quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Retornos Esperados – Prefácio


Esse texto será o primeiro artigo de uma reformulação do blog, com comentários capítulo a capítulo de alguns livros que seriam transformados em uma resenha também parte por parte no blog. Mas, ao invés de um enorme texto com os capítulos espremidos e parágrafos, vários textos médios sobre o livro.

Vou começar comentando o livro Expected Returns de Antti Ilmanen. Retorno de ativos, especificamente de ações, é um tema bastante discutido no blog e esse é um longo livro só sobre o tema. Vou começar comentando o prefácio de Clifford Asness. Em sua concepção, retornos esperados são o quanto você espera obter em um investimento ou estratégia e risco é a possibilidade de você não conseguir esse retorno, uma descrição até óbvia, mas muito interessante. Asness escreve que o retorno dos ativos é um tema menos discutido do que o risco e passa a analisar as razões, apontando para as crises recentes, com suas “caudas gordas para a esquerda” como uma razão para tornar as pessoas mais interessadas no tema. Segundo Asness, as crises como a bolha ponto com e a crise das hipotecas são também uma questão de retornos esperados, na medida em que os investidores passaram a aceitar retornos esperados muito baixos para assumir riscos consideráveis. Isso mostra como risco e retorno são questões intimamente interligadas.

Asness acredita que o foco maior no risco é que esse é um tema mais sexy e de impactos mais imediatos. Ele compara o risco à um tsunami e o retorno à erosão: as duas coisas podem causar problemas, mas um ocorre rápida e subitamente, enquanto que o outro demora mais para se manifestar. “Se risco é sobreviver no curto prazo, retornos esperados é sobre se, caso sobreviva, você acha que valeu a pena”.

Uma diferença entre estudar risco e estudar retornos é a maior dificuldade em se analisar o último ao exigir muito mais dados do que para analisar riscos. Como ele coloca, o estudioso do risco lamenta (de um ponto de vista científico) não termos mais desastres, e o estudioso do retorno lamenta não termos mais séculos de dados.

Em seguida, Asness começa a analisar os retornos esperados introduzindo a abordagem que será utilizada por Ilmanen. Primeiro, pergunta por que os retornos são positivos (ou: por que deveria haver um prêmio por risco). Os retornos são justamente a recompensa por assumir um risco que outra pessoa não quer e a recompensa é ainda maior quando o risco machuca quando é mais doloroso. Retornos também podem ser um prêmio por saber explorar um erro sistemático de outros investidores, ou algo a ser pago pelos seus próprios erros. Ele não escreve dessa maneira, mas são, respectivamente, “retornos beta” e “retornos alfa”.

Além dessa perspectiva, há várias fontes de retornos, algumas inerentes a classe de ativos (ações, títulos do tesouro etc.), outros relacionados à estratégia (valor, crescimento etc.) e outros fatores de risco (inflação, liquidez etc.). E isso tudo está conectado: estratégia passiva em ações expõe o investidor ao risco de um mau cenário econômico, estratégia passiva de renda fixa expõe ao risco de inflação, estratégia ativa com small caps sujeita o investidor a risco de liquidez etc.

O que precisamos agora é de uma maneira de utilizar os dados e a teoria sobre investimentos em estimativas de retornos futuros. Ilmanen analisará três abordagens: desempenho histórico, teoria de investimentos e indicadores precedentes.

Dessa forma, há duas fontes de retornos, três tipos de fatores de risco e três maneiras de transformar os dados em estimativas de retornos. Essa é uma tarefa dificílima e mesmo apenas estudar retornos esperados já é algo nada trivial. Como Ansess escreve, a melhor esperança que temos é a de melhorar o nosso entendimento sobre o assunto, sem conseguir dominá-lo perfeitamente. O assunto não é fácil, mas, se o que Asness diz é verdade, Ilmanen não o tornará mais complicado do que é (mas também não o tornará mais simples do que é). E espero torna-lo um pouco mais fácil de estuda-lo.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Educação Financeira nas escolas funciona


Nesse texto, vou começar uma reformulação no blog, com textos mais curtos e, por consequência, menos profundos. Vou aqui comentar uma reportagem e nos próximos dias pretendo fazer comentários mais rápidos de alguns artigos científicos (podendo fazer alguns comentários mais longos como fazia antes) e as resenhas de livros serão capítulo a capítulo (como já era feito anteriormente, mas em um único e não raras vezes enorme texto).

