(Economic Enlightenment in relation to college-going, ideology, and other variables: A Zogby Survey of Americans)
Zeljka Buturovic e Daniel Klein
Econ Journal Watch. Volume 7, Nº2.
Essa pesquisa sobre assuntos econômicos básicos foi feita com 4.835 respondentes adultos nos Estados Unidos procurando determinar o grau de “esclarecimento econômico” dessas pessoas. Os autores da pesquisa procuraram determinar a relação entre conhecimento econômico e escolaridade, ideologia (conservador x liberal) e outras variáveis (menos importantes).
As perguntas foram:
1) Restrição no desenvolvimento imobiliário faz com que menos pessoas consigam comprar casas?
2) Licenciamento obrigatório de serviços profissionais aumenta o preço desses serviços?
3) Na média, o padrão de vida hoje é maior do que era 30 anos atrás?
4) Controle de aluguéis leva a escassez de casas?
5) A empresa com maior participação de mercado é um monopólio?
6) Trabalhadores do terceiro mundo trabalhando para empresas americanas estão sendo explorados?
7) Comércio livre leva a desemprego?
8) Leis de salário mínimo levam ao desemprego?
Cinco respostas são possíveis: concordo fortemente, concordo, discordo, discordo fortemente e não tenho certeza. São consideradas certas a concordância ou discordância forte ou normal e o “não tenho certeza” não conta nem como certa nem como errada.
Na pesquisa e em outros comentários dessa pesquisa (Free Market Mojo e Wall Street Journal) as respostas consideradas corretas são informadas junto com as perguntas, o que só farei ao final do texto. O leitor pode responder essas questões e depois consultar uma das três referências atrás das respostas.
Os autores alegavam que as respostas não são tão suscetíveis a discussões, ou seja, esquerda e direita deveriam responder a mesma coisa e mesmo defensores de certas políticas (salário mínimo, restrições imobiliárias etc.) deveriam ser capazes de entender os efeitos indesejados dessas políticas, alegando outros benefícios para defendê-las. Várias perguntas são clássicas de livros-textos de econômico, algumas simples aplicações da lei da oferta e da demanda (1, 4 e 8), outra é uma questão até trivial (5). A pergunta 2) é a lei de oferta e demanda um pouco mais sofisticada. A 6) foi tratada no livro Lucro Sujo.
Além dessas perguntas, foi pedido informações sobre a ideologia (auto-proclamada) do respondente, seu grau de escolaridade, questões sócio-demográficas e outras como se a pessoa compra no Walmart ou gosta de Nascar.
No geral, dos que responderam sobre sua escolaridade, a porcentagem de respostas incorretas varia de um mínimo de 20,2% (questão 5) para um máximo de 50,6% (questão 6). Esse é um resultado muito melhor do que o de outro estudo aqui analisado, onde nem um quarto dos pesquisados conseguiram acertar uma pergunta sobre custo de oportunidade.
Por escolaridade, os pesquisados não encontraram diferenças no grau de acerto entre pessoas com colegial ou menos, superior incompleto ou de superior completo para cima. Ou seja, não foi constatada uma correlação positiva entre escolaridade e esclarecimento econômico.
Por ideologia, foi constatado que muito conservadores, libertários e conservadores (nessa ordem) conseguiram um grau de acerto maior enquanto que progressistas, liberais e moderados (nessa ordem) tiveram as piores “notas”. A pergunta com maior grau de respostas incorretas foi a resposta para a pergunta 8 dos progressistas (92,5%) e o menor porcentagem de respostas incorretas foi a pergunta 5 respondida pelos libertários (6,8%). Excluindo essa pergunta 5 (muito trivial), a menor proporção de respostas incorretas foi para pergunta 8 respondida por conservadores (11,3%).
Outros resultados que considerei interesse:
• Votantes no Partido Libertário tiveram o menor índice de erro e partidários do Partido Verde tiveram o maior índice de erro
• Resultado contraditório: Ateus/realistas/humanistas tiveram o melhor desempenho separando por religião, mas (em outra separação) quem mais vai à igreja (ou outro templo) erra menos.
• Aqueles que se declaram habitantes do planeta Terra erraram mais do que os que se declaravam habitantes de sua cidade ou dos Estados Unidos.
• Fãs de Nascar acertaram mais perguntas (confesso não saber o que isso implica)
• Investidores (aqueles que se julgam pertencentes da “classe investidora”) tiveram melhor desempenho do que os demais.
• Compradores mais frequentes do Walmart, essa praga que insiste em oferecer produtos mais baratos para os consumidores, são mais esclarecidos do que os demais.
• Foi constatada uma relação positiva entre renda e esclarecimento
• Homens tiveram um desempenho melhor do que as mulheres
Os autores da pesquisa preferiram manter tudo simples, sem realizar nenhuma análise estatística sobre esses resultados. Logo, várias das diferenças de médias (homens x mulheres, por exemplo) podem não ser estatisticamente significantes.
