quinta-feira, 27 de maio de 2010

IPO do Google

(Presidente do Google fala das lições de um (sic) IPO peculiar)
Eric Schmidt
Harvard Business Review. Maio 2010

O próprio presidente do Google escreve um artigo para a Harvard Business Review sobre a abertura de capital da empresa em 2004. Trata das desconfianças e dos problemas que rondaram a empresa durante o processo. Além do artigo, tratarei da Carta dos Fundadores divulgada no prospecto da IPO e outras informações relevantes.

A operação teve alguns pontos poucos usuais. Um foi a publicação – e inclusão no prospecto – da Carta dos Fundadores, escrita por Larry Page (também em nome de Sergey Brin) basicamente estabelecendo que a empresa não se renderia ao “padrão de companhia pública”. Um desses alegados padrões é o foco no curto prazo e os fundadores prometeram continuar o que faziam quando a empresa era fechada, focar na geração de valor a longo prazo. As decisões não se baseariam em tentar alcançar as expectativas de lucros dos analistas ou se guiariam por questões contábeis, e sim na geração de valor. Na palavra dos autores “se surgirem oportunidades que possam nos levar a sacrificar resultados no curto prazo, mas que são do melhor interesse para os acionistas, nós pegaremos essa oportunidade” (itálico dos autores, negrito meu). Ainda, se surgir um projeto de alto risco e um elevado retorno que o justifique, esse projeto será aceito. Mais sobre isso ao final deste texto.

Além da Carta dos Fundadores, outras peculiaridades caracterizaram a oferta. A precificação das ações não seguiria os procedimentos comuns e o preço de lançamento seria definido por meio de leilão, de forma parecida que o Google usa para definir o valor dos anúncios. O propósito era evitar uma disparada nos preços das ações no primeiro dia, da óptica da empresa, evitar “deixar dinheiro na mesa”. Nenhuma empresa do porte do Google havia tomado tal medida e esse mecanismo não era muito bem entendido e menos ainda simpático para Wall Street.

Várias críticas foram feitas sobre esse sistema e outros aspectos da oferta, uma delas (citada no artigo) de Henry Blodget no Slate (Jogando no Google). Outra crítica foi uma reportagem da Business Week que considerava a IPO um tiro no escuro. O período de silêncio impedia a empresa de se manifestar. Uma entrevista de Brin e Page para a Playboy foi publicada, o que violava o período de silêncio (o que acabou sendo contornado, simplesmente incluindo a entrevista no prospecto).

A oferta prosseguiu e chegou ao leilão. As ofertas não foram muito altas e a empresa teve que estabelecer o preço de US$ 85,00, bem abaixo da faixa de preço inicial (US$ 106-135). Na estreia das ações, a abertura foi em US$ 100,00 e o fechamento em US$ 100,30, ou seja, uma valorização de exatos 18% no primeiro dia, o que os fundadores e o presidentes desejavam evitar. Com isso, o Google se tornava uma companhia aberta.

Hoje, a ação do Google vale US$ 475 com valor de mercado de por volta US$ 150 bilhões. Abaixo, o gráfico mensal da a abertura de capital até 26/05/10.



(Máximo: 747,24)

Os temores expressos nas críticas que a empresa recebia durante o processo de abertura de capital não se concretizaram. O Google não virou um novo Sillicon Graphics, não perdeu a sua cultura e não perdeu funcionários em massa.

Algumas questões que eu gostaria de tratar. O artigo fala pouco da estrutura acionária com duas ações, com a classe A (oferecida ao público) com direito a um voto e a classe B com direito a dez votos. Isso está relacionado à intenção de dar estabilidade à companhia e facilitar o foco no longo prazo. Serve também, segundo o Google, para proteger a empresa de uma tomada hostil de controle que pudesse pôr em risco a independência do Google. Isso é tratado com maiores detalhes no prospecto.