***
Uma ideia que é muito defendida (ver aqui e aqui para dois exemplos) como solução para os problemas financeiros que afligem os adultos. Minha opinião (nunca expressa antes) é que ensinar educação financeira nas escolas é algo positivo, assim como contabilidade, economia, direito, educação sexual, educação emocional, cálculo numérico, primeiros socorros, planejamento de carreira, psicologia, filosofia, sociologia, religião, escotismo, astronomia, astrologia, ufologia, anatomia, engenharia, mecatrônica, design gráfico, programação, natação, judô, dança, canto, inglês, espanhol, francês, italiano, mandarim... a lista poderia seguir infinitamente. Se fossemos ensinar para as crianças as pessoas julgam necessário, as escolas virariam campos de concentração com estudos forçados e duraria uns vinte anos. Sendo assim, é necessário priorizar os temas mais importantes. E a prioridade política não se daria pelo que é mais ou menos urgente para as crianças, e sim de acordo com os grupos de pressão, e o fato da educação financeira ainda não ser obrigatória mostra que o grupo de pressão com interesses nessa pauta é fraco.

Na minha opinião: 1) Educação é importante demais para ser deixada para o governo; 2) Cabe aos pais decidirem o que é mais ou menos importante para seus filhos.

Deixando isso de lado, uma reportagem da The Economist da semana passada trata do tema da literacia financeira e o resultado prático da implementação de programas de ensino nas escolas. Um dos artigos mencionados pela reportagem conclui que “Unfortunately, we do not find conclusive evidence that, in general, financial education programmes do lead to greater financial knowledge and ultimately to better financial behaviour.”

Os problemas associados ao assunto são vários. Talvez a hora em que as aulas são ministradas seja errada, o mais adequado seja ensinar quando o tema for mais relevante. Quando a iniciativa é voluntária e gratuita, há o problema do aluno mais interessado no assunto ser justamente as crianças que não precisariam aprender sobre isso. Há também o problema de ser necessário primeiro de tudo entender matemática básica, o que a maioria das crianças e adultos não conseguem.

A reportagem cita vários estudos e eu vou colocar a referência abaixo, com alguns acréscimos meus. No futuro, vou ler alguns desses artigos no futuro. Como uma mudança no estilo do blog, ao invés de um texto sobre vários artigos comentados em detalhes (como faria antigamente), um texto para cada artigo com menos detalhes.


Lauren E. Willis é uma das grandes “céticas” da educação financeira Annamaria Lusardi uma das grandes proponentes e na página do SSRN há vários textos sobre o assunto.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Mensais: Brasil (jan/13)

Índices Brasileiros
Índice; 60 meses; Ano; 12 meses
Ibovespa; 0,46%; -1,95%; -5,25%
IBX 50; 1,90%; -0,38%; 0,30%
IBX; 12,01%; 0,23%; 3,60%
ISE; 35,81%; 0,74%; 14,59%
IEE; 72,79%; -3,45%; -14,24%
IBRA; 18,34%; 0,24%; 5,58%
ICO2; -; 1,59%; 11,71%
INDX; 35,72%; 3,35%; 22,67%
Consumo; 148,10%; 4,42%; 39,99%
IFNC; 67,59%; 1,49%; 10,95%
UTIL; 82,01%; -0,11%; -7,97%
Imobiliário; 4,17%; -1,96%; 7,41%
IMAT; -13,02%; -3,81%; 1,04%
IVBX2; 36,86%; 1,06%; 13,91%
IGC; 35,30%; 0,86%; 11,83%
IGCNM; 35,52%; 1,30%; 17,01%
Mid Large Cap; -; 0,20%; 4,12%
IGC Trade; 32,27%; 0,59%; 9,02%
ITAG; 42,23%; 1,79%; 14,11%
Small Cap; -; 0,32%; 19,25%
IDIV; 79,78%; -1,86%; 13,24%
IFIX; -; 2,54%; 34,37%
BDRX; -; 2,78%; 32,91%

Comparações
Indicador; Desvio-padrão; Correlação IBOV; Retorno 60 meses; Retorno 12 meses
IBOV; 6,97%; 100%; 0,46%; -5,25%
Ouro; 5,93%; -19,99%; 106,56%; 11,92%
Dólar; 5,11%; -68,46%; 12,95%; 14,37%

Ibovespa x CDI
Janela; IBOV- CDI
12 meses; -12,33% a.a.
5 anos; -9,26% a.a.
10 anos; 4,43% a.a.

