desdobramentos” periódicos, o
primeiro em outubro de 83 e o último em março de 97 (a <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ibovespa">Wikipédia</a> tem todos os ajustes).
Coloquei “desdobramento” em aspas porque não houve exatamente uma multiplicação
por 10 ou 100 no número de ações com divisão pelo mesmo valor no preço, mas o
efeito prático é o mesmo, reduzir o valor do índice. Por isso que o histórico
de cotações ajustadas do Ibovespa mostra o valor de 0,0000000001 em 29/12/67, ou
seja, 10 elevado a menos 12 porque foram 10 ajustes por 10 e 1 por 100.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Logo, uma coisa que poderia acontecer é o índice
ultrapassar 100 mil pontos e depois sofrer um desdobramento para 10 mil pontos.
Porém, o fato é que isso nunca aconteceu. Não sei por que ou se isso era uma
prática formal, mas sempre que o Ibovespa chegava perto de 100 mil pontos
sofria um ajuste. É como se agora lá pelo começo deste ano a B3 decidisse
dividir por 10 o Ibovespa só porque estava próximo de 100 mil. O mais próximo
que o índice tinha chego era 97.299 pontos em 26/08/93, um dia antes de sofrer
novo ajuste. Não há nada de especial nem nessa data nem nessa pontuação, mas
por um acaso foi o máximo que o Ibovespa tinha alcançado em termos de pontos
nominais. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="text-align: justify;">Também não há nada de especial em chegar a 100 mil
pontos, mas as pessoas gostaram de ficar comentando e especulando quando
chegaria lá. No futuro, depois que o Ibovespa sofrer um novo ajuste (se isso
ocorrer) e o índice chegar novamente a 100 mil pontos (o que equivaleria a 1
milhão de pontos agora), quem se perguntar se essa é foi a primeira vez
encontrará a resposta aqui: não foi, e sim no dia 18/03/2019.</span>Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-68050149145297202042019-03-17T13:24:00.002-03:002019-03-18T14:22:37.353-03:00Qual foi a primeira empresa brasileira a valer USD 1 bi?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1B6c4TwqlmihVprmV4AKL-3ZC0eK4fSK-wYmdgmie-k6wlV-73oHYG-liyb9fmNI_x1weOmW7kiLwhIfpHfBtobmMbXgLo06yLYiawtIzCR713hz5SkR5w4LX3rzjFKhKANvqGTzwO2_5/s1600/1+USD.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1B6c4TwqlmihVprmV4AKL-3ZC0eK4fSK-wYmdgmie-k6wlV-73oHYG-liyb9fmNI_x1weOmW7kiLwhIfpHfBtobmMbXgLo06yLYiawtIzCR713hz5SkR5w4LX3rzjFKhKANvqGTzwO2_5/s400/1+USD.png" width="300" /></a></div>
<br />
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Fui perguntado se eu sabia qual era a primeira
empresa brasileira a valer US$ 1 bilhão em bolsa. A inspiração foi esse <a href="https://www.investopedia.com/ask/answers/09/1-billion-market-cap.asp">artigo</a>
que afirma que a U.S. Steel foi a primeira empresa americana a chegar nessa marca
no começo dos anos 1900s. Não sabia qual era, mas fui pesquisar e encontrei a
resposta.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Para calcular o valor de mercado de uma empresa em
dólares, você precisa de três coisas: quantidade de ações, cotações e taxa de
câmbio. Essas informações referentes a hoje podem ser facilmente encontradas na
internet. Se você quiser voltar ao passado, até 1994 não é tão difícil assim já
que quantidade de ações e cotações estão disponíveis nos sistemas da CVM e da
B3. Voltar além disso ao passado se torna cada vez mais difícil e aqui iremos
precisar voltar 50 anos ao passado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Na biblioteca da FEA-USP estão disponíveis para
consulta na seção de periódicos as revistas da Bovespa e da Bolsa do Rio. Lá é
possível encontrar uma série de informações, mas curiosamente cotações e outros
dados não constam necessariamente dessas publicações. No que parece ser uma
edição especial da “Revista da Bôlsa de Valôres de São Paulo” chamada “Retrospecto
do 1º Semestre/70” eu consegui encontrar informações como cotações, índice P/L,
valor patrimonial e quantidade de ações. Com isso, é possível calcular o valor
de mercado, mas não sabia se isso seria suficiente. Teria que ser, já que a
única informação anterior a 1970 é 1952 em outra publicação, de difícil
consulta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Primeiro de tudo, é necessário descobrir o que é
US$ 1 bilhão na moeda da época. Eu procurei duas referências já que não sabia inicialmente
se o preço se referia a 1969 como as informações contábeis ou a 30/06/1970. No
artigo “<a href="http://www.scielo.br/pdf/rae/v11n2/v11n2a08.pdf">A utilização
da cotação do dólar para eliminar efeitos da inflação</a>” de Roberto Carvalho
Cardoso publicada em 1971 há uma série de cotações antes de 1970 e <a href="http://www.yahii.com.br/dolar.html">nesse site</a> eu encontrei cotações
para o período anterior. Em 1969 a cotação Cr$/US$ era de 4,153 ao longo de
todo ano e em junho de 1970 era 4,560. É uma grande variação em apenas seis
meses, mas me parece que ambas informações estão corretas. Também irei usar as
cotações oficiais do mesmo jornal em que encontrei a cotação e os resultados
independem de qual cotação usar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Logo, uma empresa precisaria valer Cr$ 4,56 bilhões
para chegar a US$ 1 bilhão em 30/06/70. Nessa primeira parte, irei considerar
apenas o “Retrospecto” de 1970 com cotações referentes a 30/06/70, e não
cotações de jornal. Meu receio inicial era que eu encontraria várias empresas
nessa situação, mas não foi esse caso. O Banco do Brasil tinha 240.000.000
ações e a cotação era de Cr$ 25,22, logo, valia Cr$ 6.052.800.000,00, ou US$
1,3 bilhão. Petrobras é um caso complicado porque eu só tinha o total de ações
sem separar entre ON e PN e há uma grande diferença nas cotações. O total era
de 2.456.400.000 ações; a ON valia Cr$ 0,86 e a PN Cr$ 2,10. Felizmente, outra
referência, o “Anuário da Bolsa Oficial de Valores de São Paulo” de 1970 traria
uma informação chave, embora referente ao final de 1970. Lá constava que a
quantidade de ações ordinárias da Petrobras era de 2.847.688.917 contra
100.011.083 preferenciais. Embora os valores não batam por se referirem a datas
diferentes e entre uma e outra deve ter havido um aumento de capital, fica
claro que havia muitíssimo mais ações ordinárias do que preferenciais. Fixando
o número de preferenciais e mudando o de ordinárias, chegaríamos ao valor de
mercado de Cr$ 2.672.107.737,86.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A Vale do Rio Doce era avaliada em Cr$ 3,281
bilhões com 403.650.000 ações cotadas a Cr$ 8,13. A quarta maior empresa era a
Light com Cr$ 1,170 bilhão e a última a passar a marca bilionária na moeda da
época. Dentre os bancos, o segundo maior (me parece) era o Banespa com Cr$ 993
milhões e o Bradesco era o terceiro com Cr$ 150 milhões. Itaú (América) era
apenas o sexto maior banco com Cr$ 84 milhões.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Logo, em 30/06/70 tínhamos uma empresa com valor de
mercado superior a US$ 1 bilhão, o Banco do Brasil. Mas teria sido a primeira?
Acessando o acervo do Estadão, é possível examinar o histórico de cotações em
1969 e usar como referência as quantidades de ações em 30/06/70. A questão é saber
se as quantidades de ações em 1970 são válidas para 1969. Examinando as
cotações no ano anterior, é fácil perceber que houve um aumento de capital
tanto no Banco do Brasil quanto na Petrobras em 1969 porque elas chegam a ser
negociadas “ES” ou “ex subsc”, ou seja, ex-subscrição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Seria necessário então obter mais informações sobre
tais subscrições. Pesquisando no próprio acervo do Estadão, é possível
encontrar algumas pistas. Em fevereiro de 1969, eu encontrei edital de
convocação de AGE para aprovar o aumento de capital do Banco do Brasil, porém,
sem maiores informações de quanto era a quantidade de ações e para quanto iria
depois. O que sei é que em julho de 1970 seria anunciado o aumento de capital
de Cr$ 240 milhões para Cr$ 720 milhões. Logo, sem ter havido nenhuma outra
subscrição entre fevereiro de 1969 e julho de 1970, a quantidade de ações após
fevereiro de 1969 era de 240 milhões.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Quanto à Petrobras, houve dois aumentos de capital
importantes. O primeiro ocorrido em abril de 1969 levaria o capital da
petroleira de NCr$ 1,932 milhões para NCr$ 2,456 milhões, logo, batendo com a
informação que tínhamos anteriormente. Em junho de 1970, ocorreria novo aumento
para Cr$ 2,947 milhões, agora batendo com a informação de final de 1970 do “Anuário”.
Mas se o aumento ocorreu em junho de 70, por que isso não afetou a quantidade
em 30/06/70 segundo o “Retrospecto”? Ocorre que a subscrição efetiva só iria
ocorrer em uma data futura após junho. Os bônus de subscrição foram
distribuídos, por algum motivo primeiro na Bovespa e depois na BVRJ, e a
cotação cairia. Duas forças iriam levar a essa cotação menor: o reajuste por subscrição
que deveria levar o preço teórico da ação “ex” para [preço anterior – cotação do
Bônus] e também desvalorização. Em tese, a empresa deveria ser negociada a
partir do patamar mencionado para calcular o preço “ex”, mas, como mencionei no
meu texto sobre <a href="http://empresasemercados.blogspot.com/2010/08/diluicao.html">Diluição</a>,
se a expectativa for de que a empresa irá pegar esse dinheiro e investir em
projetos com VPL negativo, o correto é que haja desvalorização. Nesse caso, ou
o mercado interpretou errado o aumento de capital e a direção espera que o VPL
seja positivo ou a empresa arrecadou mais recursos para perseguir “outros
objetivos”. Sendo uma empresa estatal em uma época em que não se discutia muito
os direitos das “minorias acionárias”, como os minoritários eram chamados, a
segunda hipótese é plausível.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Logo, podemos usar 240 milhões como quantidade de
ações para o Banco do Brasil e 2,456 bilhões para a Petrobras em 1969. Eu
examinei muito rapidamente e não encontrei cotações que justificassem valor de
US$ 1 bilhão antes do aumento de capital. Sem pegar todo o histórico de
cotações é impossível afirmar categoricamente, mas não me parece que Petrobras
ou Banco do Brasil tenham chego a US$ 1 bilhão com menos capital. Examinando as cotações dia a dia, vi que Banco do Brasil não chegou a US$ 1 bilhão antes do aumento
de capital da Petrobras. Portanto, após esse evento começaria uma corrida entre
os dois.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Acompanhando as cotações de abril para frente, fui
procurando a cotação de NCr$ 17,31 que levaria o Banco do Brasil a atingir US$
1 bilhão e um valor próximo de NCr$ 1,60 para as ações ordinárias da Petrobras.
E aqui uma curiosidade: ao longo dessa pesquisa, estava pronto para dizer que
Banco do Brasil foi a primeira empresa a chegar à marca bilionária e teria
alcançado esse valor em 15/07/1969. Depois fui fazer as contas e percebi que a
Petrobras teria chego lá antes em junho de 69 se tivesse 50/50 de ações ON e
PN. Após descobrir que as ações preferenciais representavam muito pouco, a
corrida ficaria restrita a meados de junho de 1969 e 15/07/69.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Consultando apenas o acervo do Estadão, seria
impossível descobrir a data exata já que as primeiras edições de julho de 1969
foram escaneadas com uma qualidade inferior que impede ler as cotações.
