Na edição mais recente do Journal of Portfolio Management, dois editoriais interessantes sobre High-Frequency Trading e Smart Beta.
O primeiro,
assinado por John Bogle, defende o HFT embora no final das contas faça pouco
caso dele. A base da defesa de Bogle é a de que o aumento na velocidade das
transações além de um benefício em si acabou reduzindo os custos para os
investidores diminuindo os spreads. Porém, diminui a importância do HFT no que
se refere a estratégia de investimentos, afirmando que o investidor não precisa
disso para ter sucesso. O HFT não invalida a tese pessoal de Bogle, a de que o
investidor deveria seguir uma gestão passiva de baixo custo. Não estou
familiarizado com a literatura sobre HFT, mas não sei se os gestores que
utilizam essa tecnologia estão ganhando rios de dinheiro como as pessoas pensam
e que o investidor pessoa física está sendo prejudicado. Assim como ocorre com
hedge funds e outros investimentos sofisticados, me parece que quem não tem
acesso a esses produtos não está perdendo nada.
O segundo
editorial da revista é sobre o Smart Beta, escrito por Bruce Jacobs e Kenneth
Levy. Aliás, essa edição toca nesse tema em vários artigos. Os autores
contrastam o Smart Beta, que seria adotar outros índices de referência além daqueles
ponderados por valor de mercado, índices que fossem mais inteligentes e que não
deem um peso maior para uma ação que ficou mais cara ao subir de preço. Esses
índices são referentes aos estilos de investimento já largamente estudados na
literatura, como tamanho, valor e momento. O Smart Alpha, na definição dos
autores, também envolve esses estilos, mas de uma maneira mais ativa, procurando
aqueles que parecem ter uma melhor relação risco-retorno. O artigo inteiro é
sobre a diferença entre os dois estilos.
Eu ainda preciso estudar mais sobre Smart Beta, mas
me parece que é necessário entender mais sobre as características dos estilos
de investimentos que utilizam como índices. Como é alertado no artigo,
estratégias de valor ou de tamanho podem levar a uma concentração em ações em
dificuldades financeiras ou de baixa liquidez. Claro que o investidor ou gestor
pode analisar as ações que aparecem no filtro e eliminar esses casos, mas ai a
indexação inteligente (uma boa tradução para Smart Beta) perde o sentido. Nesse
sentido, o artigo fornece algumas referências sobre “desembaraçar” o retorno de
ações, que posso conferir no futuro. São os que estão abaixo:
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