Uma dica de investimentos referida em diversos lugares é que a melhor estratégia de investimento é ir comprando aos poucos, e não investir tudo de uma vez. Isso é chamado de estratégia do custo médio (“CM” de agora em diante). A estratégia alternativa tem o nome em inglês de Lump Sum Investing (“LSI” de agora em diante).
Os defensores do CM argumentam mostrando o caso do investidor ter comprado tudo antes de um período de alta (ou mesmo no topo) tendo um resultado pior do que se o investidor tivesse comprado periodicamente. Até Benjamin Graham se mostrou a favor dessa estratégia.
Não há mágica nenhuma nessa estratégia. Se o investidor tem hoje o dinheiro necessário para aplicar tudo de uma vez, terá uma das duas carteiras:
A: 100% investido [LSI]
B: X% investido + (1 – X%) não investido (ou em renda fixa) [CM]
E a carteira B iria periodicamente convergindo para 100% investido até que as duas carteiras tenham aportado o mesmo principal. Essas porcentagens se refere apenas à parcela do capital a ser investido em ações.
Partindo da data do primeiro investimento (tudo de uma vez ou a primeira “parcela”), se a ação cair logo após essa data, os resultados do CM será melhor do que o da LSI. Na queda, o CM terá um retorno menos negativo; caso a ação supere o patamar inicial depois de cair, o retorno será menor. Tudo isso porque o custo médio é menor.
Esse é o argumento utilizado para defender a estratégia CM, mas há o outro lado. Caso a ação suba após a compra, os resultados são inversos. Na alta, a estratégia LSI terá um custo menor do que o custo médio e terá retornos maiores na alta. Caso a ação venha a cair depois de subir, a perda será menor para quem comprou periodicamente.
O cálculo da volatilidade das duas carteiras mostraria que a carteira B é menos arriscada, em termos de volatilidade. Por motivos óbvios: enquanto que a carteira A está totalmente exposta ao risco, a carteira B tem uma exposição menor, que vai crescendo até que as duas carteiras estejam totalmente investidas.
A estratégia do custo médio pode ser preferível caso o investidor tenha a expectativa de queda na ação, mas, mesmo assim, deseje começar a investir na ação, até para não deixar de investir caso o cenário oposto se realize. A estratégia LSI pode ser preferível caso o investidor tenha expectativa de alta.
Sem partir de nenhuma expectativa no curto prazo, nenhuma estratégia é, a princípio, melhor do que a outra. O que o investidor tem que definir inicialmente é se prefere ter uma carteira de ações 100% aplicada ou (por exemplo) 90% fora do mercado e 10% investida.
A minha opinião é que, uma vez decidido aplicar uma certa parcela em renda variável e o restante em renda fixa, o investidor deveria colocar em prática essa alocação de ativos o quanto antes. Se deseja correr menos risco, se teme uma queda logo após a compra, que invista menos em renda variável.
Observação 1: Os defensores do CM argumentam que os praticantes do LSI se julgam profetas, que acreditam que a ação irá se valorizar e por isso investem tudo de uma vez. Como dito, se a expectativa for de alta, LSI é preferível. Mas, também como argumentado, sem expectativa alguma LSI também pode ser preferível. CM envolve mais “previsão”, mais expectativa (ou medo) do que LSI.
Observação 2: Uma outra defesa do CM seria a de que o investidor iniciante deve antes entender melhor o mercado, “sentir” o mercado e assim ir investindo aos poucos. Isso faz mais sentido, mas não é CM, apenas uma variação na disposição a correr riscos que aumenta com a familiarização com o mercado. CM é uma estratégia que aumenta automaticamente a exposição ao risco, não envolve qualquer aprendizado. Investir mais conforme se conheça melhor o mercado é aumentar a exposição a risco: inicialmente o investidor quer investir 90% em renda fixa e 10% em renda variável e, conforme seu conhecimento aumenta, vai ficando mais disposto a correr risco até chegar a uma proporção que julgue apropriada.
Observação 3: Dizer que LSI é preferível não é criticar a prática de periodicamente investir em ações, comprando um pouco de cada vez. E fazer compras periódicas também não é CM, é apenas utilizar o dinheiro quando este se torna disponível. Uma pessoa que poupe parte do salário para aplicar em ações poderia comprar algumas ações por mês e a única alternativa seria aumentar a periodicidade para comprar menos frequentemente e gastar menos em corretagem.