Felizmente, o acervo d’O Globo permite ler melhor as cotações, embora a
qualidade seja um pouco abaixo do necessário para obter total nitidez. Fazendo
isso, no dia anterior, 14/07/69, as cotações na BVRJ eram de NCr$ 18,85 para
Banco do Brasil e NCr$ 1,69 e NCr$ 3,95 para Petrobras. No Estadão, é fornecida
a cotação do dia anterior, mas apenas para as cotações da Bovespa e (acho)
apenas para as cotações das ações negociadas no dia. No dia 14/07, o Banco do
Brasil era cotado a NCr$ 17,22, logo, abaixo de US$ 1 bilhão. Mas no jornal do
dia 16/07, não havia informações sobre a cotação da ação ordinária da
Petrobras, logo, não havia a cotação do dia 14/07. O jornal do dia 15/07 tinha
essa cotação, mas era um borrão que pode ser muitas coisas, inclusive o que era
necessário para chegar a US$ 1 bilhão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O câmbio que estou usando é NCr$ 4,153/USD. O
câmbio “livre” nos dias 14 e 15 oscilou entre NCr$ 4,075 e NCr$ 4,10, logo, os resultados
independem das taxas de câmbio exceto se outra fonte fornecer um valor “verdadeiro”
para o câmbio que talvez estivesse sendo definido de forma artificial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Logo, a melhor conclusão é que<b> Banco do Brasil e
Petrobras chegaram a US$ 1 bilhão ao mesmo tempo no dia 14/07/1969 na Bolsa do
Rio de Janeiro</b> e no dia seguinte na Bovespa. Pode ser que no mesmo dia 14/07 a
Petrobras tenha chego a US$ 1 bilhão na Bovespa e o Banco do Brasil não, mas
acho que isso não mudaria a conclusão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outra empresa poderia ter chego lá antes? Não
cheguei a examinar o histórico completo em 1968, mas pelo pouco que vi nem
Petrobras e Banco do Brasil teriam conseguido (ainda mais com menos capital),
nem Vale ou Light. Não tenho os dados de quantidade de ações de empresas negociadas
apenas na BVRJ, mas não me parece que uma CSN ou White Martins valesse mais do
que Petrobras ou Banco do Brasil. Não dá para descartar completamente, mas acho
provável que a minha conclusão esteja correta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Não sei se será possível aprimorar essa pesquisa,
porque 1970 com informações até 1969 é o máximo que consigo voltar no tempo com
o que tem na biblioteca da FEA-USP. Tem o “Anuário Oficial da Bôlsa de Valôres
de São Paulo”, mas dificilmente alguém teria chegado a US$ 1 bilhão em uma
época em que sequer existia Petrobras. Além do mais, esse Anuário é de consulta
extremamente difícil porque é uma grande lista de fichas de empresas, sem
nenhum tipo de tabela resumo.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-35032399847821208472019-03-12T11:48:00.002-03:002019-03-12T11:51:29.697-03:00Depreciação Fiscal x Contábil<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuaGH3sLHNU0VffqtQeXIGGz5dX2JKIERb1sTrmw-QkhIk_TMo_ltNaR5cBL34fPi1tAncvUNGlKIO8b5vT9HNcp0YP-RCEO-LwZV4WeBASLH433d6tcuwklqmLsozVT98_4i3Pdq1TQW7/s640/TD+Diferenca.jpg" width="640" /></div>
<h2 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Neste texto, vou comentar sobre o tributo diferido
que é gerado a partir da diferença entre depreciação para fins fiscais.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O artigo 320 do <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm">Decreto
9.580/18</a>, a norma mais atualizada do IR e da CSLL, estabelece que a taxa de
depreciação deve ser estabelecida de acordo com a expectativa de vida útil do
bem imobilizado. No § 1º diz que a Secretaria da Receita Federal publicará
taxas de depreciação admissíveis, facultando ao contribuinte adotar outra taxa
mais adequada caso prove tal adequação. Por fim, no artigo 321, permite a
exclusão da diferença do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur).</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A tabela abaixo mostra um exemplo fictício. A taxa
de depreciação fiscal é de 10% a.a., mas a empresa espera que o ativo tenha uma
vida útil de 30 anos ao invés de 10. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirQUiklggE9MkKgaiBrX4aUYoiVFcKSriF2wZwVQElw7FhT8YTXkoI47r6Ke5s5uPlIPeXXcqIWQxGtIFYK_Q7f6luhf1qbCt_V7V63G8baJuryonQbrOpYWCxZ_FN_0sWfeOD7kKncMRs/s1600/TD+Diferenca+2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1327" data-original-width="1600" height="331" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirQUiklggE9MkKgaiBrX4aUYoiVFcKSriF2wZwVQElw7FhT8YTXkoI47r6Ke5s5uPlIPeXXcqIWQxGtIFYK_Q7f6luhf1qbCt_V7V63G8baJuryonQbrOpYWCxZ_FN_0sWfeOD7kKncMRs/s400/TD+Diferenca+2.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Adotar uma taxa de depreciação mais longa, quando
cabível, melhora a demonstração contábil ao retratar mais fielmente a realidade
econômica da empresa. Porém, do ponto de vista fiscal, é uma péssima ideia
desacelerar a depreciação. Pensando meramente no pagamento de impostos, quanto
mais rápido você reconhece despesas de depreciação (dedutíveis de IR e CSLL),
melhor é para o resultado sem qualquer outra consequência no caixa. O que a
regra fiscal estabelece é a possibilidade de depreciar fiscalmente a uma taxa
(estabelecida pela Receita Federal) e contabilmente a outra.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Nas demonstrações financeiras, a conta de tributos
diferidos é a diferença entre depreciações fiscais e contábeis acumuladas,
multiplicada pela taxa de IR e CSLL. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b>Projeção<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O que sempre me confundiu um pouco na projeção
dessa conta é focar demais no tributo diferido. Se você dividir o saldo da
conta por 0,34, chegará ao valor da diferença entre as depreciações acumuladas.
Mas o mais importante não é a diferença, e sim qual é então a depreciação
fiscal. Sabendo qual é o saldo de depreciação fiscal, basta projetar tal saldo
da mesma forma que se faz com a depreciação contábil. Para saber qual é a
depreciação fiscal, basta somar Diferido/0,34 ao saldo contábil<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>
supondo alíquota de IR e CSLL de 34%.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b>Por que isso
é importante?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Diferido sobre diferença entre depreciação fiscal e
contábil é uma conta que tem natureza muito parecida com investimento
imobilizado, porque deriva dela (quando há tal diferença). Se o imobilizado for
estritamente crescente, como será na perpetuidade, então o diferido deve ser
crescente também. A prática comum é subtrair o valor do diferido no valor da
empresa. Como <a href="http://empresasemercados.blogspot.com/2019/02/projecao-de-balanco-em-valuation.html">escrevi
anteriormente</a>, isso faz com que se inverta o impacto no valor da empresa.
Sendo o adiamento de um pagamento, isso aumenta o valor da empresa. Subtrair o
valor contábil teria o efeito oposto. Além do mais, seria supor não apenas que
a empresa irá voluntariamente aceitar adotar uma depreciação menor para fins
fiscais, aumentando seu lucro tributável, mas também irá pagar <b>hoje</b> toda a diferença de tributação
acumulada até então. Se ainda fosse alguma espécie de incentivo fiscal,
subsídio ou coisa do tipo, você poderia supor que um dia o sistema político
tomaria vergonha na cara e pararia com tais privilégios, mas não é isso que
ocorre. O diferimento só faz com que a empresa não pague mais impostos do que
deveria, não que pague menos do que é sua obrigação.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Logo, projetar da maneira correta esse tributo
diferido reconhece apropriadamente ao menos o impacto positivo dessa conta e
também faz sentido do ponto de vista lógico.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-87165805580514460372019-02-21T00:11:00.002-03:002019-02-21T00:12:11.203-03:00Curso Investigação de Empresas<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="282" data-original-width="674" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKXyg9yWB86oxtIv_3_xaI-MWgcoO8cH8_-jR-Dc4HSXUcdHc_IKLr7A2HtEHk8e796u9zjhtOqgJPzW5m_JpXMf6lskEbBRowpNR8dooc-ETxNhaDkWNqc4Ge93gjgrbRS4L_BXQsRHVQ/s640/3-curso-on-line-de-investigao-de-empresas.png" width="640" /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<h2>
<span style="font-size: large;">A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo) regularmente oferece um curso de “investigação de empresas” e,
apesar de não ser jornalista, resolvi me matricular e ver o que poderia
aprender.</span></h2>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Conforme o <a href="http://abraji.org.br/cursos/3-curso-on-line-de-investigacao-de-empresas">anúncio
do curso</a>, a ideia é ajudar a entender a contabilidade e como ela pode
ajudar a “a descobrir dentro dos balanços detalhes que as instituições
gostariam de ocultar, mas são obrigadas por lei a divulgar”. O curso é
ministrado pelo jornalista e mestre em Contabilidade Fernando Torres, do jornal
Valor Econômico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O público-alvo do curso é jornalistas ou estudantes
de jornalismo e acredito que a quase totalidade dos participantes fazia parte
de um desses grupos. Em grande medida, é praticamente um curso básico de
contabilidade para jornalistas. Tem uma parte importantíssima, que não tenho
total certeza se cursos regulares de contabilidade ensinam, que é como
encontrar os demonstrativos contábeis (CVM/Bovespa, site da empresa, diário
oficial). Fala também em peças importantes que nem sempre recebem a devida
importância, como Notas Explicativas e o Formulário de Referência, de onde
podem sair boas pautas e até informações para investigações. Alguns vídeos são
dedicados a contas específicas da NE ou do FR.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Para jornalistas, esse curso é excelente para
aprender o básico de contabilidade com o conteúdo mais essencial para começar
uma análise de demonstrações financeiras com foco em jornalismo. Para um
analista de investimento essa parte já não é tão interessante, mas o último dos
quatro módulos trata de prestação de contas de partidos políticos, uma coisa
que eu tinha zero de conhecimento. Não sei se um dia usarei isso, mas é um
aprendizado que consegui no curso. Ao longo dos módulos há alguns bastidores e
casos reais de reportagens do próprio Fernando Torres que necessitaram desses
conhecimentos de contabilidade para serem escritas. Um caso especial para a
terceira edição (a que eu participei) foi uma <a href="https://www.valor.com.br/empresas/5652683/como-copel-virou-socia-de-um-empreendimento-imobiliario-em-osasco">reportagem</a>
da Copel e de uma subsidiária, a UEGA.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O curso é ministrado apenas na modalidade online
com uma série de vídeos. São quatro módulos semanais com uma avaliação para
cada um. Os testes são feitos de maneira bem interessantes na medida em que o
aluno precisa procurar na internet o demonstrativo da empresa ou entidade em
questão e então procurar a informação necessária. O curso disponibiliza um
fórum para responder dúvidas sobre as aulas ou os exercícios. A qualidade de
gravação dos vídeos poderia ser melhor, mas as aulas são bem informativas. O
curso é altamente recomendado para jornalistas, mesmo que não sejam da área
econômica, mas talvez nem tanto para outros públicos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Informações<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Modalidade online<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Material: Digital<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Investimento: R$ 150,00<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Carga Horária: 4 módulos semanais de tamanhos
variados<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Avaliação: Quatro testes semanais<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="http://abraji.org.br/cursos/3-curso-on-line-de-investigacao-de-empresas">Descritivo
do curso</a><o:p></o:p></div>
<br />Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-984632151133533712019-02-11T10:43:00.000-02:002019-02-11T10:45:06.263-02:00Outros Ativos/Passivos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg80E2yJw2Bli2fnGDdAZgdyJfK1XFR7GFsA8cNCbxOIXqAgBmNPMUXmff0xsDd2zFH4XdWgDMeEHSvjT-J6l1qwd-0qOvjr04uK9wnA96fN7ulw_1v-WsodxkwTxQTWMlVg8V4ysrEsSjJ/s1600/Outros+Ativos1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg80E2yJw2Bli2fnGDdAZgdyJfK1XFR7GFsA8cNCbxOIXqAgBmNPMUXmff0xsDd2zFH4XdWgDMeEHSvjT-J6l1qwd-0qOvjr04uK9wnA96fN7ulw_1v-WsodxkwTxQTWMlVg8V4ysrEsSjJ/s640/Outros+Ativos1.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><a href="http://empresasemercados.blogspot.com/2019/02/projecao-de-balanco-em-valuation.html">Anteriormente</a>,
defendi a necessidade de se projetar o Balanço Patrimonial e considerar outras
contas além de capital de giro, capital fixo e dívida.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Apesar de existir algumas contas patrimoniais que
eu considero que devem ser projetadas, pelas razões expostas anteriormente,
outras não mereceriam o mesmo tratamento. Para não elencar as razões para isso
por exclusão, penso em três principais motivos que levam uma conta patrimonial
a ter um tratamento simplificador na avaliação da empresa:<br />
<br />
<ul>
<li><span style="text-indent: -18pt;">É de baixo valor</span><span style="font-family: "symbol"; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal;"> </span></span></li>
<li><span style="text-indent: -18pt;">É um valor que aumenta ou diminui sem tendência
clara</span></li>
<li><span style="text-indent: -18pt;">É uma conta que não tem nenhuma ligação com
outra que pudesse dar base para uma projeção</span></li>
</ul>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Lembrando rapidamente os motivos para projetar
explicitamente uma conta patrimonial: Ela tem a ver com a atividade da empresa,
é absurdo supor que vai sumir e impacta fluxo de caixa e resultados. De certa
maneira, as duas listas são independentes exceto por mais um item da lista anterior:
“possuem alguma base de previsibilidade”.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O principal exemplo de contas que deveriam ser
endereçadas da maneira mais simples possível é Outros Ativos/Passivos, que
seguem os três pontos mencionados anteriormente. Geralmente não são de valor
elevado, principalmente se você considerar o valor líquido, variam trimestralmente
sem nenhuma tendência clara de aumentarem, diminuírem ou zerarem e não parecem
ter ligação com outra conta patrimonial ou de resultado. Como consequência, é
difícil concluir que é uma conta necessária para a empresa ou que tenha uma
relevante natureza econômica. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Porém, é uma conta chata já que nunca será zerada,
ao final do período sempre tem ativos ou passivos irrelevantes sendo
contabilizados. O que eu queria mesmo fazer é ignorar e dar valor zero a esses
ativos e passivos, mas pensando que é ligeiramente melhor ter Outros Ativos do
que Outros Passivos, acho melhor considerar essas contas, mas de maneira
simplificadora. Um jeito é somar o valor contábil ao valor da empresa. Funciona
perfeitamente considerando que queremos uma solução simplificadora. Porém, eu
prefiro supor que a parte circulante será recebida/paga em quatro parcelas
trimestrais e a parte não-circulante em oito. Não é muito diferente da primeira
proposta, é tão simples quanto, mas funciona melhor nos meus modelos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Outras contas patrimoniais possuem um padrão
semelhante, como “Outros Tributos Diferidos”. Uma conta que eu geralmente
incluo nesse padrão é o de Tributos a Recuperar/Pagar e aqui há uma discordância
com relação ao ponto da natureza econômica. Anteriormente, argumentei que um
ativo ou passivo deveria ser projetado se tivesse razão econômica relevante e
fosse um absurdo simplesmente ignorar. Simplificar essa parte dos tributos
significaria dizer que a empresa recuperaria ou pagaria os impostos
imediatamente, o que não é o que acontece. Porém, o que se vê, na maior parte
dos casos, é que essas contas são imprevisíveis, ainda mais considerando o
valor líquido. As contas aumentam e diminuem sem nenhum padrão, seja temporal
ao longo dos trimestres, seja em relação à atividade da empresa. Dessa maneira,
não há uma base confiável para fazer projeções e, portanto, o melhor mesmo é
simplificar.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Pode ser que em determinadas empresas haja um
Tributos a Recuperar e/ou a Pagar mais previsível e que acompanhe a atividade
da empresa. Nesse caso, é necessário projetar explicitamente como se fosse um
capital de giro, já que teria as mesmas consequências negativas para o modelo
de não se modelar o capital de giro, invertendo o sinal do impacto no valor. Se
a empresa sempre tem um Imposto a Recuperar no ativo, isso é uma redução no
caixa livre já que demora para a empresa recuperar impostos que lhe são devidos
e simplesmente somar ao valor contábil iria aumentar ao invés de diminuir o
valor da empresa.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Nos próximos textos, vou entrar em detalhes nas
contas que sou da opinião de que deveriam ser projetadas explicitamente.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-19184194942812207872019-02-06T00:48:00.000-02:002019-02-06T00:52:12.426-02:00Projeção de balanço em valuation<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9yiHTjzrFSFWq8Yu7nTsM6yjgHBlQGKasvI4zRgtJM_2bQrvcK3YcSBU4_SnFBOqEbGOQBEykiStdnvLdoKfQajSytdvKXLsWG9UZ8tWGMcZqliL3TlwXnIXNpM_W3QCTsE1HhsV6B_AM/s1600/Projecao+de+BP.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9yiHTjzrFSFWq8Yu7nTsM6yjgHBlQGKasvI4zRgtJM_2bQrvcK3YcSBU4_SnFBOqEbGOQBEykiStdnvLdoKfQajSytdvKXLsWG9UZ8tWGMcZqliL3TlwXnIXNpM_W3QCTsE1HhsV6B_AM/s640/Projecao+de+BP.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Balanço Patrimonial é um tema negligenciado tanto
na teoria quanto na prática de avaliação de empresas, exceto no que se refere à
dívida. Balanços ou não são projetados ou os relatórios de avaliação não se dão
ao trabalho de incluir tal projeção. Na minha opinião, isso é um erro porque,
no mínimo, permitiria detectar falhas no modelo de avaliação.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Antes de tudo, a bem da verdade sempre há projeção
de balanço em avaliação por fluxo de caixa descontado. Se você projeta fluxo de
caixa, projeta caixa. Se projeta caixa, projeta o resto do balanço. Se o
analista coloca na planilha ou não e, o mais importante de tudo, olha para essa
projeção ou não, é outra questão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Tirando dívida, capital de giro e capital fixo, a
solução mais comum para os outros ativos e passivos é simplesmente somar o
valor contábil no valor da empresa. Mas, então, vamos dar um passo para trás e
discutir por que não fazer o mesmo com capital de giro e fixo. E aqui entra o
ponto principal da projeção de balanço: a natureza econômica da conta
patrimonial. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Simplesmente somar a valor contábil o capital de
giro seria supor que a empresa passará a receber e pagar tudo à vista e ter
estoque zero. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O efeito no valor da
empresa seria o inverso do esperado</b>. Por reduzir o caixa livre, o capital
de giro e seu aumento (se positivo) <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">reduz</b>
o valor da empresa. Mas manter capital de giro é uma necessidade do negócio. As
empresas até desejam reduzi-lo para aumentar o valor da empresa, mas há limites
para tal redução. Caso venha a chegar em uma situação de capital de giro nulo
(o que provavelmente nunca irá ocorrer), então terá um grande acréscimo de
valor. Até lá, o fluxo de caixa deve levar em conta a necessidade de capital de
giro que se reflete em um aumento no capital de giro no Balanço Patrimonial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Raciocínio parecido se aplica ao capital fixo.