Zeljka Buturovic e Daniel Klein
Econ Journal Watch. Volume 7, Nº2.
Essa pesquisa sobre assuntos econômicos básicos foi feita com 4.835 respondentes adultos nos Estados Unidos procurando determinar o grau de “esclarecimento econômico” dessas pessoas. Os autores da pesquisa procuraram determinar a relação entre conhecimento econômico e escolaridade, ideologia (conservador x liberal) e outras variáveis (menos importantes).
As perguntas foram:
1) Restrição no desenvolvimento imobiliário faz com que menos pessoas consigam comprar casas?
2) Licenciamento obrigatório de serviços profissionais aumenta o preço desses serviços?
3) Na média, o padrão de vida hoje é maior do que era 30 anos atrás?
4) Controle de aluguéis leva a escassez de casas?
5) A empresa com maior participação de mercado é um monopólio?
6) Trabalhadores do terceiro mundo trabalhando para empresas americanas estão sendo explorados?
7) Comércio livre leva a desemprego?
8) Leis de salário mínimo levam ao desemprego?
Cinco respostas são possíveis: concordo fortemente, concordo, discordo, discordo fortemente e não tenho certeza. São consideradas certas a concordância ou discordância forte ou normal e o “não tenho certeza” não conta nem como certa nem como errada.
Na pesquisa e em outros comentários dessa pesquisa (Free Market Mojo e Wall Street Journal) as respostas consideradas corretas são informadas junto com as perguntas, o que só farei ao final do texto. O leitor pode responder essas questões e depois consultar uma das três referências atrás das respostas.
Os autores alegavam que as respostas não são tão suscetíveis a discussões, ou seja, esquerda e direita deveriam responder a mesma coisa e mesmo defensores de certas políticas (salário mínimo, restrições imobiliárias etc.) deveriam ser capazes de entender os efeitos indesejados dessas políticas, alegando outros benefícios para defendê-las. Várias perguntas são clássicas de livros-textos de econômico, algumas simples aplicações da lei da oferta e da demanda (1, 4 e 8), outra é uma questão até trivial (5). A pergunta 2) é a lei de oferta e demanda um pouco mais sofisticada. A 6) foi tratada no livro Lucro Sujo.
Além dessas perguntas, foi pedido informações sobre a ideologia (auto-proclamada) do respondente, seu grau de escolaridade, questões sócio-demográficas e outras como se a pessoa compra no Walmart ou gosta de Nascar.
No geral, dos que responderam sobre sua escolaridade, a porcentagem de respostas incorretas varia de um mínimo de 20,2% (questão 5) para um máximo de 50,6% (questão 6). Esse é um resultado muito melhor do que o de outro estudo aqui analisado, onde nem um quarto dos pesquisados conseguiram acertar uma pergunta sobre custo de oportunidade.
Por escolaridade, os pesquisados não encontraram diferenças no grau de acerto entre pessoas com colegial ou menos, superior incompleto ou de superior completo para cima. Ou seja, não foi constatada uma correlação positiva entre escolaridade e esclarecimento econômico.
Por ideologia, foi constatado que muito conservadores, libertários e conservadores (nessa ordem) conseguiram um grau de acerto maior enquanto que progressistas, liberais e moderados (nessa ordem) tiveram as piores “notas”. A pergunta com maior grau de respostas incorretas foi a resposta para a pergunta 8 dos progressistas (92,5%) e o menor porcentagem de respostas incorretas foi a pergunta 5 respondida pelos libertários (6,8%). Excluindo essa pergunta 5 (muito trivial), a menor proporção de respostas incorretas foi para pergunta 8 respondida por conservadores (11,3%).
Outros resultados que considerei interesse:
• Votantes no Partido Libertário tiveram o menor índice de erro e partidários do Partido Verde tiveram o maior índice de erro
• Resultado contraditório: Ateus/realistas/humanistas tiveram o melhor desempenho separando por religião, mas (em outra separação) quem mais vai à igreja (ou outro templo) erra menos.
• Aqueles que se declaram habitantes do planeta Terra erraram mais do que os que se declaravam habitantes de sua cidade ou dos Estados Unidos.
• Fãs de Nascar acertaram mais perguntas (confesso não saber o que isso implica)
• Investidores (aqueles que se julgam pertencentes da “classe investidora”) tiveram melhor desempenho do que os demais.
• Compradores mais frequentes do Walmart, essa praga que insiste em oferecer produtos mais baratos para os consumidores, são mais esclarecidos do que os demais.
• Foi constatada uma relação positiva entre renda e esclarecimento
• Homens tiveram um desempenho melhor do que as mulheres
Os autores da pesquisa preferiram manter tudo simples, sem realizar nenhuma análise estatística sobre esses resultados. Logo, várias das diferenças de médias (homens x mulheres, por exemplo) podem não ser estatisticamente significantes.
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