(Do economists recognize an opportunity cost when they see one? A Dismal Performance from the Dismal Science)
Paul J. Ferraro e Laura O. Taylor
The B.E. Journals in Economic Analysis & Policy
Volume 4. Ed. 1. 2005
“Você ganhou um ingresso grátis para ver o show de Eric Clapton (que não tem preço de revenda). Bob Dylan está se apresentando na mesma noite e é a sua segunda melhor alternativa. Ingressos para ver Dylan custam $40. Em qualquer dia, você estaria disposto a pagar $ 50 para ver Dylan. Presuma que não existem outros custos para ver qualquer um dos dois. Baseado nessas informações, qual é o custo de oportunidade de ver Clapton?”
A) $0
B) $ 10
C) $ 40
D) $ 50
Escrevi no meu blog no Investeducar sobre o custo de oportunidade, que passa pela questão enunciada acima. Procurei expor o conceito de custo de oportunidade e, ao fim, mencionei o artigo de Ferraro e Taylor.
A resposta correta é B). O valor gerado pelo ingresso do show de Dylan é $ 10, logo, a pessoa abre mão desses $10 para assistir ao show de Clapton e irá a esse show se o benefício do ingresso do show de Clapton for maior do que $ 10.
Os pesquisadores fizeram a pergunta para 199 pessoas que estavam nas reuniões da Allied Social Sciences Association. 21,6% das pessoas acertaram a pergunta, o menor percentual entre as quatro alternativas. 19,5% das pessoas que nunca tiveram aulas de Economia acertaram e apenas 23,4% dos que possuem Ph.D acertaram.
A pergunta não é fácil, mas o índice de acerto deveria ser maior, considerando o nível de conhecimentos de muitos respondentes. A razão de tantas respostas errôneas não foi pressa ou chute (random guessing). Os respondentes levaram cinco minutos para preencher o questionário completo e nenhum respondente de um questionário teste alegou que havia chutado. Os autores reformularam a pergunta, removendo o termo “custo de oportunidade” por “qual o montante mínimo (em dólares) que você teria que valorizar por ver Eric Clapton para escolher isso a este show”. 44% dos respondentes acertaram dessa vez.
No pré-teste, alguns dos respondentes que só chegavam à resposta certa na quarta tentativa (ou seja, após responder todas as demais erroneamente) alegaram desconhecerem o termo “custo de oportunidade”. Os autores pesquisaram três livros-textos de Economia e não encontraram “custo de oportunidade” no índice remissivo e uma leitura rápida do texto deixava escapar a parte do custo de oportunidade. Também, a análise de nove livros textos indicou problemas na explicação desse conceito, muito resumido e às vezes considerando apenas uma dimensão (apenas custo ou apenas benefício).
Os autores concluem que o baixo grau de acerto nas respostas indica falhas no ensino de Economia. Segundo os autores (e George Stigler), os alunos não estão conseguindo desenvolver pensamento econômico, que um grande número de conceitos e técnicas são expostas sem que os alunos consigam aplicar o que aprendem na vida cotidiana.
Algo que ajuda nesse sentido são os livros de Economia que expõem uma análise mais intuitiva e menos técnica. Um desses livros já foi analisado aqui (Lucro Sujo) e existem muitos outros, o mais famoso o Freakonomics( Dubner e Levitt), mas também Economia em uma Lição (Henry Hazzlit), O Naturalista da Economia (Robert Frank) e Economics Facts and Fallacy (Thomas Sowell).
Paul J. Ferraro e Laura O. Taylor
The B.E. Journals in Economic Analysis & Policy
Volume 4. Ed. 1. 2005
“Você ganhou um ingresso grátis para ver o show de Eric Clapton (que não tem preço de revenda). Bob Dylan está se apresentando na mesma noite e é a sua segunda melhor alternativa. Ingressos para ver Dylan custam $40. Em qualquer dia, você estaria disposto a pagar $ 50 para ver Dylan. Presuma que não existem outros custos para ver qualquer um dos dois. Baseado nessas informações, qual é o custo de oportunidade de ver Clapton?”
A) $0
B) $ 10
C) $ 40
D) $ 50
Escrevi no meu blog no Investeducar sobre o custo de oportunidade, que passa pela questão enunciada acima. Procurei expor o conceito de custo de oportunidade e, ao fim, mencionei o artigo de Ferraro e Taylor.
A resposta correta é B). O valor gerado pelo ingresso do show de Dylan é $ 10, logo, a pessoa abre mão desses $10 para assistir ao show de Clapton e irá a esse show se o benefício do ingresso do show de Clapton for maior do que $ 10.
Os pesquisadores fizeram a pergunta para 199 pessoas que estavam nas reuniões da Allied Social Sciences Association. 21,6% das pessoas acertaram a pergunta, o menor percentual entre as quatro alternativas. 19,5% das pessoas que nunca tiveram aulas de Economia acertaram e apenas 23,4% dos que possuem Ph.D acertaram.
A pergunta não é fácil, mas o índice de acerto deveria ser maior, considerando o nível de conhecimentos de muitos respondentes. A razão de tantas respostas errôneas não foi pressa ou chute (random guessing). Os respondentes levaram cinco minutos para preencher o questionário completo e nenhum respondente de um questionário teste alegou que havia chutado. Os autores reformularam a pergunta, removendo o termo “custo de oportunidade” por “qual o montante mínimo (em dólares) que você teria que valorizar por ver Eric Clapton para escolher isso a este show”. 44% dos respondentes acertaram dessa vez.
No pré-teste, alguns dos respondentes que só chegavam à resposta certa na quarta tentativa (ou seja, após responder todas as demais erroneamente) alegaram desconhecerem o termo “custo de oportunidade”. Os autores pesquisaram três livros-textos de Economia e não encontraram “custo de oportunidade” no índice remissivo e uma leitura rápida do texto deixava escapar a parte do custo de oportunidade. Também, a análise de nove livros textos indicou problemas na explicação desse conceito, muito resumido e às vezes considerando apenas uma dimensão (apenas custo ou apenas benefício).
Os autores concluem que o baixo grau de acerto nas respostas indica falhas no ensino de Economia. Segundo os autores (e George Stigler), os alunos não estão conseguindo desenvolver pensamento econômico, que um grande número de conceitos e técnicas são expostas sem que os alunos consigam aplicar o que aprendem na vida cotidiana.
Algo que ajuda nesse sentido são os livros de Economia que expõem uma análise mais intuitiva e menos técnica. Um desses livros já foi analisado aqui (Lucro Sujo) e existem muitos outros, o mais famoso o Freakonomics( Dubner e Levitt), mas também Economia em uma Lição (Henry Hazzlit), O Naturalista da Economia (Robert Frank) e Economics Facts and Fallacy (Thomas Sowell).
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