Simplesmente somar no valor da empresa seria absurdo porque significaria que a
empresa não precisa de capital fixo para operar e pode gerar resultados a
partir do nada. Se a empresa tem hoje um capital fixo, é porque precisa dele
hoje e provavelmente sempre precisará. O efeito de somar a valor contábil
também é o inverso na medida em que capital fixo <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">reduz</b> o valor da empresa ao retirar caixa livre. Por essa razão, as
empresas desejam ser mais eficientes gerando mais resultados sob uma base menor
de capital fixo. Em projeções, estima-se o gasto com investimentos fixos, o que
impacta fluxo de caixa, o ativo e a despesa com depreciação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Todo manual de avaliação de empresas considera
investimentos em capital fixo e de giro. Os dois parágrafos anteriores foram na
linha de estabelecer a lógica econômica subjacente a essa prática. Mas serão
esses os únicos ativos e passivos que devem ser levados em conta?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Razões para incluir o ativo ou passivo, como visto
com capital fixo e de giro:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li>São necessários para a atividade da empresa</li>
<li>Seria absurdo simplesmente supor que vão sumir</li>
<li>Afetam o fluxo de caixa e/ou resultados</li>
<li>Possuem alguma base de previsibilidade</li>
</ul>
<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p> </o:p>Esses pontos dão base para determinar quais outros
ativos e passivos mereceriam ser projetados tanto no fluxo de caixa quanto no
Balanço Patrimonial, mas os manuais de avaliação de empresas não costumam
mencionar. Em textos futuros irei detalhar a maioria, mas no mínimo temos:</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li>Tributos Diferidos sobre PCLD: Ignorar esse efeito
significaria que o governo permitiria o reconhecimento do efeito fiscal da
provisão para perdas antes de sua realização, o que não é realista.</li>
<li>Tributos Diferidos sobre diferença de taxa de
depreciação: Ignorar essa conta significaria que a empresa iria pagar toda a
diferença já contabilizada e iria considerar para fins fiscais a taxa de
depreciação contábil, que é menor do que a fiscal. Tendo a possibilidade de não
fazer isso, é impossível imaginar a empresa adotando essa política
voluntariamente.</li>
<li>Tributos Diferidos sobre Prejuízo Fiscal e Base
Negativa: Se você somar essa conta ao valor da empresa, irá supor que o governo
vai dar um cheque para a empresa por conta de seus prejuízos passados e também
irá fazer isso para os prejuízos futuros, o que não é o que acontece.</li>
<li>Provisões: Zerar essa conta significaria que a
empresa nunca mais seria processada ou, a depender da projeção de despesas, que
sequer brigaria na justiça contra processos e simplesmente paga à vista.</li>
<li>Receitas Diferidas: A empresa recebeu sem gerar
receita anteriormente e simplesmente subtrair a valor contábil é supor que a
empresa vai desembolsar caixa e receber caixa de novo quando a receita for
reconhecida. O efeito no valor não chega a ser inverso, mas afeta o fluxo de
caixa de uma maneira facilmente evitável.</li>
</ul>
<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Em nenhum desses casos o efeito no valor da empresa
será igual ao valor contábil. Nos casos em que a conta irá sempre crescer
acompanhando a empresa como um todo, o impacto no valor é o inverso, com ativos
aumentando valor quando deveria reduzir (já que retiram caixa) e passivos
diminuindo o valor quando deveria aumentar (porque liberam caixa). Em outros
casos, a tendência é zerar a conta e quanto mais longo o tempo até zerar a
conta menor será o valor presente e maior a diferença para o valor contábil.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Portanto, se a conta patrimonial tem uma razão
econômica bem clara que seria simplesmente absurdo ignorar, deve ter seus
efeitos no fluxo de caixa projetados e as posteriores consequências no Balanço
Patrimonial. Nos casos em que não há uma clara razão para projetar o ativo ou
passivo, uma solução simplificadora como somar o valor contábil passa a ser
apropriada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A projeção do Balanço Patrimonial pode ajudar a
entender melhor a empresa e detectar problemas no modelo de avaliação. No
primeiro ponto, entender a dinâmica do BP pode ajudar a compreender o modelo de
negócios da empresa e, assim, fazer projeções de fluxo de caixa mais realistas.
No segundo ponto, por exemplo, investimento líquido nulo na perpetuidade não
faz sentido nenhum na medida em que a rentabilidade da empresa tenderia ao
infinito, o que fica claro se você projeta o balanço. A empresa iria gerar
resultados crescentes a partir de uma base estável de capital fixo, o que não é
sensato de se imaginar. Investimento líquido negativo faz ainda menos sentido
porque em algum momento a empresa passaria a ter capital fixo negativo, o que
não consigo nem imaginar o que é.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Por último, é legítimo levantar dúvidas sobre a
viabilidade e a necessidade de fazer tais projeções. Tudo cairia por terra se
fosse impossível fazer tais projeções ou se elas não mudassem muito o valor da
empresa. A resposta para ambos os questionamentos é o mesmo: projetar ativos e
passivos que geralmente não são levados em conta é, de forma geral, simples e
quase automático. Dívida, capital fixo e de giro realmente deveriam ser as
contas patrimoniais a receber maior atenção simplesmente porque o impacto no
valor é maior e há maior liberalidade da empresa quanto a essas três contas.
Diferido sobre PCLD, por exemplo, você basicamente vai multiplicar por o PCLD
por -0,34; faça essa multiplicação, arraste para todas as colunas e pronto,
está projetado o diferido sobre PCLD e (quase) não tem como mudar isso. Esse
foi apenas um exemplo, mas vale para a maioria das outras contas: é simples de
projetar e é o tipo de coisa que você nem precisa revisar a não ser procurando
por erros. Quando revisando a avaliação para encontrar o modelo que mais faz
sentido ou modificando as variáveis para ver o impacto no valor, a maioria
dessas contas nem poderia ser modificada porque não tem outra forma de
projetá-las. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Por fim, acho soluções simplistas como somar a
valor contábil muito “fazer de qualquer jeito” então é melhor projetar
explicitamente ativos e passivos quando possível nem que seja para fazer um
modelo menos “de qualquer jeito”. Psicologicamente faz alguma diferença! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Futuros textos irão detalhar o funcionamento de
algumas contas que, na minha opinião, deveriam ser projetadas explicitamente em
uma avaliação por fluxo de caixa descontado.<o:p></o:p></div>
<br /></div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-91877587588920814082019-01-28T22:06:00.000-02:002019-01-28T22:12:07.356-02:00Curso IRPJ e CSLL na prática<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="740" data-original-width="999" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDv8puq09Wh3jTvOuFI9kN4T_4Bw4FJC65NmHicjflPtJt4jRVh_a2XZD0WG2UdPqB6nCtg9J7nWGIRjbH9or1gvzZbJdf4sjOvfQii8yW7XczE740Ji8Ybci5OEqNIEge91bSfHiLgi9X/s320/Sem+t%25C3%25ADtulo.png" width="320" /></div>
<br />
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A Fecap ministrou um curso chamado “IRPJ e CSLL na
prática”. Tendo dúvidas sobre esse tema, participei do curso para ver se
conseguia entender melhor esse tema.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O objetivo do curso é “conhecer de forma detalhada
a apuração do Lucro Presumido e do Lucro Real”, focando mais no lucro real. A
aula começa com uma explicação sobre o imposto de renda em geral, fala da norma
mais recente (<a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm">Decreto
9.580/18</a>) depois passa para o cálculo do lucro real por meio do Livro de
Apuração do Lucro Real (Lalur) e do seu “irmão gêmeo”, O Livro de Apuração da
Contribuição Social (Lacs). Explica sobre as adições e deduções, permanentes e
temporárias, ao lucro contábil para criar a base de cálculo para o IR e a CSLL.
Também explica sobre compensações de prejuízos fiscais e base negativa de CSLL.
No último dos três dias de aula, há uma parte bastante prática com um exemplo
no programa usado para a escrituração contábil, o SPED. O final dos dois
primeiros dias é dedicado a resolução de exercícios propostos sobre os temas do
dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Eu fui para esse curso com o objetivo de entender
melhor o cálculo do IR e CSLL cobrados das empresas (basicamente, “por que a alíquota
efetiva não é 34%?”) e também da contabilização de Tributos Diferidos, tudo
isso para fins de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">valuation</i>. Até,
permitam o atestado de mau aluno, dispersei um pouco do conteúdo de aula para
estudar em aula as contas que mais me causavam dúvidas nos balanços das
empresas que já analisei, sentindo que a explicação me dava orientação para
finalmente entender tais contas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O primeiro tópico era exatamente o principal
objetivo do curso e, após as aulas e enter como é feita a escrituração contábil,
eu acho que passei a entender melhor do assunto para fins de projeção.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O segundo objetivo é uma situação interessante. Não
era parte do curso explicar a contabilização de tributos diferidos, apenas a
apuração da “parte B” do Lalur/Lacs que diz respeito às diferenças temporárias.
Isso acaba resultando nos tributos diferidos, mas especificamente como é feita
a contabilização em ativos ou passivos não era parte do programa. Mesmo assim,
duas das principais dúvidas que eu tinha foram sanadas ao longo das aulas: diferença
entre depreciação contábil e fiscal e prejuízos fiscais e base negativa de
CSLL. Sobre o primeiro, acho que foi chave entender a apuração do Lalur/Lacs para
compreender o mecanismo por trás dessa diferença tributária. O segundo foi tema
do curso (apenas não a sua contabilização) e ter a aula presencial do tema me
ajudou bastante a entender melhor esse assunto que eu até entendia o conceito
básico, mas não conseguia partir disso para a projeção para fins de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">valuation</i>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
No futuro (espero que breve) pretendo escrever mais
um pouco sobre tributos diferidos (já escrevi <a href="https://empresasemercados.blogspot.com/2015/08/contabilizacao-de-impostos.html">um
texto</a> sobre isso no passado), especialmente sobre as duas dúvidas que eu
tinha e não tenho mais: diferença entre depreciação fiscal e contábil e
prejuízos fiscais e base negativa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Não estou totalmente inteirado do assunto, mas pelo
que vejo a Fecap oferece uma série de <a href="http://extensao.fecap.br/">cursos
de extensão</a> durante as férias, não sei se apenas no começo do ano ou no
meio também. O preço do curso de IR e CSLL foi de R$ 288 e atendeu as minhas
expectativas. Eu tinha pesquisado curso semelhante em outra instituição a um
preço 7 vezes maior e, embora a carga horária e abrangência programática do
outro seja maior, acho que meu dinheiro foi muito bem investido neste curso,
especialmente tendo sido eficaz em me ajudar com as dúvidas que tinha. Outros
cursos da Fecap possuem preços na mesma faixa, então, talvez valha a pena
conferir na próxima oportunidade para ver se eles estão oferecendo algo de
interesse.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Informações<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Local: Fecap (Av. da Liberdade, 532, São Paulo, SP)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Professor: Tiago Slavov<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Preço (na época): R$ 288,00 (com desconto para
alunos e ex-alunos da Fecap)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Carga horária: Aproximadamente 12h em três noites<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Material: Formato digital<o:p></o:p></div>
<br />Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-23247787464692199912019-01-21T23:29:00.001-02:002019-01-21T23:29:35.690-02:00Review: Workshop LinkedIn na prática<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" data-original-height="347" data-original-width="1280" height="107" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikfsb0TYuKrkTTA7g79UHQQDyHrqBUKPW-kNImVAvfA7WijdNkzvaj3IfvJ01JYMMDtGYr2Oj1SPyp0wqtv31Ov_hpscQ3hJGunlafDPQQUdKeTl9g0Dad0mLAdH-dD8gQBK5pdaB50f7_/s400/1280px-LinkedIn_Logo.svg.png" width="400" /></div>
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Eu participei do Workshop LinkedIn na prática<b> </b>de Cristiano Santos, um curso bem
interessante com dicas práticas para melhorar o seu uso do LinkedIn.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O curso é muito útil para desmistificar vários
conceitos sobre a rede social. Acho que o mais importante desses é que, apesar
de ser uma rede profissional, não é esperado ou mesmo desejado que os
participantes deixem de lado a parte pessoal quando está no LinkedIn. Claro que
não é bom ir demais para o lado pessoal, há outras redes sociais para isso, mas
o ponto principal é humanizar o profissional quando mostrando o seu perfil ou
interagindo na rede social.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outro ponto importante é que o LinkedIn <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">NÃO É</b> apenas, talvez nem
principalmente, para procurar e divulgar vagas de trabalho. A rede seria um
fracasso de outro modo, considerando que as pessoas não estão constantemente
procurando emprego. Essa é uma rede social para troca de ideias e experiências
profissionais, que não precisam ser necessariamente feitas com um profissionalismo
rígido, mas sim de modo humanizado. Outras redes sociais também poderiam
proporcionar isso, mas são anarquias tão gigantescas que as pessoas preferem
não se expor muito nelas ou sequer delas participar. Sendo um ambiente muito
mais civilizado, as pessoas se sentem mais confortáveis de participar do
LinkedIn (conclusões minhas, o professor não chegou a fazer essa comparação).