Existem vários casos de empresas com duas ações. No Brasil, isso é extremamente comum (ter ação ordinária e ações preferenciais no fundo é fazer o que o Google fez). Um caso mais semelhante ao do Google é o da Cosan, que criou a Cosan Limited, controladora da Cosan, com dois tipos de ações, uma com direito de um voto e outra com direito a dez votos. A diferença é que a empresa americana já começou assim, enquanto que a Cosan mudou as regras quando já empresa aberta.

Quanto ao foco no longo prazo, essa é uma atitude sensata e que não deveria ser, mas é corajosa. Como tratei anteriormente, o melhor interesse dos acionistas é levar em conta a geração de valor a longo prazo, não os resultados de curto prazo. E os fundadores do Google expressam isso na carta com rara felicidade. Apesar de começar a carta dizendo que a missão da empresa é servir aos consumidores, em diversas ocasiões os fundadores mostram comprometimento com o acionista, até porque eles são os maiores acionistas da companhia. E o que gera valor é tocar projetos de investimento que tenham valor presente líquido, cujos fluxos de caixa descontados a valor presente superem os investimentos iniciais. Aceitar projetos de alto risco e alto retorno (nas palavras de Page) é exatamente isso. Suavizar lucros para alcançar as previsões dos analistas e utilizar de artifícios contábeis ou tomar decisões de forma a ter retornos no curto prazo, às custas de retornos de longo prazo, não criam valor, pelo contrário.

Por fim, é interessante a leitura da Carta dos Fundadores, pela expressão coloquial do autor e, principalmente, por um domínio de conceitos econômicos (concorrência perfeita, mercados eficientes, valor ao acionista etc.) que muitos gestores não parecem dominar muito bem, mas que o engenheiro Larry Page parece conhecer bem.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Custo de Oportunidade

(Do economists recognize an opportunity cost when they see one? A Dismal Performance from the Dismal Science)
Paul J. Ferraro e Laura O. Taylor
The B.E. Journals in Economic Analysis & Policy
Volume 4. Ed. 1. 2005

“Você ganhou um ingresso grátis para ver o show de Eric Clapton (que não tem preço de revenda). Bob Dylan está se apresentando na mesma noite e é a sua segunda melhor alternativa. Ingressos para ver Dylan custam $40. Em qualquer dia, você estaria disposto a pagar $ 50 para ver Dylan. Presuma que não existem outros custos para ver qualquer um dos dois. Baseado nessas informações, qual é o custo de oportunidade de ver Clapton?”

A) $0
B) $ 10
C) $ 40
D) $ 50

Escrevi no meu blog no Investeducar sobre o custo de oportunidade, que passa pela questão enunciada acima. Procurei expor o conceito de custo de oportunidade e, ao fim, mencionei o artigo de Ferraro e Taylor.

A resposta correta é B). O valor gerado pelo ingresso do show de Dylan é $ 10, logo, a pessoa abre mão desses $10 para assistir ao show de Clapton e irá a esse show se o benefício do ingresso do show de Clapton for maior do que $ 10.

Os pesquisadores fizeram a pergunta para 199 pessoas que estavam nas reuniões da Allied Social Sciences Association. 21,6% das pessoas acertaram a pergunta, o menor percentual entre as quatro alternativas. 19,5% das pessoas que nunca tiveram aulas de Economia acertaram e apenas 23,4% dos que possuem Ph.D acertaram.

A pergunta não é fácil, mas o índice de acerto deveria ser maior, considerando o nível de conhecimentos de muitos respondentes. A razão de tantas respostas errôneas não foi pressa ou chute (random guessing). Os respondentes levaram cinco minutos para preencher o questionário completo e nenhum respondente de um questionário teste alegou que havia chutado. Os autores reformularam a pergunta, removendo o termo “custo de oportunidade” por “qual o montante mínimo (em dólares) que você teria que valorizar por ver Eric Clapton para escolher isso a este show”. 44% dos respondentes acertaram dessa vez.

