domingo, 7 de outubro de 2012

A semana (25/09-07/10)

Finanças
54% dos consumidores devem para os cartões – E o governo acha pouco e quer aumentar esse porcentual.

Petrobras perde R$ 65 bi desde megaoferta – Tem várias coisas que não gostei dessa reportagem, mas a afirmação de que as ações preferenciais precisam subir 53% para que o valor de mercado volte ao topo é enganosa (embora matematicamente possa estar correta), já que compara dois momentos com diferentes números de ações (hoje tem mais ações da Petrobras do que em 2008 por conta da capitalização). Para que o preço da ação volte ao topo histórico, a ON precisaria subir 134,57% e a PN 100,56%.

The Death of Common Sense – Mais um artigo alegando que a Hipótese de Mercados Eficientes e o CAPM são causas da crise. Embora alegue no começo fazer uma análise “desapaixonada”, percebe-se claramente um foco maior em argumentos emocionais do que racionais. A análise do CAPM é bastante razoável e não tenho muito a discordar, mas a paixão do autor e os erros do artigo aparecem na parte da HME. Fora isso, o autor ignora alguns fatos do mundo real que ele diz conhecer tanto. Segundo uma pesquisa já um pouco antiga (1999) indica que apenas 2,7% dos analistas concordam fortemente com a HME, enquanto que 63,1% discordam totalmente, e isso no momento em que a HME supostamente estaria em alta. Apenas 1,8% dos analistas consideram o CAPM muito importante e 68,9% não julgam importante. Supondo que quem defenda uma ideia não defenda a outra, seria essa a conspiração dos 4,5%? Até quem concorda com a HME, como professores de Finanças, age de uma maneira contrária ao que deveria (ver Doran et. al. (2010)). Segundo, se os investidores realmente acreditassem na HME, a gestão ativa não seria muito praticada. Embora a gestão passiva também tenha crescido, a gestão ativa continua predominando, o que se nota pelo aumento expressivo do giro das ações (ver aqui e também o livro “A Dose Certa” de John Bogle). A citação de Sharpe (1991) está fora de contexto, propositadamente colocada para parecer imbecil, e as ideias expostas por Sharpe nesse artigo não implicam necessariamente eficiência de mercado: seguindo uma aritmética rasteira, é impossível argumentar que a gestão ativa como um todo possa superar a gestão passiva após custos (o que é puro bom senso), o que não significa que um grupo considerável de gestores possam consistentemente vencer o mercado (o que seria anômalo à HME). E fundos de hedge não existiriam se o fundo fosse dominado pela HME, nem alavancagem. Terceiro, a HME é uma hipótese própria da análise de retorno de ativos e não deveria ter implicação nenhuma para políticas públicas. Quarto, o autor analisa as anomalias à HME, mas não as anomalias das anomalias (ver Fama (1998) e Wright et. al. (2008), por exemplo). Há muitos outros pontos a serem observados, como a questão da correlação (me parece que a HME nada diz sobre correlações se manterem ou não), mas isso já basta. Ver ainda Ball (2009).

Economia
Morre Hobsbawn, um homem de fé – Obituário respeitoso, mas crítico, de Hobsbawn por Magno Karl no Ordem Livre.





Fraude - por que houve esta grande recessão – Vale muito a pena ver esse documentário.

Governo quer reduzir alta rotatividade de funcionário – Manchete alternativa: Governo quer desestimular criação de empregos ao aumentar o custo de demissão.

Liberdades Individuais


Momento “Nossa, não diga!” da semana
“Hospedagem deverá ficar mais cara na Copa e Olimpíada”

Frase da semana
Cristina responde a Lagarde que Argentina não 'é time de futebol' – Disso não há dúvida. Qualquer time de futebol é mais organizado e bem administrado do que o governo argentino.

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