Eu, por exemplo, sigo todos os diretores da Aneel, RIs e presidentes de
diversas empresas, repórteres, pessoas que poderia nunca ter contato de outra
forma.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Ao longo do curso o professor vai passando diversas
dicas práticas bem interessantes. Uma boa parte do curso é dedicada ao
preenchimento completo do seu perfil. E uma coisa interessante, ligada com a
ideia de trazer o lado pessoal para o profissional, está no preenchimento do
Resumo. Esse espaço certamente serve para mostrar as qualificações e
experiência do profissional, mas há uma grande abertura para acrescentar aspectos
mais pessoais que ajudem as pessoas a entender <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">quem você é</b>, não apenas o que faz. Ao invés de um bloco de texto
enumerando tudo o que o profissional fez ou estudou, informação disponível em
outros campos, as pessoas querem ler um pouco da sua história e simplesmente se
entediam se você só vai listando uma série de coisas. Acho que o ideal seria
ligar o pessoal ao profissional quando mencionando temas mais particulares, mas
são mostrados em aula vários casos reais de bons perfis que simplesmente citam
gostos pessoais e até indicam o perfil no Instagram “para amenidades”. E esse é
um aspecto interessante da aula, o professor mencionando perfis que ele acha
que faz um bom trabalho na rede e recomendando seguir ou conectar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O professor entende muito do assunto e tem uma
didática incrível. No primeiro ponto, o <a href="https://www.linkedin.com/sales/ssi">SSI</a> (uma nota de 0-100 para o seu
perfil) dele é 80, sendo, ao que me parece, muito difícil ir muito além disso. 60
é considerada uma boa nota e, sem entregar a minha, eu ainda tenho um longo
caminho até lá. No segundo ponto, o Cristiano é muito carismático, consegue dar
uma dinâmica boa para a aula e oferece um atendimento personalizado na parte
prática do curso quando temos que modificar o nosso perfil no LinkedIn em aula.
A carga horária é de 8 horas e o investimento começa em R$ 299 (se você comprar
o curso cedo), valor obviamente que pode mudar no futuro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Em suma, é um excelente investimento a esse preço.
Sigam o <a href="https://www.linkedin.com/in/santoscristiano/">Cristiano Santos</a>
no LinkedIn para ter mais dicas e também saber a data dos próximos cursos.
Vocês podem também mandar pedido de conexão para mim (<a href="https://www.linkedin.com/in/robertoushisima/">https://www.linkedin.com/in/robertoushisima/</a>)</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-49792053745645166932019-01-16T21:39:00.000-02:002019-01-16T23:18:17.646-02:00John Bogle (1929-2019)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1278" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5sn441N7QyQwFdVMfwKVP9g3HvomBksdftwl09LrJ7c4PP4KUavc6LciP_yiywNV21CR43VbeIN6oOOtcdAORMaMYPTo7IpSHQ5MM9KilqgLfY7Z0gxpeGkQWhQjGDHO6CmfsNPx49f7U/s320/MNSPC544JVEAPKDT3Q3YM5U7SE.jpg" title="John Bogle (1929-2019)" width="255" /></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">John Bogle em 1974</td></tr>
</tbody></table>
<h2>
<span style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Tivemos hoje a infeliz notícia do falecimento de
John Bogle, fundador da Vanguard e pai dos fundos indexados.</span></span></h2>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Por motivos diversos, estava pensando quem eram os
cinco maiores nomes de Finanças e não tive dúvida em colocar Bogle como o
número 1. Várias outras pessoas tiveram contribuições teóricas e práticas de
extrema relevância, mas o fundo indexado é a maior invenção financeira dos
últimos cinquenta anos, talvez até mais. Tim Harford em “<i><a href="https://www.amazon.com/Fifty-Inventions-Shaped-Modern-Economy-ebook/dp/B01MXV2YGI/">Fifty
Inventions That Shaped the Modern Economy</a></i>” listou os fundos indexados
como uma das cinquenta maiores invenções econômicas, para que não digam que
exagero (para que, talvez, digam que não exagero sozinho). Essa é uma ideia que
hoje parece simples e desinteressante, mas foi uma longa jornada descrita de
forma resumida em um artigo (<a href="http://empresasemercados.blogspot.com/2014/10/ha-40-anos.html">aqui
resumido</a>) e de forma mais longa em um livro (<a href="https://www.amazon.com/Stay-Course-Story-Vanguard-Revolution-ebook/dp/B07KRVY5FZ/">Stay
the course</a>, que ainda não li).</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Como se essa não fosse contribuição suficiente para
o avanço da indústria financeira (a contragosto da mesma), Bogle ainda participou
ativamente do debate econômico escrevendo diversos livros e artigos, alguns
inclusive comentados aqui. Apesar de sempre muito técnico, Bogle conseguia
escrever de maneira bastante clara e pessoal, o que sempre facilita e enriquece
a leitura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Muito ainda pode ser comentado sobre a vida e a
obra de John Bogle, mas deixo para outros fazerem. O primeiro obituário que
tenho ciência foi publicado pela <a href="http://www.philly.com/business/a/john-bogle-dead-vanguard-obituary-20190116.html">The
Inquirer</a> e é uma excelente leitura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Descanse em paz, Jack.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
***<br />
<br />
Textos do meu blog sobre Bogle:</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="http://empresasemercados.blogspot.com/2012/11/a-dose-certa.html">A Dose
Certa</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="http://empresasemercados.blogspot.com/2012/02/custos-e-desempenho-de-fundos.html">Custos
e desempenho de fundos</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="http://empresasemercados.blogspot.com/2014/08/hft-e-smart-beta.html">HFT
e Smart Beta</a><o:p></o:p></div>
<br />
<br />
<a href="http://www.philly.com/business/a/john-bogle-dead-vanguard-obituary-20190116.html">Fonte da imagem</a>Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-50514750681572578642018-09-10T10:41:00.004-03:002018-09-10T10:41:31.470-03:00Projeção de receita de shopping centers<h2 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Prosseguindo com a série sobre projeção de
receitas, irei neste texto escrever sobre <i>shopping
centers</i>.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A receita das empresas de <i>shopping centers</i> vem do aluguel de suas lojas, parte fixa
reajustado por índice de inflação, parte variável de acordo com as vendas da
loja. Cada empreendimento gera uma receita diferente por conta de uma série de
motivos, um deles diferença de área bruta locável (ABL) do <i>shopping</i>. As empresas de <i>shopping
centers</i> possuem participação nos empreendimentos, raras vezes sendo uma
participação integral e algumas vezes até uma participação não-controladora,
embora as empresas prefiram ser controladoras para exercer influência na
administração e adotar padrões e estratégias unificadas. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O crescimento da receita pode vir de cinco fontes,
listada em ordem de frequência: 1) aumento da receita com os mesmos
empreendimentos; 2) expansão dos empreendimentos existentes; 3) inauguração de
novos empreendimentos; 4) aumento na participação dos empreendimentos e; 5) aquisição
de shoppings existentes. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
No primeiro caso, são quatro as principais métricas
utilizadas: aluguel mesmas lojas, aluguel mesma área, vendas mesmas lojas,
vendas mesma área. As quatro variáveis são altamente correlacionadas, mas
possuem diferenças importantes entre si então é importante considerar todas.
Porém, não é uma boa ideia incluir todas em um mesmo modelo de regressão por
conta de serem muito autocorrelacionadas. Qual variável deve-se levar mais em
consideração varia caso a caso, mas ao longo do tempo elas deveriam convergir
para o que o analista considera ser o crescimento de longo prazo dos mesmos
empreendimentos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Uma diferença importante dos <i>shopping centers</i> para o varejo que exige um texto em separado é o
crescimento através de expansão ou novos empreendimentos. No varejo, cada nova
loja ou novo metro quadrado de loja é parecido com os anteriores. Certamente
que abrir uma nova loja em uma área nobre é diferente de abrir em uma localização
pior e abrir uma loja grande gera mais receita que abrir uma loja pequena, mas
essas diferenças tendem a não ser tão grandes porque o acréscimo marginal não é
tão grande. No chamado varejo alimentar, a tendência recente é a aposta em
lojas pequenas, o que reforça a necessidade de usar métricas por área de
vendas, mas essa ainda é uma diferença gerenciável. Para shoppings, no entanto,
não é recomendável supor que o novo é parecido com o existente, já que um novo
empreendimento apresenta um acréscimo relevante na ABL total. Basicamente, nem
toda ABL é igual e tentar projetar o acréscimo de receita por conta de uma
receita/ABL médio dos atuais empreendimentos pode levar a erros consideráveis.
Ou seja, acréscimo de ABL * Receita/ABL não é uma boa maneira de projetar a
receita de novos empreendimentos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
No meu entender, é necessário separar o crescimento
dos empreendimentos antigos com o acréscimo de expansões e novos
empreendimentos. Isso é possível já que as empresas divulgam os resultados
(aluguel e/ou vendas) de cada shopping de seu portfólio. Dessa maneira, é
possível separar os resultados e trabalhar com as bases apropriadas. O efeito
do acréscimo de um novo empreendimento ou expansão é tão grande que eu até tive
que considerar as datas exatas em que eram inaugurados, vendo que poderia haver
diferenças significativas entre supor que o shopping é inaugurado no final de
outubro ou no final de novembro, por exemplo. Novas inaugurações e expansão são
diferentes em tamanho, mas na minha
opinião o tratamento deve ser semelhante. Nem toda ABL é igual, inclusive
dentro de um mesmo <i>shopping</i>
comparando área existente e expansão.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Aumento de participação nos shoppings é muito mais
fácil de trabalhar, basta ajustar a base para considerar o aumento na
participação societária. Novos shoppings (ou venda de empreendimentos) também
não é tão difícil porque basta acrescentar na base ou analisar a aquisição em
separado e depois incorporar na base. Mas esse tipo de movimento não é tão
comum dentre as empresas de capital aberto e me lembro mais de vendas de
participação do que aquisição.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Até agora, eu descrevi os cuidados necessários para
analisar o passado. Para empreendimentos ainda a serem inaugurados, a projeção
deve levar em conta o prazo previsto de inauguração e uma previsão do potencial
de geração de receita. As próprias empresas costumam divulgar as estimativas de
NOI (<i>Net Operational Income</i>, lucro
líquido operacional), então o analista pode usar essa estimativa ou fazer a sua
própria.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Uma particularidade de <i>shopping centers</i> é a receita diferida, também conhecida como luvas,
adiantamento de clientes, instalações técnicas e outros nomes que significam a
mesma coisa. Quando o empreendimento está em fase de construção, as empresas já
acertam o aluguel das futuras lojas para acelerar a geração de receita e,
principalmente, para viabilizar o investimento. Comercialmente, é muito mais
fácil alugar lojas quando já há uma base de lojistas comprometidos com o
empreendimento e demora em conseguir lojistas pode significar que a empresa
tenha que reduzir o aluguel, reduzindo a rentabilidade. Em geral, esse acerto
inclui um pagamento adiantado. Contabilmente, essa é uma receita diferida, uma
entrada de caixa que tem como contrapartida o passivo Receitas Diferidas. Nada
mais é do que o adiantamento de aluguel, já que no futuro o lojista pode abater
esse valor do aluguel a pagar. Não é uma receita pelo regime de competência já
que não houve a prestação do serviço e apenas será reconhecido como receita (de
maneira destacada na DRE) quando efetivamente houver a prestação do serviço
quando o empreendimento for inaugurado. Nesse caso, será uma receita não-caixa
que tem como contrapartida o passivo Receitas Diferidas.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Naturalmente os shopping centers afetam o ativo da
empresa, mas não a conta de Imobilizado como alguém poderia supor, e sim o
Investimento na parte Propriedades para Investimento. É possível contabilizar
ao custo ou ao valor justo, conforme já <a href="http://empresasemercados.blogspot.com/2015/07/valor-justo-de-propriedades-para.html">escrevi
antes</a> e não pretendo me estender aqui. Uma coisa importante é separar os
ativos em operação dos ativos em andamento e infelizmente nem toda empresa faz
essa separação no Balanço. Há dois tipos de investimento: investimentos nos
ativos operacionais para manutenção ou investimento nos empreendimentos em
construção. Quando termina a construção, há uma transferência de contas e esse
novo empreendimento passará a ser depreciado (se avaliado ao custo). Como são
ativos de longa vida útil, reinvestimentos não serão necessários por um longo
tempo após a inauguração e essa é outra diferença bem importante para o varejo,
que possuem lojas de menor vida útil projetada.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i>Shoppings</i>
são parte do varejo, mas devem ser analisados de maneira diferente das
varejistas que muitas vezes são suas clientes. Para resumir as diferenças em
uma única ideia, que gera todas as diferenças de tratamento descritas ao longo
do texto, nem toda ABL é igual.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-68947030067111458392018-05-29T10:00:00.000-03:002018-05-29T10:00:06.811-03:00Como é uma empresa sem capital de giro?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmGHrYPfFewQJip7oikyTfWqHdBr-zZme7871khaKULXVp3EBfWmnoJWOaDABh07gOZD30KpAHilC3BZJimT-pa0nmUoF0F7-wKdaqZQXl6LHkDLrQhJWyXZp8ciWdmH2LUSiHdURfHORg/s1600/IMG_20180505_170335280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmGHrYPfFewQJip7oikyTfWqHdBr-zZme7871khaKULXVp3EBfWmnoJWOaDABh07gOZD30KpAHilC3BZJimT-pa0nmUoF0F7-wKdaqZQXl6LHkDLrQhJWyXZp8ciWdmH2LUSiHdURfHORg/s400/IMG_20180505_170335280.jpg" width="225" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Duas notícias publicadas exatamente no mesmo dia
ilustram casos de empresas com problemas de capital de giro, por motivos
diferentes: <a href="http://www.valor.com.br/empresas/5438257/endividada-futurama-busca-verba-de-investidor">Supermercado
Futurama</a> e <a href="http://www.valor.com.br/empresas/5438259/lyon-quer-devolver-br-pharma-socios-do-btg">Brasil
Pharma</a>.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Capital de giro raramente é um problema sério para
empresas de capital aberto (pelo menos da perspectiva de fora da empresa),
embora seja apontado como uma das principais causas de mortalidade de pequenas
e médias empresas pelo <a href="https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_mortis_2014.pdf">Sebrae</a>.