No pré-teste, alguns dos respondentes que só chegavam à resposta certa na quarta tentativa (ou seja, após responder todas as demais erroneamente) alegaram desconhecerem o termo “custo de oportunidade”. Os autores pesquisaram três livros-textos de Economia e não encontraram “custo de oportunidade” no índice remissivo e uma leitura rápida do texto deixava escapar a parte do custo de oportunidade. Também, a análise de nove livros textos indicou problemas na explicação desse conceito, muito resumido e às vezes considerando apenas uma dimensão (apenas custo ou apenas benefício).

Os autores concluem que o baixo grau de acerto nas respostas indica falhas no ensino de Economia. Segundo os autores (e George Stigler), os alunos não estão conseguindo desenvolver pensamento econômico, que um grande número de conceitos e técnicas são expostas sem que os alunos consigam aplicar o que aprendem na vida cotidiana.

Algo que ajuda nesse sentido são os livros de Economia que expõem uma análise mais intuitiva e menos técnica. Um desses livros já foi analisado aqui (Lucro Sujo) e existem muitos outros, o mais famoso o Freakonomics( Dubner e Levitt), mas também Economia em uma Lição (Henry Hazzlit), O Naturalista da Economia (Robert Frank) e Economics Facts and Fallacy (Thomas Sowell).

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Desempenho de fundos comportamentais

(Behavioral Finance: Are the disciples profiting from the Doctrine?)
Colby Wright, Prithviraj Banerjee e Vaneesha Boney
Journal of Investing. Inverno, 2008

Finanças Comportamentais vem atraindo crescente interesse nos meios acadêmicos. É natural que as pessoas queiram aplicar esses estudos e a gestão de fundos é uma ótima maneira de fazê-lo.

Os autores estudaram dezesseis fundos comportamentais auto-proclamados ou assim categorizados pela imprensa. Procuram responder três perguntas:

1 – Esses fundos estão realmente atraindo dinheiro?
2 – Esses fundos têm retornos superiores?
3 – Caso a resposta anterior seja positiva, como agem esses fundos?

As comparações são feitas no agregado contra fundos indexados (amostra dos cinco maiores fundos indexados ao S&P 500) e individualmente contra o Vanguard 500 Index Funds e contra um fundo ativo de características semelhantes. Nas comparações agregadas, o peso de cada fundo pode ser igual ou ponderado por valor.

A primeira pergunta compara o fluxo de fundos para os fundos comportamentais e o fluxo para os demais fundos. Com dois tipos de testes estatísticos, os autores confirmam que os fundos comportamentais, após controlar por outras variáveis que poderiam explicar o movimento, de fato recebem mais recursos do que os demais fundos.

A segunda pergunta é respondida comparando os retornos. O retorno após despesas dos fundos comportamentais é realmente maior do que o retorno dos demais. Porém, isso é de importância menor, sendo necessário considerar o risco dos fundos. O controle por risco é feito com regressões utilizando fatores de risco como tamanho e relação Valor Patrimonial/Preço. Após esse controle, não há evidências de que os fundos comportamentais tenham desempenho nem melhor nem pior (a regressão não é estatisticamente significativa). Com isso, a terceira pergunta perde interesse, porém, os autores ainda analisam um pouco a questão com os resultados obtidos. A maior parte do ganho absoluto dos fundos comportamentais se deveu ao fato desses fundos investirem muito em ações com baixa relação Preço/Valor Patrimonial, conhecido fator de risco que, quando controlado, mostra que não há retorno anormal.

Pode-se concluir que, no que diz respeito a investimentos, o mestre iluminado que estava predestinado a trazer equilíbrio à força derrotando a sombria ideia de Mercados Eficientes acabou juntando-se ao lado do mal. Fundos comportamentais só conseguem retornos superiores ao índice utilizando-se de estratégias manjadas como investir em ações de maior risco (Baixo Valor Patrimonial/Preço e ter baixa capitalização de mercado não são chamados de fatores de risco por acaso). E nem comparados com fundos “tradicionais” que usam a mesma estratégia os fundos comportamentais conseguem retornos ajustados ao risco superiores. Sucumbem assim à hipótese de mercados eficientes (por ora, talvez, vai saber). Aproveitando que não há ainda no Brasil uma classificação de fundos que segregue aqueles que usam estratégias baseadas em fundos comportamentais, não seria má ideia utilizar-se do emprego de finanças comportamentais em fundos como uma estratégia de marketing, como sugerem os autores ao final do artigo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Futebol Brasileiro: O que leva torcedores aos jogos?

