segunda-feira, 25 de agosto de 2014

HFT e Smart Beta

Na edição mais recente do Journal of Portfolio Management, dois editoriais interessantes sobre High-Frequency Trading e Smart Beta.

O primeiro, assinado por John Bogle, defende o HFT embora no final das contas faça pouco caso dele. A base da defesa de Bogle é a de que o aumento na velocidade das transações além de um benefício em si acabou reduzindo os custos para os investidores diminuindo os spreads. Porém, diminui a importância do HFT no que se refere a estratégia de investimentos, afirmando que o investidor não precisa disso para ter sucesso. O HFT não invalida a tese pessoal de Bogle, a de que o investidor deveria seguir uma gestão passiva de baixo custo. Não estou familiarizado com a literatura sobre HFT, mas não sei se os gestores que utilizam essa tecnologia estão ganhando rios de dinheiro como as pessoas pensam e que o investidor pessoa física está sendo prejudicado. Assim como ocorre com hedge funds e outros investimentos sofisticados, me parece que quem não tem acesso a esses produtos não está perdendo nada.

O segundo editorial da revista é sobre o Smart Beta, escrito por Bruce Jacobs e Kenneth Levy. Aliás, essa edição toca nesse tema em vários artigos. Os autores contrastam o Smart Beta, que seria adotar outros índices de referência além daqueles ponderados por valor de mercado, índices que fossem mais inteligentes e que não deem um peso maior para uma ação que ficou mais cara ao subir de preço. Esses índices são referentes aos estilos de investimento já largamente estudados na literatura, como tamanho, valor e momento. O Smart Alpha, na definição dos autores, também envolve esses estilos, mas de uma maneira mais ativa, procurando aqueles que parecem ter uma melhor relação risco-retorno. O artigo inteiro é sobre a diferença entre os dois estilos.

Eu ainda preciso estudar mais sobre Smart Beta, mas me parece que é necessário entender mais sobre as características dos estilos de investimentos que utilizam como índices. Como é alertado no artigo, estratégias de valor ou de tamanho podem levar a uma concentração em ações em dificuldades financeiras ou de baixa liquidez. Claro que o investidor ou gestor pode analisar as ações que aparecem no filtro e eliminar esses casos, mas ai a indexação inteligente (uma boa tradução para Smart Beta) perde o sentido. Nesse sentido, o artigo fornece algumas referências sobre “desembaraçar” o retorno de ações, que posso conferir no futuro. São os que estão abaixo:


Nenhum comentário:

Postar um comentário