Em aulas de análise de demonstrações financeiras fala-se bastante em
indicadores de liquidez e de capital de giro, mas a verdade é que esses
indicadores não são muito utilizados ao menos para se analisar empresas de
capital aberto. Claro que capital de giro é um tema importante nesse tipo de
análise já que se trata de <a href="http://empresasemercados.blogspot.com.br/2015/01/o-que-e-capital-de-giro.html">um
investimento que a empresa precisa fazer</a>, mas o foco da análise é menos
verificar se a liquidez circulante ou geral é adequada e sim o quanto de caixa
se torna indisponível e o impacto nos fluxos de caixa futuros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O primeiro caso a ser comentado aqui, Brasil
Pharma, é parcialmente uma exceção ao mencionado no parágrafo acima. A companhia
desde 2016 já mencionava que a falta de capital de giro, principalmente
estoque, estava prejudicando as suas operações. De fato, as vendas nas mesmas
lojas (<i>Same Store Sales</i> – SSS) tinham
crescido 2,1% em 2015, em 2016 registraram queda de 37,1% e 57,2% em 2017. O
capital de giro em dias era positivo e girava em torno de 40 dias em 2013 e
2014. Já em 2015 tinha caído para 23 dias e a partir do segundo trimestre de
2016 caiu para o campo negativo para nunca mais voltar a ser positivo. Basicamente,
o estoque estava baixo e as contas a pagar com fornecedores foram se
acumulando, resultando em queda de vendas. No terceiro trimestre de 2016, a
Brasil Pharma comentou no <i>release</i> de
resultados (pela primeira vez) que a companhia seguia com restrição de caixa, que
prejudicava a sua posição de estoque, “gerando ruptura e queda de vendas”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Em valores monetários (em R$ mil), é essa a
situação da companhia nos últimos anos:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJtPC-5NH-rgihYKsv424M2Rla3JUTn6EXx-TanFi6wvfOVtYFzFWBF-prbVLWOO3fBSrIQC-dwFvQ8hxbByuvsAnPL7aMsf74BwBzpt-ygXSkcp5zcWNSIcX8NfjocnrNiYI4voGfmUin/s1600/Tabela.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="162" data-original-width="446" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJtPC-5NH-rgihYKsv424M2Rla3JUTn6EXx-TanFi6wvfOVtYFzFWBF-prbVLWOO3fBSrIQC-dwFvQ8hxbByuvsAnPL7aMsf74BwBzpt-ygXSkcp5zcWNSIcX8NfjocnrNiYI4voGfmUin/s1600/Tabela.png" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A razão para esse desempenho é má gestão. A Brasil Pharma
nasceu para ser uma consolidadora de farmácias e cresceu rapidamente através de
aquisições. Mas o que se viu foi uma grande dificuldade de integrar as
operações que atuam em diferentes regiões do país e que não eram empresas.
Antes da derrocada, a Brasil Pharma já vinha apresentando dificuldades com
prejuízos operacionais e forte queima de caixa. No primeiro trimestre de 2014,
a empresa saiu de uma posição de caixa de R$ 406 milhões para R$ 98 milhões e o
saldo de caixa só se reduziria no futuro. Nesse trimestre, a empresa teve um
prejuízo líquido de R$ 196 milhões e reduziu a conta de fornecedores em R$ 117
milhões, o que explicaria a variação no caixa. Do último trimestre de 2013 em
diante, a empresa passou a ter prejuízos operacionais que ajudavam a queimar o
caixa e as restrições de capital de giro que começariam a afetar a empresa de
maneira mais grave eram apenas questão de tempo. Logo, uma combinação de custos
e despesas elevados com dificuldades em lidar com o capital de giro são os
culpados pela situação da empresa que pediu recuperação judicial no começo de
2018.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A situação da Brasil Pharma é tão grave que
precisou captar em janeiro mais dívida em adição ao mais de R$ 1 bilhão de
dívida bruta que já tinha simplesmente para fechar lojas e pagar dívidas
trabalhistas relacionadas. Uma empresa que está com a mesma dificuldade é a Boa
Vista Energia, distribuidora de energia de Roraima, controlada pela Eletrobras,
que tenta privatizar essa e outras cinco distribuidoras. Questionada pela Aneel
sobre seu elevado custo operacional, a distribuidora alega que não tem dinheiro
para arcar com os custos rescisórios, afirmando ter pago no passado R$ 1,76
milhão para demitir apenas três funcionários (ver <a href="https://twitter.com/AnaliseEnergia/status/975748022075314179">aqui</a>).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Só para encerrar o caso da Brasil Pharma, o quão úteis
são os indicadores de liquidez? Embora apontem para a direção certa (sair de
capital de giro positivo para negativo é um grande sinal de alerta), outras
maneiras de analisar e projetar capital de giro também indicam os problemas que
a empresa poderia estar passando. Em geral, projeta-se capital de giro
calculando cada componente como uma proporção da receita ou do custo
baseando-se no histórico da empresa. Quando a empresa sai de seu padrão
histórico é motivo para prestar mais atenção no assunto. A situação da Brasil
Pharma poderia ser positiva, já que capital de giro negativo é uma situação que
gera valor SE a empresa conseguir suportar essa situação. O problema é que esse
é um grande “se” e nenhuma empresa sai de capital de giro positivo para
negativo impunemente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O segundo caso, Supermercado Futurama, já conta com
problemas de outra natureza. A empresa está sendo acusada de sonegação e está
com as contas bloqueadas e penhoradas. Ao que parece pela <a href="http://www.valor.com.br/empresas/5438257/endividada-futurama-busca-verba-de-investidor">notícia</a>
divulgada no Valor, é menos um caso de incapacidade de pagamento e mais uma
tentativa de enganar a Receita Federal. O resultado é que a empresa
simplesmente não tem recursos para fazer a operação girar, o que se reflete em
especial no estoque. Como é possível ver na foto acima (tirada por mim mesmo em
uma das lojas do grupo), as gôndolas estão vazias porque a empresa não tem como
reabastecer as lojas. Tentei constatar fenômeno parecido com a Brasil Pharma,
mas fui a uma loja da Farmais (pertencente ao grupo) em São Paulo e ao menos
com essa loja parece que está tudo bem. Futurama não divulga seus números
contábeis básicos, mas deve estar enfrentando a mesma queda brutal de
faturamento que a Brasil Pharma enfrenta desde 2016.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Esse texto já estava quase pronto faz alguns dias,
mas estamos presenciando neste momento fenômeno parecido de forma bastante
disseminada com a greve dos caminhoneiros, que todo mundo deve estar
acompanhando. Para quem por algum motivo não está acompanhando ou para quem lê
este texto muito tempo depois de sua publicação, basicamente a alta no preço do
diesel disparou uma greve de caminhoneiros que se estendeu por dias e
interrompeu o abastecimento de diversos itens, de combustíveis a alimentos.
Isso afetou seriamente a vida econômica das pessoas, com dificuldade em
reabastecer o carro, redução nos estoques dos supermercados (pelo menos por
onde andei, não no nível do Futurama), falta de insumos médicos, interrupções
no transporte público, entre outras coisas que nós damos por garantido que vão
funcionar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Então, para aproveitar o gancho que esses dias a
mais do texto estando parado me deu, capital de giro acaba não sendo tão
relevante para analisar uma empresa não porque não é importante (como os
exemplos aqui não me deixam mentir), e sim porque damos por garantido que vai
funcionar do jeito que deve funcionar e que outras questões operacionais e
financeiras requerem mais atenção por parte do analista porque afetam mais o
valor da empresa. Da mesma maneira, só damos valor para estradas livres para o
trânsito de mercadorias quando há interrupções como a que estamos presenciando
no momento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outras leituras:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://exame.abril.com.br/negocios/os-erros-e-a-queda-da-br-pharma-criada-com-planos-grandiosos/">https://exame.abril.com.br/negocios/os-erros-e-a-queda-da-br-pharma-criada-com-planos-grandiosos/</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://www.istoedinheiro.com.br/existe-saida-para-a-br-pharma/">https://www.istoedinheiro.com.br/existe-saida-para-a-br-pharma/</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="http://www.valor.com.br/empresas/5438257/endividada-futurama-busca-verba-de-investidor">http://www.valor.com.br/empresas/5438257/endividada-futurama-busca-verba-de-investidor</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<a href="http://www.valor.com.br/empresas/5438259/lyon-quer-devolver-br-pharma-socios-do-btg">http://www.valor.com.br/empresas/5438259/lyon-quer-devolver-br-pharma-socios-do-btg</a><o:p></o:p></div>
<br />Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-12073946445285600312018-04-27T13:38:00.002-03:002018-04-27T13:40:47.027-03:00Projeção de Receita<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<h2>
<span style="font-size: large;">Um dos passos mais importantes na avaliação de uma
empresa é a projeção de sua receita, já que a receita é a base dos resultados
da empresa.</span></h2>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br />
Cada setor empresarial tem as suas particularidades,
o que faz com que cada um tenha um modo diferente de projetar receitas. É
possível ainda que empresas do mesmo setor tenham diferenças que tornem
necessário adotar um método diferente ou ajustes drásticos no método usado em
outro caso, muitas vezes por conta da diferença das informações prestadas pelas
empresas.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O raciocínio básico para começar a projeção de
receita é partir de uma base comparável e projetar a receita dos ativos
atualmente em operação para depois acrescentar a receita adicional gerada por
novos ativos. Vou usar o exemplo do varejo que é o mais simples de se entender (ao
menos o conceito básico) ao longo do texto. Varejistas geram receitas através
de suas lojas e o crescimento pode vir de duas fontes principais: as mesmas
lojas e novas lojas. Se você está analisando o crescimento nos últimos 12
meses, deve analisar o desempenho das lojas que existem no ano ou trimestre em
questão com as mesmas lojas que existiam 12 meses atrás. Essa é a métrica
“vendas mesmas lojas”, em inglês “<i>same
store sales</i>”. É possível usar outros termos como “<i>like for like</i>” ou outras métricas como “vendas mesmas áreas”, mas a
ideia em comum é analisar o desempenho em uma base comparável. Certos
varejistas de moda vendem a sua produção através de lojas franqueadas ou lojas
de terceiros e pode ser necessário criar várias bases de acordo com o canal de
vendas e temos duas métricas diferentes: venda ao varejo e venda ao consumidor
final (<i>sell-in</i> e <i>sell-out</i> respectivamente). O comportamento dessas métricas de
crescimento pode ser bem diferente, com a venda aos franqueados ou loja de terceiros
podendo ser mais fracas em uma recuperação das vendas porque essas lojas ainda
têm estoques adquiridos no passado, então é necessário um exame mais cuidadoso
quando esse é o caso. Sobre a base comparável, acrescenta-se o desempenho das
novas lojas, que irão compor a base comparável no futuro.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Uma vez criada essa base comparável, parte-se para
a projeção de crescimento e aqui que entra o trabalho do analista. Várias são
as possibilidades dependendo da situação da empresa. Algumas métricas de
comparação são importantes como o crescimento do PIB nominal, crescimento real
+ inflação, desempenho do setor, desempenho passado da empresa entre outras. Um
cuidado necessário é utilizar a dimensão correta, que é variações nominais a
não ser que a sua análise seja em termos reais. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O desempenho do setor deve ser tomado com certo
cuidado, não apenas porque a empresa pode ser muito diferente de seu setor, mas
também porque esse número incorpora a abertura de novas lojas. Um setor pode
estar apresentando um crescimento expressivo, a própria empresa como um todo
pode crescer muito acima do PIB ou do setor, mas boa parte disso se dá por
conta das novas lojas. Raciocinando com um pouco de bom senso, não é possível
projetar um crescimento de 20% ao ano das mesmas lojas (considerando uma
inflação de 4% ao ano) já que isso significaria que as mesmas lojas estão
sempre cheias, com filas quilométricas saindo pela rua (e as pessoas aceitam
passar por essas filas) ou estão operando 24 horas por dia. O crescimento de
base comparável em geral é modesto, não muito longe do crescimento do PIB
quando positivo, mas um momento mais favorável do setor favorece a abertura de
novas lojas e, por consequência, o crescimento mais acelerado da receita.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A abertura de novas lojas tem reflexos em contas do
balanço patrimonial como o capital de giro (contas a receber, a pagar e
estoques), imobilizado e intangível. No imobilizado, a razão é bem simples: a
abertura de novas lojas requer investimento nessas novas lojas que se reflete
diretamente no Imobilizado. Para varejistas que produzem os produtos que vende
(como os varejistas de moda), a relação é mais difícil já que há ativos
relacionados com a produção e distribuição (fábrica, armazém logístico etc.) e
ativos relacionados com a venda.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Em textos futuros, pretendo explicar o que penso
sobre a projeção de receita em outros setores e considero este texto a
descrição do varejo, independente do tipo de varejo. A idéia básica de partir
de uma receita base gerada pelos ativos atualmente em operação e adicionar a
receita de novos ativos funciona bem em diversos casos. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Apenas algumas ressalvas iniciais: vou apenas
escrever sobre os setores que eu já analisei e pretendo manter o tom genérico
deste texto, sem entrar em maiores detalhes sobre como operacionalizar a
projeção. Sobre o segundo ponto, é menos não revelar segredos profissionais e
mais o fato de que cada analista tem seus próprios métodos e eu não desejo que
o leitor pense que esse é o jeito padrão ou correto de se fazer projeção. Um
conhecido meu me contou sobre um trabalho em grupo na faculdade que consistia
na elaboração de um plano de negócios, incluindo a avaliação financeira do
projeto. No exemplo dado em sala, o professor não havia incluído o capital de
giro para simplificar o exemplo. Resultado? Nenhum grupo a exceção de dois
incluiu o capital de giro na análise financeira, o que claramente é um absurdo
e exemplo de desastre que pode ocorrer quando os alunos mimetizam os professores.