(Brazilian Football: What brings fans to the game?)
Regina Madalozzo e Rodrigo Berber Villar
Journal of Sports Economics Vol. 10 Ed. 6 2009
(Link para versão gratuita)

Amanhã começa o Campeonato Brasileiro de 2010. Esse artigo de dois pesquisadores brasileiros, publicado no Journal of Sport Economics, procura determinar os fatores que mais contribuem para levar torcedores aos estádios no Brasil, especificamente, no Campeonato Brasileiro da Série A. O período da pesquisa é entre 2003 (quando o Estatuto do Torcedor começou a vigorar e o campeonato passou a ser de pontos corridos) até 2006.

A metodologia foi uma análise de regressão com o logaritmo do público como variável dependente e diversas variáveis independentes como: logaritmo do preço dos ingressos, se o jogo é em final de semana, se o time visitante é de São Paulo ou do Rio de Janeiro, se o jogo é um clássico etc. Uma variável importante é a promoção da Nestlé (“Torcer faz bem”), onde a pessoa poderia adquirir ingressos trocando por embalagens de produtos da Nestlé em determinados locais, restrito a alguns jogos específicos.

Os resultados da pesquisa indicam as variáveis com maior impacto (em parênteses, o quanto essa variável aumenta a demanda por ingressos): promoção Nestlé (84%), Clássicos (78%), pontos nos últimos jogos (45%), posição do time (36%) e o time visitante ser de SP/RJ. O preço do ingresso não parece ser tão significativo: uma redução de 50% no preço leva, pelo modelo, a um aumento de apenas 16% na demanda. Isso indica que o preço médio dos ingressos já é baixo, que a precificação é feita na parte inelástica da curva de demanda.

O fato da promoção ter grande efeito e o preço um efeito modesto parece uma contradição. Porém, o maior apelo da promoção não era tanto o preço (comprar os produtos ou apenas o ingresso possuem valores próximos), e sim a comodidade de compra. Enquanto que os ingressos são adquiridos nos estádios, há mais locais onde as embalagens podem ser trocadas. Os resultados levam os autores a concluírem que a operação de venda de ingressos ainda é deficiente é que há espaço para melhoras.

Outros resultados de interesse. A demanda por ingressos está negativamente relacionada com a renda per capita do local onde o jogo é realizado, o que nada mais é dizer que há maior demanda onde há menos alternativa de entretenimento. Nas variáveis de “Qualidade Esperada”, as características dos times visitantes contam mais: constatou-se um aumento na demanda quando o time visitante foi campeão nacional ou internacional no ano passado (mas não quando o mandante foi campeão) e quando o time visitante é de SP/RJ. Títulos estaduais não representaram aumento na demanda, mas o time ter voltado da segunda divisão influencia positivamente. Pontos ganhos pelo mandante nos últimos jogos influencia positivamente demanda e pontos ganhos pelo visitante influencia negativamente, enquanto que a posição dos times apresentou uma influencia negativa (quanto mais bem colocado, menor a demanda). A possibilidade do time mandante se tornar líder aumenta a demanda, porém, a possibilidade do time sair da zona de rebaixamento aumenta mais a demanda. A possibilidade do time entrar na zona de classificação para a Libertadores não teve efeito (o valor dessa variável é negativo, mas não é estatisticamente significante).

(Observação: Por simplicidade, adotei a expressão “aumentar/diminuir a demanda” no lugar de “aumentar/diminuir a quantidade demandada). A “curva” de demanda para é a mesma (os resultados do modelo de regressão), o que muda é o valor da quantidade de ingressos demandada.)

