(Institutional industry herding)
Nicole Choi e Richard W. Sias
Journal of Financial Economics Vol. 94 nº3. 2009
http://www.fma.org/Texas/Papers/industryherding.pdf
Um efeito comportamental não explorado em um texto anterior sobre investidores pessoa física é o efeito manada, que se refere a investidores comprando ou vendendo determinado ativo ou classe de ativos porque outros investidores estão fazendo isso. O artigo de Choi e Sias analisa essa questão para investidores institucionais.
São seis as razões apontadas para a existência do efeito manada entre investidores institucionais (algumas aplicáveis às pessoas físicas): 1) Modismos; 2) Investidores institucionais investem nas mesmas indústrias que as pessoas físicas investem; 3) Desempenho superior de um ativo atrai outros investidores; 4) Investidores institucionais podem seguir a manada procurando estar próximo da média; 5) Investidores procuram deduzir informações por meio de preços, podendo ignorar suas próprias opiniões e apenas seguir o rebanho para o caso de estar errado; 6) Investidores seguem sinais correlatos, ou seja, os investidores acabam seguindo uns aos outros por chegarem às mesmas conclusões, só que em momentos distintos.
A métrica usada para medir o efeito manada é a correlação entre compra ou venda em um período e compra ou venda em um período anterior por parte do próprio investidor ou de outros, da mesma empresa ou de empresas da mesma indústria.
O estudo foi feito usando dados entre 1983 e 2005. O teste atribuindo pesos iguais para os investidores resulta em uma correlação de 40% entre compras no trimestre anterior e compra no trimestre subseqüente, 92% dessa correlação atribuída a investidores seguindo outros investidores e o restante investidores seguindo a si mesmos. Nesse teste, não há diferenças entre efeito manada na compra ou na venda. Os resultados se mantêm se for usado uma ponderação de acordo com o valor de mercado da carteira dos investidores e também se outros parâmetros da pesquisa forem mudados.
Em seguida, os autores procuram determinar se o efeito manada em um setor não é apenas a manifestação do efeito manada nas ações de uma empresa que domine o setor. Embora haja evidências de que isso ocorra (a maior parte da correlação se deve a investidores seguindo outros na mesma ação), não é desprezível a porção da correlação que se deve a investidores seguindo outros na mesma indústria, mas em ações diferentes.
Por fim, os autores procuram determinar quais das hipóteses apontadas explicam o efeito manada. A hipótese de que os institucionais seguem o fluxo das pessoas físicas é rejeitada (excluir os investidores mais sensíveis a isso não altera os resultados da pesquisa), a hipótese do desempenho superior também é (não há relação entre demanda institucional e retornos) e a hipótese da reputação encontra evidências mistas, havendo um maior efeito manada entre os mesmos tipos de operadores, mas sem que os mais sensíveis à reputação tenham maior propensão a seguirem uns aos outros.
A explicação mais plausível dos autores é de que os investidores seguem sinais correlatos. O efeito manada de investidores seguindo outros na mesma indústria, com ações diferentes, seguindo o mesmo estilo de tamanho e Valor Contábil/Valor de Mercado é maior do que o mesmo efeito com investidores seguindo investidores de outro estilo. Ou seja, há maior efeito manada dentro de um mesmo estilo do que mudanças de estilo. Os institucionais acabam seguindo sinais correlatos e se comportando de maneira semelhante, e não ficam contrariando seu estilo e seguindo a opinião dos outros investidores.
Por fim, há a discussão do impacto do efeito manada nos retornos dos investidores. Há fracas evidências de que o efeito manada resulte em retornos inferiores, medido pela diferença entre os retornos do efeito manada de compra e de venda.
Como um complemento de meu texto sobre pessoa física, talvez eu procure algo sobre efeito manada relativo a esses investidores.
Nicole Choi e Richard W. Sias
Journal of Financial Economics Vol. 94 nº3. 2009
http://www.fma.org/Texas/Papers/industryherding.pdf
Um efeito comportamental não explorado em um texto anterior sobre investidores pessoa física é o efeito manada, que se refere a investidores comprando ou vendendo determinado ativo ou classe de ativos porque outros investidores estão fazendo isso. O artigo de Choi e Sias analisa essa questão para investidores institucionais.
São seis as razões apontadas para a existência do efeito manada entre investidores institucionais (algumas aplicáveis às pessoas físicas): 1) Modismos; 2) Investidores institucionais investem nas mesmas indústrias que as pessoas físicas investem; 3) Desempenho superior de um ativo atrai outros investidores; 4) Investidores institucionais podem seguir a manada procurando estar próximo da média; 5) Investidores procuram deduzir informações por meio de preços, podendo ignorar suas próprias opiniões e apenas seguir o rebanho para o caso de estar errado; 6) Investidores seguem sinais correlatos, ou seja, os investidores acabam seguindo uns aos outros por chegarem às mesmas conclusões, só que em momentos distintos.
A métrica usada para medir o efeito manada é a correlação entre compra ou venda em um período e compra ou venda em um período anterior por parte do próprio investidor ou de outros, da mesma empresa ou de empresas da mesma indústria.
O estudo foi feito usando dados entre 1983 e 2005. O teste atribuindo pesos iguais para os investidores resulta em uma correlação de 40% entre compras no trimestre anterior e compra no trimestre subseqüente, 92% dessa correlação atribuída a investidores seguindo outros investidores e o restante investidores seguindo a si mesmos. Nesse teste, não há diferenças entre efeito manada na compra ou na venda. Os resultados se mantêm se for usado uma ponderação de acordo com o valor de mercado da carteira dos investidores e também se outros parâmetros da pesquisa forem mudados.
Em seguida, os autores procuram determinar se o efeito manada em um setor não é apenas a manifestação do efeito manada nas ações de uma empresa que domine o setor. Embora haja evidências de que isso ocorra (a maior parte da correlação se deve a investidores seguindo outros na mesma ação), não é desprezível a porção da correlação que se deve a investidores seguindo outros na mesma indústria, mas em ações diferentes.
Por fim, os autores procuram determinar quais das hipóteses apontadas explicam o efeito manada. A hipótese de que os institucionais seguem o fluxo das pessoas físicas é rejeitada (excluir os investidores mais sensíveis a isso não altera os resultados da pesquisa), a hipótese do desempenho superior também é (não há relação entre demanda institucional e retornos) e a hipótese da reputação encontra evidências mistas, havendo um maior efeito manada entre os mesmos tipos de operadores, mas sem que os mais sensíveis à reputação tenham maior propensão a seguirem uns aos outros.
A explicação mais plausível dos autores é de que os investidores seguem sinais correlatos. O efeito manada de investidores seguindo outros na mesma indústria, com ações diferentes, seguindo o mesmo estilo de tamanho e Valor Contábil/Valor de Mercado é maior do que o mesmo efeito com investidores seguindo investidores de outro estilo. Ou seja, há maior efeito manada dentro de um mesmo estilo do que mudanças de estilo. Os institucionais acabam seguindo sinais correlatos e se comportando de maneira semelhante, e não ficam contrariando seu estilo e seguindo a opinião dos outros investidores.
Por fim, há a discussão do impacto do efeito manada nos retornos dos investidores. Há fracas evidências de que o efeito manada resulte em retornos inferiores, medido pela diferença entre os retornos do efeito manada de compra e de venda.
Como um complemento de meu texto sobre pessoa física, talvez eu procure algo sobre efeito manada relativo a esses investidores.
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