Então, para evitar um fenômeno parecido, acho melhor escrever de maneira mais
genérica porque o caso concreto irá variar de empresa para empresa, de analista
para analista. Nesse ponto, a pior coisa possível é adotar uma receita de bolo
fornecida por alguém. Ao longo do tempo, o mesmo analista irá usar o mesmo
método, com refinamentos conforme a experiência acumulada, mas o ideal é que
cada um faça o seu próprio método ao invés de copiar o de outro.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-61775533902680129272018-04-24T16:56:00.002-03:002018-04-24T17:03:00.323-03:00Impairment, computador velho e plágio<h2 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Se a minha vida fosse uma série de TV, esse
capítulo de hoje seria daqueles em que três situações se desenvolvem em
paralelo, aparentemente sem conexão alguma, mas que no fundo se mostram unidas
por um tema em comum.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O primeiro arco desta história é sobre o meu velho
computador, montado em 2014. Fiscalmente, computadores depreciam a 20% ao ano,
ou seja em 5 anos estariam 100% depreciados à taxa de 20% ao ano.
Contabilmente, no entanto, o ativo pode ter uma vida útil diferente e portanto
seria depreciado a uma taxa diferente daquela exigida pelo Fisco. Fiscalmente,
o computador já está 85% depreciado. Em meados do ano passado, quando a
depreciação acumulada seria de 75%, eu tenderia a discordar da estimativa de
vida útil porque não achava que o computador funcionava a 75% de quando eu o
comprei. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Na internet, há a expressão “Life comes at you fast”
e no meu caso foi: “Depreciation came at me fast” e já desde os últimos meses
do ano passado o computador passou a apresentar uma série de problemas, tela
azul, congelamento e reiniciações indesejadas se revezando. Está em um ponto em
que eu me questiono se o valor justo dele não seria 0% e não seria melhor jogar
fora e comprar um novo. Teimo em tomar qualquer decisão mais drástica, estou
tentando remediar, mas a situação parece só complicar, inclusive por ação
minha. Em particular, a memória RAM parece ser o problema. O programa de
diagnóstico do Windows não detecta nada, mas o Memtest sim e inclusive trava o
computador após algum tempo de análise. A melhor decisão seria trocar logo a
maldita memória RAM, mas são 4 pentes de 8 GB, não tenho muita condição de
trocar todos e teimo em não admitir usar apenas 8 GB. Pensava que o problema
poderia ser de software ou outro problema de hardware, o programa que analisa
tela azul diz que “é um típico erro de software” e eu teimo em não tentar nada
que me custe dinheiro. Outros problemas foram surgindo e agora estou com um
computador que trava do nada, o Chrome não funciona, outras coisas não funcionam
e está pior do que quando comecei a minha mais recente tentativa de
consertá-lo.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O segundo arco deste capítulo não me diz respeito
pessoalmente, mas é uma “treta” de internet que estou acompanhando. Trata-se de
uma Youtuber brasileira pega copiando o roteiro de canais estrangeiros. Não é
simplesmente falar do mesmo tema ou tendo as mesmas ideias, e sim falar as
mesmas coisas, na mesma ordem, repetindo incluindo piadas e comparações
estranhas. Tudo começou com um (1) caso de plágio, mas a situação foi se mostrando
mais complicada e agora já são 6 casos e contando, incluindo um vídeo
questionando se a criatividade na internet tinha acabado e um vídeo de anos
atrás. Dessa forma, é de se questionar se a pessoa fez algum conteúdo original.
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Acompanho esse caso desde seu início e a situação
poderia ter sido resolvida logo de início com a Youtuber reconhecendo o seu erro
assim que confrontada pelo primeiro plagiado que descobriu o mau feito,
deletando o vídeo mencionado (e todos os outros que foram fruto de plágio) e
deixando a história morrer. Já me adiantando, o tema deste capítulo é
<i>impairment</i>, mas poderia ser gerenciamento de crises e sobre como é incrível que
a pessoa confrontada com a escolha de fazer a coisa certa, a menos errada, a
errada e a pior coisa possível, escolheu consistentemente a quarta opção. Se
fossemos fazer um diagrama de árvore de decisões e a quarta escolha abrisse um
ramo descendente, esse gráfico já estaria transbordando a parte de baixo da
folha. Não apenas a pessoa se recusou a admitir o que fez, mas está negando a
despeito de toda a evidência contra ela, evidência que qualquer pessoa com conhecimento
de português e inglês além de cérebro e ouvidos funcionais reconheceria como
irrefutável. Não apenas isso, está ameaçando pessoas que a criticam e tenta se
fazer de vítima, dizendo que está sofrendo ataques. De fato, muitas pessoas a
estão questionando, com maior ou menor grau de agressividade, mas tudo por
conta do fato de até agora não admitir os plágios cometidos. Aquele que
primeiro foi notificado que foi plagiado fez um vídeo contando sobre esse caso
e mostrando comparações que não deixam dúvida de que se trata de plágio. Agora
a bola está com a plagiadora, que pode enviar uma notificação de direitos
autorais para derrubar esse vídeo, o que me parece que seria uma péssima
decisão e poderia ter conseqüências drásticas que talvez ela nem calcule. Pelo
padrão visto até o momento, as chances de a pessoa se decidir nesse sentido são
bem grandes.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O terceiro arco da história é a única parte fictícia,
mas tomo a liberdade poética. Imagine que eu estivesse analisando uma empresa
com suspeitas de corrupção que requerem o <i>impairment </i>de ativos. Empresas que
estiveram em uma situação parecida são as estatais Petrobras e Eletrobras, que
realizaram elevadas baixas contábeis frutos da corrupção. Mas imagine nesse meu
capítulo fictício que a empresa resistisse a tomar essa decisão. Se tivesse
cortado o problema desde o início, nunca chegaríamos a tal crise, mas as baixas
não ocorreram logo de início e agora (ficticiamente) a empresa está em
confronto direto com o mercado. Se recusa a prosseguir com as baixas contábeis,
insiste que os demonstrativos contábeis refletem fielmente a realidade econômico-financeira
da empresa, passa a ameaçar jornalistas e analistas que tocam no assunto e se
diz vítima de perseguição. A essa altura, ninguém leva a sério os
demonstrativos contábeis da empresa e os analistas passam a se perguntar qual é
a real dimensão das baixas contábeis necessárias já que a própria empresa não
traz essa informação e passam a desconfiar de que tudo pode estar contaminado.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Neste ponto, o tema em comum já parece ficar claro
para o “telespectador”. Se quiser adicionar mais um elemento nesse já complexo
roteiro, imagine como pano de fundo o presidente da república sendo pego em uma
gravação admitindo, no mínimo, ser conivente com o pagamento de suborno e,
apesar da incontestável evidência, nega tudo. Em séries de tom mais otimista, o
final do capítulo é o desfecho positivo, mas no segundo e no terceiro caso tal
desfecho vem com um preço. A Youtuber e a empresa estão em uma situação de
descrédito total, ninguém em sã consciência acredita em nenhuma das duas e
questionamento são naturais. Depois de descobertos os maus feitos, a vida não
tem como seguir normalmente até que se reconheça os erros passados. A solução
para ambos os casos é o <i>impairment</i>: a Youtuber reconhece o seu erro, apaga
todos os vídeos afetados e promete não fazer mais isso; a empresa reconhece os
maus investimentos do passado, faz a baixa contábil transparentemente e segue
com a vida. Nos dois exemplos que eu dei, tanto a Petrobras quanto a Eletrobras
vinham cercadas de desconfianças e, entre outras coisas, deram baixas contábeis
em maus investimentos de forma a mostrar balanços mais condizentes com a
realidade. A melhora que as duas empresas tiveram não foi fruto apenas disso,
mas deve ser revigorante deixar para trás o passado vergonhoso e seguir em
frente para um futuro melhor. Tanto Petrobras quanto Eletrobras estão diante de
um horizonte muito mais róseo pela sua frente, e com as decisões certas a Youtuber
pode também deixar a sua atual situação e olhar para frente com mais confiança.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
E o meu computador, do arco 1? Bom, ainda não estou
certo de que a melhor decisão é dar uma baixa contábil completa, mas, diferente
dos demais casos, ainda acredito que o ativo é recuperável. Espero não estar
passando pelo mesmo auto-engano da Youtuber e da empresa fictícia do arco 3. </div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-27807678838975836662017-09-12T10:01:00.001-03:002017-10-20T13:32:42.620-02:00Lista de empresas com planos de IPO<h2>
<span style="font-size: large;">Neste texto, que pretendo atualizar constantemente, listo as empresas que têm planos de abrir o capital via IPO segundo informações da imprensa:</span></h2>
<br />
<b>Com pedido na CVM</b><br />
Neoenergia<br />
Algar Telecom<br />
BR Distribuidora<br />
Burger King<br />
<br />
<b>Especulações</b><br />
Cinesystem, já com registro de companhia aberta - Fonte: <a href="http://exame.abril.com.br/mercados/18-ipos-na-fila-para-2017/">Exame</a><br />
Stara - Fonte: <a href="http://exame.abril.com.br/mercados/18-ipos-na-fila-para-2017/">Exame</a><br />
Allied - Fonte: <a href="http://exame.abril.com.br/mercados/18-ipos-na-fila-para-2017/">Exame</a><br />
Grupo Quality - Fonte: diversas, incluindo a <a href="http://www.quality.com.br/grupo-quality-s-a-compra-premier-it-por-r-31-milhoes-visando-ipo/">própria empresa</a><br />
Infraero - Fonte: várias, inclusive <a href="http://www.valor.com.br/brasil/4928678/governo-preve-concluir-plano-de-estruturacao-da-infraero-em-30-dias">Valor</a><br />
Stone (visando 2018) - Fonte: <a href="http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/stone-garimpa-fundos-de-private-equity-de-olho-em-abertura-de-capital/">Estadão/Broadcast</a><br />
Centauro - Fonte: <a href="http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/depois-de-reestruturar-divida-centauro-parte-para-ipo/">Estadão/Broadcast</a><br />
Bioritmo-Smart Fit (pediu registro de companhia aberta) - Fonte: várias, incluindo <a href="http://www.infomoney.com.br/mercados/acoes-e-indices/noticia/6889505/rede-academias-smart-fit-pede-registro-inicial-companhia-aberta">Infomoney</a><br />
Austral - Fonte: <a href="http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/irb-motiva-seguradora-austral-da-vinci-a-cogitar-ipo/">Estadão/Broadcast</a><br />
Correios - Fonte: Ministro da Fazenda, conforme relata <a href="http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/6970019/ipo-uma-boa-alternativa-para-correios-diz-meirelles">Infomoney</a><br />
Saneago - Fonte: <a href="http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/saneago-contrata-bancos-de-investimento-para-tocar-ipo/">Estadão/Broadcast</a><br />
<br />
<b>Desistências recentes</b><br />
Unidas (iniciou processo e desistiu) - <a href="http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/nova-tentativa-da-unidas-para-ipo-deve-demorar/">Saiba mais</a><br />
Log Commercial (pediu registro de oferta e desistiu) - <a href="http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKCN18F1ZR-OBRBS">Saiba mais</a><br />
NotreDame Intermedica (pediu registro de oferta e desistiu) - <a href="http://www.valor.com.br/empresas/5034440/notredame-intermedica-desiste-de-oferta-inicial-de-acoes">Saiba mais</a><br />
Tivit (Iniciou o processo e desistiu) - <a href="http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,preco-baixo-faz-tivit-desistir-de-ipo-na-b3,70002020506">Saiba mais</a><br />
<br />
<b>Descartadas (por enquanto)</b><br />
Boticário - Fonte: <a href="http://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2017/08/epoca-negocios-boticario-avalia-oportunidades-de-aquisicoes-descarta-ipo.html">Época Negócios</a><br />
DPSP (Drogaria São Paulo) - Rumor: <a href="http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/grupo-dpsp-das-drogarias-pacheco-e-sao-paulo-tira-da-gaveta-plano-de-ipo/">Estadão/Broadcast</a>; <a href="https://twitter.com/valor_economico/status/915920972041134080">desmentido</a><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-40545349044744540002017-05-05T13:51:00.003-03:002017-10-20T09:51:19.988-02:00O que não gosto nas divulgações de resultados<h2 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nas
demonstrações contábeis, as Notas Explicativas são a parte mais importante para
avaliação de ações, na minha opinião. Através delas, temos mais detalhes sobre
as diversas contas que precisam ser projetadas a fim de se chegar ao valor
justo da empresa.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
Infelizmente,
os arquivos de divulgação, seja a Demonstração Financeira Padronizada (DFP) ou
o Informações Trimestrais (ITR), seja ao <i>release</i>
de resultados vez ou outra contém alguns problemas, em especial DFP/ITR. As
minhas principais frustrações ao planilhar as Notas Explicativas (já por volta
de 45) até agora foram:</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Problemas
no arquivo – Já vi diversas empresas com problemas em seus arquivos no formato
PDF, tais como PDF protegido para cópia ou formatado de uma maneira que é
difícil ou impossível copiar e colar as informações, o caso mais extremo sendo
colocando tudo na forma de imagem, algo raro e concentrado em divulgações bem
distante no passado (nem tão remoto, por volta de 2011). Outros problemas de
formatação incluem tabelas desniveladas, números com formato incorreto
(geralmente, ao tentar copiar e colar, o primeiro digito não é copiado), letras
e números em um padrão estranho (que geram uma série de símbolos estranhos ao
copiar e colar). PDF protegido ainda dá para “dar um jeito” de desproteger, mas
se o arquivo não é formatado da maneira correta, a única alternativa é
transportar as informações para uma planilha manualmente, o que não apenas é
mais trabalhoso, mas aumenta a chance de erros. Outro problema é a empresa
colocar o documento errado (no lugar do DFP de 2014, por exemplo, coloca outro
arquivo ou mesmo nenhum) ou disponibilizar o arquivo apenas em inglês (a língua não é o problema, e sim a troca de ponto por vírgula).</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Informar
variações, não valores – Algumas empresas mostram a predileção por informar a
variação de alguns números, seja em porcentual, seja em valores absolutos, não
como um complemento na informação, e sim como a própria informação. Ou seja, ao
invés de informar que as vendas foram de X no atual ano e Y no ano anterior,
informam que a variação foi de X – Y. Eu acho péssima essa forma de
comunicação. O usuário das demonstrações contábeis (supostamente) domina as
quatro operações matemáticas, então, não seria nem difícil nem trabalhoso
chegar a X – Y por conta própria, ao mesmo tempo em que precisa dos valores de
X e Y para fazer as suas análises. Não é muito comum, mas acontece.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Informações
só no DFP – Algumas empresas divulgam alguns números apenas no DFP e omitem
esses dados nos ITRs. Não me agrada essa prática, já que muitas vezes as
análises são feitas com base nos trimestres, e não apenas com os dados anuais.