O principal resultado desse artigo é concluir que melhorar o sistema de distribuição de ingressos pode melhorar significativamente o público, sendo a promoção da Nestlé o fator que mais contribuiu para aumentar o público nos estádios no período analisado. Segundo os autores, a promoção ajudou mais pela comodidade da compra, pelo aumento no acesso, do que pela questão do custo, o que faz os autores concluírem que melhoria na distribuição de ingressos pode melhorar o público. Isso pode ser feito através da venda de carnês com ingressos para todos os jogos em casa do ano. Outra possibilidade que foi posta em prática pela Visa é a venda pela internet através de cartão de crédito e o uso do próprio cartão como ingresso.

Preparei uma planilha para o “tira-teima” dos resultados da pesquisa, em especial, o efeito de cada variável na média de público. O efeito da promoção Nestlé é observado substituindo por 1 o valor em C7, mostrando o efeito que seria observado se todos os jogos tivessem a promoção. Procedimento semelhante pode ser feito para os clássicos (C12), visitante de SP/RJ (C14) e título no último ano pelo time visitante (C10) e chance de sair da zona de rebaixamento (C22). O efeito do preço de R$ 5,00 é observado substituindo em C3 o valor em B31.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mudança no Ibovespa (Maio/2010)

Entraram
Três novas ações entraram para o Ibovespa, todas aberturas de capital recentes:

CIEL3: Antiga Visanet, a Cielo entra antes de completar 12 meses de negociação (abriu capital em 29/06/09), da mesma forma que a BM&F Bovespa.

AGEI3: Fruto da união de três empresas (Agra, Abyara e Klabin Segall), a Agre acabou juntando o índice de negociação das três empresas, o que facilitou a sua entrada no Ibovespa. Constituída em 16/07/09 como Agre, começou a ser negociada como AGEI3 em 12/02/10.

ECOD3: Paixão desenfreada e casamento até que a morte os separe (não se sabe se do investidor ou da empresa) de muitos, Brasil Ecodiesel entra no Ibovespa. A empresa abriu capital em 22/11/06 e atualmente é a segunda maior baixa relativa ao Ibovespa desde a abertura de capital entre as IPOs a partir da Natura (tirando da lista a OSX Brasil, muito recente).

Saíram

Nenhuma ação saiu do Ibovespa ou trocou de nome.

Número de empresas
Com essas três adições, o número de empresas que já fizeram parte do Ibovespa passou para 321.

Maiores pesos

PETR4; 10,633%
VALE5; 10,627%
BVMF3; 4,212%
ITUB4; 3,869%
GGBR4; 3,430%
BBDC4; 3,104%
USIM5; 2,877%
PETR3; 2,739%
VALE3; 2,735%
CSNA3; 2,489%

Contando Petrobras e Vale apenas uma vez, entram na lista das dez empresas com maior participação no Ibovespa:

ITSA4; 2,454%
OGXP3; 2,423%

Contando Itaúsa e Itaú-Unibanco como uma empresa só, entra:
FIBR3; 2,026%

Com a CIEL3 logo atrás (1,983%), sendo, então, a 11ª empresa com maior participação no índice.

Cabe ressaltar a tímida liderança da PETR4, com 10,633% contra 10,627% da VALE5, ou 0,006 pontos percentuais de diferença. Na revisão anterior, a diferença era de 0,89 pontos porcentuais. Com isso, pode estar ameaçada a liderança da PETR4 que vem de 2006 (com essa, 14 revisões) e a VALE5 pode ser mais uma vez a ação com maior participação no Ibovespa após uma revisão do índice (o que só aconteceu na revisão de Maio de 1991). Em vários momentos a VALE5 passa a PETR4 nas carteiras para o dia, por conta de uma alta maior da VALE5 no período. Como as ações mantém uma quantidade teórica de ações no índice, variações nas participações porcentuais são devidas a variações nos preços. Nas revisões, porém, só conta a liquidez das ações e nesse quesito a PETR4 está acima (por enquanto).