Ibovespa:
Maiores altas (2013):
JBSS3: 27,17%
MRFG3: 20,87%
ELET6: 20,61%
BRKM5: 17,27%
EMBR3: 13,84%

Altas: 32/69

Maiores altas (12 meses)
Maiores altas (2013):
CCRO3: 74,78%
KLBN4: 74,36%
FIBR3: 71,23%
CSAN3: 69,64%
HYPE3: 61,96%

Altas: 36/69

Maiores baixas (2013)
MMXM3: -23,82%
USIM5: -19,22%
ELPL4: -18,75%
USIM3: -18,43%
BTOW3: -10,24%

Maiores Baixas (12 meses)
OGXP3: -75,23%
MMXM3: -58,60%
ELPL4: -56,92%
ELET3: -56,79%
PDGR3: -54,05

Amostra de 226 ações:
Maiores altas em 5 anos
HGTX3: 1.248,58%
AMAR3: 517,60%
ARTR3: 514,29%
POMO4: 452,00%
EZTC3: 423,59%

Maiores baixas 5 anos
MILK11: -99,92%
LUPA3: -95,25%
AGEN11: -95,14%
VIVR3: -93,32%
PLAS3: -92,26%

Maiores sequências (179 ações)
Alta: GRND3 (13 meses)
Baixa: CEEB3 (7 meses)

Datas
01/02: 112 anos da Gerdau (formalmente, 102 anos da Metalúrgica Gerdau – GOAU)
05/02: 20 anos de listagem da Randon
08/02: 130 anos de Joseph Schumpeter
13/02: 5 anos da IPO da Nutriplant, primeira empresa do Bovespa Mais a realizar oferta inicial
19/02: 40 anos da Pronor
20/02: 75 anos do BicBanco
26/02: 70 anos de listagem da CSN
28/02: 173 anos de Carl Menger

Fontes:
Bovespa.com.br
Economatica
Infomoney

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Mensais: Índices Internacionais (jan/13)

Maiores altas (mês)
Laos: 18,00%
Zimbábue: 17,68%
Emirados Árabes: 16,34%
Vietnã: 15,97%
Bulgária: 15,67%

Ibovespa: 95º lugar (maior alta – maior baixa)
Altas: 86/103

Maiores altas (ano)
Igual a Maiores Altas (Mês)

Maiores altas (12 meses)
NepaL: 61,69%
Laos: 53,01%
Nigéria: 52,58%
Paquistão: 45,20%
Estônia: 40,71%

Maiores altas (12 meses, em dólar)
Laos: 54,08%
Nigéria: 51,62%
Nepal: 48,01%
Tailândia: 40,92%
Filipinas: 40,83%

Argentina, Venezuela e Irã estão banidos de todas as estatísticas, exceto a quantidade de altas. A razão é que esses países manipulam descaradamente o câmbio. Outros podem fazer o mesmo e serão excluídos se eu detectar isso.

Ibovespa em dólar: -17,15%.
97º lugar (maior alta – maior baixa)
Altas: 82/102

Maiores altas (Dez/08)
Sri Lanka: 287,01%
Filipinas: 233,33%
Indonésia: 228,59%
Tailândia: 227,63%
Mongólia: 216,86%

Ibovespa: 37ª maior alta
Altas: 79/90

Maiores baixas (mês)
Indonésia: -5,67%
Marrocos: -3,88%
Nepal: -3,75%
Malásia: -3,64%
Chipre: -2,66%

Maiores baixas (ano)
Igual Maiores baixas (mês)

Maiores baixas (12 meses)
Chipre: -67,95%
Ucrânia: -40,01%
Marrocos: -19,76%
Mongólia: -11,44%
Jamaica: -11,37%

Maiores baixas (ano) – Em dólar
Chipre: -68,85%
Lituânia: -50,83%
Malavi: -49,72%
Ucrânia: -40,67%
Marrocos: -17,56%

Ibovespa é a sexta maior baixa em dólar.

Maiores baixas (5 anos)
Chipre: -88,62%
Bermudas: -67,93%
Eslováquia: -47,80%
Grécia: -44,77%
Bahrain: -39,85%

Maiores sequências:
Altas: Áustria, Alemanha, Reino Unido, África do Sul, Finlândia, Tailândia e Tanzânia (8 meses)
Baixas: Chipre e Moldava (3 meses)

Desvio-padrão (mensal)
S&P 500: 5,41%
Brasil: 6,97%
Rússia: 11,79%
Índia: 8,14%
China: 8,63%

Fontes:
Bloomberg
Sites das bolsas de valores
Yahoo Finance