Mesmo que eventualmente a projeção seja anual, aumentar a freqüência dos dados
para fins de análise só tende a ser benéfico. E simplesmente não acredito que
haja informações que sejam relevantes apenas uma vez por ano.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Mudança
nos termos – Consistência é uma virtude importante para as divulgações
contábeis e financeiras. Se for possível mudar para melhor, ou seja, para
apresentar mais informações, então é válido que se mude. O que prejudica é a
mudança de termos, ou seja, chamar de maneiras diferentes uma mesma conta. O
ideal seria que todas as empresas do setor usassem os mesmos termos, mas o
mínimo seria a mesma empresa sempre usar o mesmo termo. Em <i>shopping centers</i>, temos as chamadas luvas, que é o adiantamento de
aluguel dos lojistas. Vi uma série de termos diferentes para o mesmo conceito,
o mais básico (e mais correto) sendo Receita Diferida, mas temos ainda
Estruturas Técnicas, Luvas, Adiantamento de Clientes e por ai vai. Garantia
Física, um termo importante para as geradoras de energia elétrica, pode também
ser chamada de Energia Assegurada ou Energia Comercializável. O ponto negativo
de se mudar os termos é que você faz o Ctrl + F procurando o termo e depois
pensa que a empresa deixou de divulgar as informações, o que nos remete ao
próximo tópico...</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Parar
de informar – Algumas vezes, as empresas param de fornecer alguma informação
importante. Por exemplo, no passado poderia haver uma nota explicativa sobre “Imobilizado”
e depois de algum tempo essa nota deixar de ser informada. Quando é algo que
não é tão relevante, o problema não é tão grande assim, mas nunca se sabe para
quem essa informação é ou não “tão relevante”.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Informar
na apresentação, não no <i>release</i> – Algumas
informações, principalmente de natureza gerencial, constam do <i>release</i> de resultados, mas não do
ITR/DFP. Geralmente, as empresas incluem o <i>release
</i>dentro do ITR/DFP e, mesmo que não seja o caso, basta consultar ambos os documentos
na hora da análise. Porém, algumas vezes há a divulgação de uma informação na
apresentação de resultados, um arquivo no formato Power Point (geralmente
convertido para PDF) utilizado nas teleconferências de resultado. O problema é
que na maior parte dos casos isso não acontece (só vi dois casos das mais ou
menos 45 empresas que planilhei as NEs), então, você acaba não percebendo
quando é esse o caso. Só depois de muita frustração por conta da empresas não
divulgar um dado importante no ITR/DFP ou no release que você vai consultar a
apresentação e descobre que a informação está lá.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Ausência
de somas – Anteriormente, relembrei que o usuário das informações contábeis
sabe fazer as contas básicas. Mas agora vou reclamar da ausência de soma em
algumas ocasiões. Não tem problema a empresa divulgar em separado os dados do
Circulante e do Não-Circulante, desde que depois inclua a soma para facilitar o
trabalho do usuário. Com Empréstimos e Financiamentos, algumas vezes há a
divulgação em separado do principal, juros, encargos etc. Ótimo, mas ofereça um
somatório no final para quem não tem interesse em tantos detalhes. Tributos
Diferidos algumas vezes são separados em IR e CSLL. Apesar de não essencial, é
importante já que alguns resultados têm tributação apenas pelo IR ou apenas
pela CSLL e a separação pode ajudar a tornar isso mais claro. Porém, ajuda
quando há também o somatório. Claro, na hora de planilhar, é só somar no
próprio Excel, mas isso é um pouco mais demorado já que é necessário incluir o
= e tirar os pontos. Faça isso para umas 10 linhas por 36 demonstrativos
diferentes (supondo que você esteja planilhando trimestralmente desde 2011) e
isso ai custa um tempo razoável.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Positivo
ou negativo – Na hora de divulgar custos e despesas, devemos usar valores
positivos ou negativos? O certo mesmo é que seja negativo, mas na verdade tanto
faz. Porém, seja lá qual for a escolha, seja consistente e deixe sempre
positivo ou sempre negativo. A inconsistência atrapalha na medida em que você
precisa restabelecer o padrão na sua planilha, o que envolve mudar os sinais.
Nada de tão complicado (se era sempre positivo, basta tirar os parênteses), mas
às vezes pode dar um nó na cabeça, principalmente quando se trata de um “custo
positivo”, ou seja, que no padrão mais correto é positivo, mas no invertido é
negativo, e depois você já nem sabe mais como que é.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Trimestral
ou acumulado – Outra escolha é entre divulgar os números referentes ao
trimestre no ITR ou o acumulado do ano. As duas opções são válidas, mas eu
prefiro que os números fossem trimestrais (gostaria inclusive que assim fosse
no DFP) ou então ambos. Mesmo que eu sempre trabalhe com dados trimestres,
posso facilmente trimestralizar em um tratamento de dados antes da análise. Mas,
novamente, seja como for, seja consistente, e não fique mudando de um para o
outro entre um trimestre e outro. Isso sim atrapalha.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Título
e nomes esquisito dos arquivos – Um ponto que muitas vezes as empresas ignoram
é o título do arquivo. Quando você abre o arquivo PDF no próprio <i>browser</i>, aparece não apenas o nome do
arquivo (“ITR1T2017.pdf”), mas também o título e nem sempre esse título faz
sentido. Pode constar o nome de uma pessoa (que talvez nem trabalhe mais na
empresa e talvez seja o nome da pessoa da empresa de RI terceirizada), o nome
de outra empresa, o endereço no computador (“C:/...”), ou algo mais bizarro (não
lembro de nenhum exemplo desse último caso, e espero não me deparar com nada
muito traumatizante, mas pode acontecer!). É possível também que isso ocorra no
próprio nome do arquivo, o que considero ainda pior. Não é nada de tão
problemático, mas prefiro que as empresas (ou suas consultoras de RI) tenham
cuidado com isso. E também tirem o nome dos funcionários no nome do autor e
coloque nesse campo o nome da empresa (ou mesmo não coloquem nada).</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
* Inconsistência
nos dados retrospectivos – No ITR/DFP, é necessário não apenas informar os
dados do atual trimestre/ano, mas sim de um período anterior. Acontece que nem
sempre o retrospectivo bate com o dado do trimestre/ano de quando foi divulgado
pela primeira vez. Há sempre uma razão contábil para que isso aconteça, mas algumas
vezes não me parece um motivo forte o suficiente, como a reclassificação de
contas (do Contas a Receber para o Outros Ativo Circulantes, por exemplo). Pior
ainda quando há uma mudança do Tributos Diferidos ativo para o passivo (ou
vice-versa), já que isso afeta o total do Ativo/Passivo. Em certas ocasiões (em
especial após drásticas mudanças nas normas contábeis como ocorridas em 2009 e
2012), isso não apenas é importante como inescapável, mas em outros casos (como
os exemplos citados) é totalmente irrelevante e só atrapalha.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
São
esses os principais pontos da minha experiência de pouco mais de dois anos e mais
ou menos 45 demonstrativos planilhados. Infelizmente,essa lista é crescente e
posso voltar a escrever sobre isso no futuro (ou mesmo atualizar este texto).</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-16085771149313423172017-04-18T12:23:00.001-03:002017-04-18T12:24:11.252-03:00E se o mundo não fosse redondo?<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
Na
internet, está em voga a teoria da conspiração sobre o mundo não ter a forma
que pensamos ter (redondo, oval, helicoidal, como preferir). </div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
Embora
o título faça menção a isso, não é sobre esse tema que quero falar e até evitei
usar os termos mais utilizados para evitar mecanismos de busca. A questão é que
se isso fosse verdade, ou seja, que o planeta não tivesse a forma que pensamos
ter, isso não mudaria completamente nosso entendimento sobre tudo? E por mais
que seja um fato que a maioria das pessoas toma como verdade absoluta, ninguém tem
uma evidência pessoal (nem eu nem nenhum dos meus leitores entrou em órbita para
comprovar por si mesmo ou deu a volta ao mundo) e é algo que as pessoas sequer
pensam em ter uma argumentação para defender algo tomado como tão absoluto.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
Uma
discussão parecida com essa em Finanças é sobre a ausência de prêmio por risco.
O que entendemos sobre risco e retorno é que deve haver uma relação positiva
entre esses dois fatores, ou seja, deve haver alguma recompensa por assumir
mais risco e se há um retorno elevado é porque deve ter um risco elevado
envolvido. Claro que nem sempre assumir risco é recompensador (de outra forma,
não seria arriscado), mas toda a teoria de Finanças e Retorno Esperado tem como
base essa relação entre risco e retorno.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
Depois
de um tempo acompanhando com curiosidade até mórbida essa discussão no Twitter*,
lembrei de Eric Falkenstein. Ele escreve possivelmente o melhor blog de
Finanças que pouca gente lê (<a href="http://falkenblog.blogspot.com.br/">link</a>)
e cultiva essa teoria de que não há uma relação entre risco e retorno e
escreveu um <a href="https://www.amazon.com/Missing-Risk-Premium-Eric-Falkenstein/dp/1470110970">livro</a>
sobre o tema (disponível gratuitamente no Kindle Unlimited americano). Não me
aprofundei muito em seus argumentos, mas o pouco que vi não me impressionou. Baixo
retorno de ativos de alta volatilidade não é exatamente uma anomalia
inesperada, já que muitas vezes envolvem empresas em precária situação
financeira que provavelmente devem ir a falência com algumas poucas se salvando
e produzindo retornos espetaculares. Além do mais, essas empresas tendem a ter
um beta estatístico baixo, já que a correlação com o mercado é baixíssima, mas
beta tende a ser uma péssima medida de risco para essas ações. </div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
Ações
com tanta volatilidade tendem mais a serem precificadas como opções reais fora
do dinheiro que provavelmente vão virar pó, mas que podem serem “exercidas”
(nesse caso, sobreviverem) com retornos elevados nessa hipótese. Mesmo pensando
em uma perspectiva mais tradicional de avaliação, a taxa de desconto em
equilíbrio poderia ser menor não por conta de a empresa ter um risco menor, mas
porque investidores que gostam de correr risco são atraídos por esse tipo de
empresa (o que foi chamado de <a href="http://empresasemercados.blogspot.com.br/2009/07/journal-of-finance-54-n-4.html">ação-loteria</a>).