Peso das IPOs
Agora são 18 ações de empresas que abriram capital desde a Natura, ou 27,27% do número de empresas e 24,302% de participação. No comentário da revisão de Janeiro de 2010, eu havia desconsiderado a LLX. Apesar de não ter feito IPO, a LLX é fruto da cisão de uma empresa (MMX) que realizou uma IPO no período (2004 para cá), logo pode ser considerada nessas contas.

domingo, 2 de maio de 2010

Bovespa (Abril/10)

Índices Brasileiros
Índice; 60 meses; Ano; 12 meses
Ibovespa; 171,82%; -1,54%; 42,80%
IBX 50; 180,07%; -1,67%; 34,60%
IBX; 183,86%; -1,85%; 36,12%
ISE; -; -2,69%; 39,97%
ITEL; 55,66%; -17,18%; 10,71%
IEE; 228,05%; -0,39%; 28,58%
INDX; 149,00%; 1,05%; 57,76%
IVBX2; 106,08%; -3,92%; 38,97%
IGC; 176,87%; 0,10%; 48,10%
ITAG; 167,70%; -1,72%; 47,68%
Small Cap; -; -2,39%; 79,31%
Mid Large Cap; -; -1,67%; 33,38%
Consumo; -; -1,34%; 51,89%
Imobiliário; -; -10,02%; 55,43%

Ibovespa:
Maiores altas (2010):
MMXM3: 26,75%
LREN3: 21,85%
CRUZ3: 19,71%
CSNA3: 15,29%
CMIG4: 15,14%

Maiores altas (12 meses)
LLXL3: 308,42%
GOLL4: 216,71%
DTEX3: 139,67%
MMXM3: 134,68%
LREN3: 121,42%

Maiores baixas (2010)
BRTO4: -33,37%
BTOW3: -19,51%
TMAR5: -15,37%
GFSA3: -15,29%
TNLP3: -14,39%

Maiores Baixas (12 meses)
TLPP4: -20,05%
BRTO4: -17,52%
TNLP3: -12,41%
TNLP4: -8,83%
TMAR5: -8,70%

Amostra de 162 ações:
Maiores altas em 5 anos

TELB4: 4.248,47%
JFEN3: 2.468,16%
HGTX3: 1.656,81%
BMTO4: 1.180,17%
WHRL4: 1.015,64%

Maiores baixas 5 anos
KEPL3: -94,07%
JBDU4: -74,23%
ELEK4: -60,15%
VPTA4: -59,41%
UNIP6: -58,95%

Maiores sequências (162 ações)
Alta: HGTX3 (14 meses)
Baixa: BRTO4 e TMAR5 (5 meses)

Fontes:
Bovespa.com
Planeta Dinheiro (www.pladin.com.br)

Datas Importantes e/ou curiosas
03/05: 70 anos de fundação do Banco Mercantil do Brasil (BMEB)
14/05: 40 anos de listagem da Refinaria de Petróleo Manguinhos (RPMG)
22/05: 58 anos de fundação da Cemig
23/05: 5 anos da IPO da Localiza
29/05: 2 anos do topo histórico do Ibovespa (a não ser que rompa o topo nesse mês)

Mensais: índices Internacionais (Abril/10)

Maiores altas (mês)
Moldava: 15,00%
Lituânia: 14,03%
Sri Lanka: 12,47%
Letônia: 11,80%
Egito: 9,59%

Ibovespa: 86º lugar (maior alta – maior baixa)
Altas 58/98

Maiores altas (ano)
Ucrânia: 76,68%
Mongólia: 64,06%
Estônia: 50,68%
Lituânia: 36,96%
Quênia: 30,34%

Ibovespa: 74ª (maior alta – maior baixa)
Altas: 71/98

Maiores altas (12 meses)
Ucrânia: 197,84%
Sri Lanka: 127,85%
Bangladesh: 121,38%
Lituânia: 121,14%
Estônia: 119,35%