Nesse caso, o correto seria adotar uma taxa de desconto maior (talvez
acrescentando algum prêmio de risco por precariedade financeira), o que faria
com que a empresa valesse menos com maior retorno esperado. Isso faria com que
a ação fosse julgada como superavaliada (preço justo abaixo do preço de
mercado) e o mais sensato seria não recomendar a compra dessa ação. Se a ação é
persistentemente negociada acima do preço justo por conta dos “<i>risk lovers</i>”, paciência. </div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
Saindo
desse caso específico, podemos afirmar que deve necessariamente haver uma relação
entre risco e retorno. Preço no mercado de ações é definido como em qualquer
outro mercado, pela interação entre compradores e vendedores. O comprador abre
mão de liquidez em troca de um ativo de risco e o vendedor troca um ativo de
risco por caixa. As duas partes analisam o risco e o retorno dessa e de outras
transações na hora de decidir comprar ou vender. Se o ativo de risco sequer
oferece um retorno superior ao ativo considerado sem risco (ou seja, não há
prêmio por risco), então porque alguém aceitaria entrar nessa transação como
comprador? Tirando o caso mencionado acima, ninguém iria aceitar esses termos
de troca. Então, é muito difícil imaginar um mundo sem um prêmio por risco excetuando
os casos especiais. </div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
Mas
é importante entender a razão da existência da relação entre risco e retorno,
explicada de maneira básica acima. Igualmente, em Finanças Corporativas é
importante entender a razão do objetivo da empresa ser a maximização do valor
ao acionista (assunto analisado <a href="http://empresasemercados.blogspot.com.br/p/objetivo-das-empresas.html">aqui</a>
neste blog). Da mesma forma que o prêmio por risco, toda a área de Finanças
Corporativas (talvez toda a Administração de Empresas) teria que ser repensada
se você não considerar que este é o objetivo. Porém, diferente da relação entre
risco e retorno, assunto que qualquer livro ou curso de investimentos deve
abordar, nem todos os livros ou cursos de Finanças Corporativas estabelecem o
objetivo das empresas e um número ainda menor analisam a fundo essa questão. </div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
No
fim, teorias da conspiração são um pouco subestimadas, na minha opinião. Não
que eu acredite em alguma. Ingenuidade ou não, eu acredito que as coisas
acontecem e aconteceram mais ou menos da forma como as pessoas contam. Que o
homem foi à Lua, que Kennedy morreu do jeito que morreu e por ai vai. Mas o
interessante das teorias da conspiração não é que elas mudam a sua opinião
sobre o tema, e sim que elas permitem analisar a questão por outros ângulos e
forçam um entendimento mais formal sobre tópicos considerados como
autoevidentes (como os mencionados acima). Talvez nunca chegaremos ao ponto de
rejeitar a existência do prêmio por risco mas, ao menos para mim, essa
discussão será sempre bem-vinda.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div style="text-align: justify;">
*
De início, pensei em parar de seguir a pessoa que passou a escrever
obsessivamente sobre esse tema sem, a bem da verdade, escrever nada relevante
antes disso, mas fiquei curioso para saber até onde isso ia e não me arrependi!</div>
</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-59167142987786609062017-02-07T15:09:00.002-02:002017-02-07T15:09:55.416-02:00Custos e Despesas não-caixa<h2 style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Em avaliação de empresas, o que importa é a geração
de caixa, e não o lucro. Isso é um fato inquestionável, mas a divergência
começa em como diferenciar uma coisa da outra. Uma abordagem utilizada é a de
calcular algum tipo de lucro que desconsidera custos e despesas não-caixa, como
o EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), mas eu
prefiro utilizar outro método.</span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A grande dificuldade em se adotar uma métrica dessa
natureza é a sua definição e quais contas deveriam entrar nesse cálculo. A
Comissão de Valores Mobiliários criou uma Instrução Normativa para regulamentar
o cálculo, mas as companhias podem adotar as suas próprias métricas na forma de
um EBTIDA pró-forma. O problema é que há outras contas que não produzem efeito
no caixa além da depreciação e amortização e é possível alterar o cálculo do
EBITDA para considerar esses efeitos. Só que aí se perde a simplicidade e a
comparabilidade que a métrica deveria oferecer. A questão pode se tornar ainda
mais complexa com disputas de natureza até política sobre a inclusão ou
exclusão de alguma conta de resultado que pode resultar na criação do LADMN
(Lucro Antes de Más Notícias). Outra observação é que geralmente se exclui os
resultados financeiros do EBITDA, mas nem todo resultado financeiro está ligado
à dívida da companhia, possuem efeito caixa e poderia muito bem ser
classificada como uma despesa geral e administrativa (tarifas bancárias, por
exemplo).</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Se uma conta de resultado não produz efeito caixa,
pode procurar que em algum outro lugar há de ter efeito. Uma possibilidade é
que tenha efeito no Patrimônio Líquido ao invés do caixa, como despesa com
opções de ações. Outra é que tenha efeito no Ativo ou no Passivo e a solução
que eu adoto é analisar cada conta patrimonial e de resultados na hora de
estimar os fluxos de caixa, sem precisar criar uma métrica como EBITDA, NOPAT
ou seja lá o que for. Eu analiso a razão de existência da conta de resultado e
em alguns casos é possível atrelar essa conta com alguma conta patrimonial.
Dessa forma, é possível resolver simultaneamente o mistério de como projetar um
ativo ou passivo e também uma conta de resultado.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Vou mencionar dois exemplos. A Odontoprev possui
uma considerável Provisão para Riscos. Nas Notas Explicativas, é informado que
a maior parte se refere a uma disputa judicial a respeito do pagamento de INSS
para os dentistas como se fossem empregados da companhia, quando na verdade a
Odontoprev alega que são prestadores de serviços. A minha dúvida, então, era:
como projetar essa linha do balanço?</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Analisando mais a fundo a questão, percebemos que a
movimentação é basicamente atualização monetária e adições às provisões. De
início, pensei que essas adições eram novos processos contra a empresa, o que
não é bem o caso. Provisões, de maneira geral, são constituídas com um débito
nas despesas. Porém, procurei nas notas explicativas a respeito das despesas
gerais e administrativas, outros resultados operacionais e até no resultado
financeiro, e nada constava. Verifiquei a Demonstração de Fluxo de Caixa (que
só consulto para tirar dúvidas) e lá consta que essa é uma despesa não caixa
(adiciona caixa ao Caixa Gerado pelas Operações).</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Então que encontrei na divulgação de resultado a
informação de que o custo identificado como “Encargos sociais sobre serviços” é
a tal despesa (embora seja um custo) que adiciona às provisões. De fato, a
variação das provisões é praticamente idêntica à soma dos encargos sociais
sobre serviços e a atualização monetária das provisões. Mistério resolvido!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Agora sabemos que esse é um custo não caixa. Porém,
um cálculo de EBITDA ignorando esse fato iria considerar os encargos como um
custo com efeito caixa. No cálculo do EBTIDA da empresa há o ajuste para a
variação da PEONA, mas não para os encargos sociais. A empresa contabiliza esse
custo como se fosse devido, mas a contrapartida não é uma saída de caixa, e sim
um aumento nas Provisões para Riscos. E é importante analisar essa questão, já
que um dia a justiça irá decidir sobre a questão (espero que estejamos vivos
para ver isso!) e isso terá impacto na empresa. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Na minha análise, fiz duas avaliações: considerando
que a empresa irá ganhar a ação e considerando que irá perder. Seja qual for o
cenário, ele só iria se manifestar em uma data futura e até lá projetei a
Provisão somando os encargos sociais e a atualização monetária. Na data da
decisão, caso a empresa ganhe a ação, há a reversão da provisão, do tributo
diferido sobre a provisão e do depósito judicial (também atualizado monetariamente)
e o pagamento de um dividendo extraordinário; é como se a empresa estivesse
compensando o pagamento inferior de dividendos dos últimos anos, já que
registrou custos e despesas financeiras mais elevadas. Caso perca, a provisão é
zerada com o pagamento dos encargos devidos, o depósito judicial é zerado pois
ajuda a pagar esses encargos e a empresa ainda realiza o tributo diferido.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O segundo caso é referente à Qualicorp, que possui
no seu passivo uma Opção para Compra de Participações Minoritárias. A empresa
infelizmente não caracteriza de maneira muito precisa essa opção, chamando de
opção de compra para a empresa e opção de venda para os sócios. Já que se trata
de um passivo para a companhia, essa opção então é uma obrigação da empresa, a
de comprar as ações se os titulares da opção de venda (os sócios) exercerem a
opção. Esse passivo aumenta de valor contábil a cada trimestre por conta da
atualização do valor dessa opção, que é uma despesa financeira. Então, é bem
simples ligar uma coisa à outra e eu estimo simultaneamente a despesa
financeira com atualização das opções e o próprio valor das opções no Passivo.
Essa conta já não entra no EBITDA uma vez que é um resultado financeiro, mas
não tem nada a ver com pagamento de juros da dívida, de forma que deveria ser
analisada com mais cuidado uma vez que pode resultar em uma saída de caixa
expressiva para a companhia no futuro.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O processo pode até ser complexo pois exige
examinar cada conta patrimonial e de resultado, mas lida com problemas que são
ignorados pelo EBITDA ou por qualquer outro tipo de métrica. Não se trata aqui
de criar uma métrica, e sim examinar o que afeta ou não o caixa caso a caso. No meu entender, análise é sobre responder
perguntas e se não utilizo o EBITDA é porque eu encontro as respostas em outros
lugares. Nesse caso, encontrei nas notas explicativas e na análise de cada
conta patrimonial e de resultado relevante para a avaliação da empresa.</div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4507594108593951413.post-70842895875490610422016-11-01T10:00:00.000-02:002016-11-01T10:00:01.342-02:00Por que projetar preço justo futuro não faz sentido?<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A prática comum no que se refere à recomendação de
investimentos com base em análise fundamentalista é informar o preço-alvo (ou
valor justo, como preferir chamar) para uma data futura, seja final do atual
ano, do ano seguinte ou doze meses no futuro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Na minha opinião, o ideal seria informar o
preço-alvo para a data atual (hoje) ou para uma data futura bem próxima (final
do trimestre ou do mês, por exemplo). Um dos motivos é que estamos calculando o
preço-alvo trazendo a valor <b>presente</b>
os fluxos de caixa. Claro que é possível levar o valor dos fluxos de caixa para
qualquer data, seja hoje, daqui doze meses ou para o ano 2262, mas, vendo
alguns relatórios, não tenho certeza se a conta foi feita para a mesma data da
recomendação (algumas vezes, penso se o preço não se refere ao valor presente
no final do ano passado). É mais eficiente levar os fluxos de caixa para o
final do mês ou do trimestre simplesmente porque é mais fácil de fazer conta;
se estamos no dia 15 de outubro, a taxa de desconto acumulada para os fluxos de
caixa em dezembro pode ser calculada elevando 1 mais a taxa de desconto elevado
por 2/3 (para final de outubro) ou por 1 (para dezembro), o que é algo simples
de se fazer. A rigor, o mais correto seria elevar a 15/92 e depois ir
“acruando” a taxa a cada dia que passa, mas não só isso não vai fazer muita
diferença como ninguém exige tanto rigor. Mas, lembremos: o valor justo da ação
muda a cada dia se estamos calculando a valor presente para a data de hoje.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Outro motivo é que, conforme vemos na Introdução a
Matemática Financeira, precisamos comparar valores nas mesmas datas, por isso
que fazemos cálculo de valor presente. Você não pode comparar um valor daqui
doze meses com um valor atual (o preço de mercado). O que media a relação entre
um valor hoje e em uma data futura é a taxa de desconto, e aqui vemos que o “<i>upside</i>” informado nos relatórios pode
ser enganoso. Se, por exemplo, a comparação do valor justo com o preço atual
implicar taxa de retorno de 10%, isso é bom ou ruim? A reação mais imediata é
achar que é bom já que apresenta uma valorização. Mas o que precisamos fazer é
comparar essa taxa de retorno com a taxa de desconto do período, que é a taxa
de retorno esperada considerando o risco da ação e considerando o tempo de
investimento. Então, sem nenhuma informação adicional, dizer que o retorno
esperado é 10% não significa rigorosamente nada se estamos utilizando um
preço-alvo em uma data futura. Se o preço-alvo se referir a hoje, qualquer
valorização positiva indica retorno anormal (que mais do que compensa o risco).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Mas há um problema adicional: preço-alvo futuro irá
implicar taxa de retorno esperada apenas se não houver distribuição de
dividendos entre hoje e a data futura. Quando há o pagamento do dividendo, a
reação imediata é uma queda no preço (que não é uma desvalorização). Em termos
de avaliação por fluxo de caixa descontado, é a diferença entre o valor
presente dos fluxos de caixa futuros mais o fluxo de caixa na data atual (o
dividendo) e o valor presente dos fluxos de caixa futuros já sem esse fluxo de
caixa, já que a compra da ação não mais dá direito ao recebimento do dividendo.
Imagine que a avaliação da ação indique que o preço para o dia 29/12 seja $
110, que no dia 29/12 será feita a distribuição de $ 10 em dividendos e o preço
atual seja $ 100. No dia 30/12, o preço-alvo é $ 100 (mais precisamente, 100
mais a taxa de desconto “<i>acruada</i>” por
um dia, mas vamos ignorar isso). Se compararmos alvo e atual, a taxa de retorno
esperada deveria ser 0%, mas na verdade é 10%. Dessa forma, o correto seria
dizer que o preço-alvo da ação no dia 30/12 é $ 100 e que, comparando com o
preço atual de $ 100, temos um retorno esperado de 10% considerando a distribuição
de $10 em dividendos antes do dia 30/12. Confuso o suficiente? Se você calcular
o preço-alvo para a data atual ou para uma data futura sem que haja
distribuição de dividendos entre hoje e essa data, não temos esse problema.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Uma crítica à ideia de utilizar a data atual é que
o usuário do relatório poderia perguntar: então, porque o preço atual não é
igual ao preço-alvo? Jogar o preço-alvo para o futuro dá a entender que em
algum momento entre hoje e essa data o mercado irá perceber o erro de
precificação, que irá corrigir esse erro e que a taxa de retorno será a
diferença percentual entre o preço atual e alvo. Ou seja, é dizer que hoje o
mercado precifica erroneamente a ação, mas que em até doze meses ou até o final
do ano irá corrigir esse erro. Parece fazer sentido, mas na verdade o mesmo
raciocínio pode ser aplicado com a abordagem de utilizar a data de hoje para
cálculo o valor justo. Por exemplo, poderíamos dizer que a ação deveria valer
5% a mais do que vale hoje e em algum momento no futuro haverá uma correção na
precificação, resultando em um ganho de 5% mais a taxa de desconto acumulada no
período. Então, utilizar uma data futura para estabelecer o preço-alvo pode
parecer intuitivo, mas na verdade é mais uma vez enganoso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Um ponto talvez não pertinente ao tema principal deste
texto, mas acho que vale a pena mencionar: o que significa dizer que a ação
deveria valer 5% a mais? Se os fluxos de caixa futuro forem idênticos ao
projetado pela avaliação, então o retorno do investimento será superior à taxa
de desconto. Isso pode significar que o analista conseguiu identificar uma
oportunidade de investimento com retorno que mais do que compensa o risco, ou
pode significar que meramente projetou errado a taxa de desconto (na maioria
dos casos, há uma taxa de desconto qualquer que faz com que o valor presente
dos fluxos esperados seja igual ao preço de mercado). O que podemos dizer de
concreto (mas de maneira complexa) é: se os fluxos de caixa forem iguais ao que
eu estou esperando, terei um retorno anormal <b>de acordo com o meu modelo de precificação de ativos</b> se eu comprar
a ação por esse preço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Em suma, considero que o preço-alvo de um relatório
de avaliação deveria se referir a data atual (ou a uma data futura próxima
meramente para facilitar os cálculos), pois isso evita uma série de erros, que
poderiam ser corrigidos mesmo utilizando uma data futura, mas não sem uma série
de explicações que poderiam confundir o usuário do relatório para termos a
mesma eficácia utilizando preço-alvo na data de hoje.<o:p></o:p></div>
Roberto Ushisimahttp://www.blogger.com/profile/08096559859941617833noreply@blogger.com1