Ibovespa: 45º (Maior Alta – Maior Baixa)
Altas: 84/97

Maiores altas (Dez/05)
Mongólia: 896,36%
Malawi: 437,21%
Bangladesh: 239,96%
Peru: 229,89%
Tunísia: 203,75%

Ibovespa: 15ª maior alta
Altas: 56/90

Maiores baixas (mês)
Bermudas: -10,23%
Grécia: -9,55%
Portugal: -8,56%
Chipre: -8,15%
China: -7,67%

Maiores baixas (ano)
Bermudas: -38,41%
Nepal: -23,50%
Grécia: -14,85
Chipre: -14,38%
Espanha: -12,49%

Maiores baixas (12 meses)
Bermudas: -39,35%
Nepal: -35,27%
Eslováquia: -29,49%
Barbados: -12,53%
Ilhas Fiji: -11,10%

Maiores baixas (5 anos)
Islândia: -87,88%
Emirados Árabes: -76,11%
Bermudas: 67,14%
Palestina: -55,54%
Irlanda: -53,87%

Maiores sequências:
Altas: Moldava e Paquistão (6 meses)
Baixas: Ilhas Fiji (10 meses)

Desvio-padrão (mensal)
S&P 500: 4,61%
Brasil: 7,03%
Rússia: 11,33%
Índia: 8,62%
China: 10,44%

Países da moda:
Algumas estatísticas sobre as bolsas de alguns países que estão aparecendo muito na imprensa:

País; Retorno 5 anos; Retorno 2010; Retorno mês; Desvio-padrão 60 meses
Portugal; -14,04%; -12,47%; -8,56%; 5,88%
Irlanda; -53,87%; 14,19%; 6,90%; 7,35%
Grécia; -48,88%; -14,85%; -9,55%; N/D
Espanha; -6,01%; -12,49%; -3,24%; 5,41%

sábado, 1 de maio de 2010

Mensais: IPOs (Abr/10)

Serão consideradas as ofertas:
* Ocorridas a menos de 5 anos
* Que sejam realmente ofertas públicas iniciais
* Que ainda sejam negociadas, excluídas as que foram incorporadas por outras empresas.
* Todas as IPOs de 2010 vou considerar, temporariamente, muito recentes. Figurariam entre as três maiores altas relativas (JSLG3, MILS3, MPLU3 e ECOR3) e a maior baixa relativa (OSXB3)

Eventos:
A Dufry que havia aberto capital no Brasil em 2006 (Dufry South America) foi incorporada pela matriz suiça, Dufry AG, que operara no Brasil com o código DAGB11. A relação de troca foi de 1 DUFB11 virando 4,10 DAGB11, os preços históricos da DUFB11 sendo multiplicados por 4,10.

Taxa a.m. Retorno desde o primeiro dia de negociações expresso em meses.
IBOV a.m. Retorno do Ibovespa desde o primeiro dia de negociações do ativo
Ganho s/ Ibov: Taxa a.m. – IBOV a.m.

5 maiores altas relativas ao Ibovespa
Empresa; Taxa a.m.; IBOV a.m.; Ganho s/ IBOV
Hypermarcas; 4,44%; 0,17%; 4,27%.
Fleury; 2,48%; 0,17; 2,31%
GVT Holding: 3,14%; 1,04%; 2,10%
OGX Petróleo; 1,94%; 0,02%%; 1,92%
Marisa; 2,02%; 0,33%; 1,69%

5 maiores baixas relativas ao Ibovespa
Empresa; Taxa a.m.; IBOV a.m.; Ganho s/ IBOV
Laep; -6,19%; 0,11%; -6,31%
Ecodiesel; -4,90%; 1,19%; -6,09%
Inpar; -5,22%; 0,77%; -5,99%
Springs; -4,20%; 0,76%; -4,96%
Nutriplant; -4,53%; 0,29%; -4,83%

30/103 ações estão com ganhos relativos (29,13%)

49/103 ações estão com ganhos absolutos (47,57%)