Observação 4: Uma desvantagem do CM é que envolve mais custos caso haja corretagem fixa. Se a corretora cobrar corretagem fixa e o investidor decidir separar o seu capital em doze partes para aplicar mensalmente em ações, irá incorrer em doze corretagens ao invés de apenas uma. A depender do valor do capital inicial, doze corretagens pode significar muito. Se a corretagem for apenas variável, não há diferença entre as duas estratégias.
A estratégia do custo médio não é comumente recomendada em livros-textos de investimento e raramente é abordada nesses livros. Mas é bem vista fora dos meios acadêmicos. Há estudos que analisam o desempenho dessa estratégia e eu tratarei disso no futuro. Pelo que pude apurar inicialmente, as evidências pendem mais para desfavoráveis ao custo médio.
Os defensores do CM argumentam mostrando o caso do investidor ter comprado tudo antes de um período de alta (ou mesmo no topo) tendo um resultado pior do que se o investidor tivesse comprado periodicamente. Até Benjamin Graham se mostrou a favor dessa estratégia.
Não há mágica nenhuma nessa estratégia. Se o investidor tem hoje o dinheiro necessário para aplicar tudo de uma vez, terá uma das duas carteiras:
A: 100% investido [LSI]
B: X% investido + (1 – X%) não investido (ou em renda fixa) [CM]
E a carteira B iria periodicamente convergindo para 100% investido até que as duas carteiras tenham aportado o mesmo principal. Essas porcentagens se refere apenas à parcela do capital a ser investido em ações.
Partindo da data do primeiro investimento (tudo de uma vez ou a primeira “parcela”), se a ação cair logo após essa data, os resultados do CM será melhor do que o da LSI. Na queda, o CM terá um retorno menos negativo; caso a ação supere o patamar inicial depois de cair, o retorno será menor. Tudo isso porque o custo médio é menor.
Esse é o argumento utilizado para defender a estratégia CM, mas há o outro lado. Caso a ação suba após a compra, os resultados são inversos. Na alta, a estratégia LSI terá um custo menor do que o custo médio e terá retornos maiores na alta. Caso a ação venha a cair depois de subir, a perda será menor para quem comprou periodicamente.
O cálculo da volatilidade das duas carteiras mostraria que a carteira B é menos arriscada, em termos de volatilidade. Por motivos óbvios: enquanto que a carteira A está totalmente exposta ao risco, a carteira B tem uma exposição menor, que vai crescendo até que as duas carteiras estejam totalmente investidas.
A estratégia do custo médio pode ser preferível caso o investidor tenha a expectativa de queda na ação, mas, mesmo assim, deseje começar a investir na ação, até para não deixar de investir caso o cenário oposto se realize. A estratégia LSI pode ser preferível caso o investidor tenha expectativa de alta.
Sem partir de nenhuma expectativa no curto prazo, nenhuma estratégia é, a princípio, melhor do que a outra. O que o investidor tem que definir inicialmente é se prefere ter uma carteira de ações 100% aplicada ou (por exemplo) 90% fora do mercado e 10% investida.
A minha opinião é que, uma vez decidido aplicar uma certa parcela em renda variável e o restante em renda fixa, o investidor deveria colocar em prática essa alocação de ativos o quanto antes. Se deseja correr menos risco, se teme uma queda logo após a compra, que invista menos em renda variável.
Observação 1: Os defensores do CM argumentam que os praticantes do LSI se julgam profetas, que acreditam que a ação irá se valorizar e por isso investem tudo de uma vez. Como dito, se a expectativa for de alta, LSI é preferível. Mas, também como argumentado, sem expectativa alguma LSI também pode ser preferível. CM envolve mais “previsão”, mais expectativa (ou medo) do que LSI.
Observação 2: Uma outra defesa do CM seria a de que o investidor iniciante deve antes entender melhor o mercado, “sentir” o mercado e assim ir investindo aos poucos. Isso faz mais sentido, mas não é CM, apenas uma variação na disposição a correr riscos que aumenta com a familiarização com o mercado. CM é uma estratégia que aumenta automaticamente a exposição ao risco, não envolve qualquer aprendizado. Investir mais conforme se conheça melhor o mercado é aumentar a exposição a risco: inicialmente o investidor quer investir 90% em renda fixa e 10% em renda variável e, conforme seu conhecimento aumenta, vai ficando mais disposto a correr risco até chegar a uma proporção que julgue apropriada.
Observação 3: Dizer que LSI é preferível não é criticar a prática de periodicamente investir em ações, comprando um pouco de cada vez. E fazer compras periódicas também não é CM, é apenas utilizar o dinheiro quando este se torna disponível. Uma pessoa que poupe parte do salário para aplicar em ações poderia comprar algumas ações por mês e a única alternativa seria aumentar a periodicidade para comprar menos frequentemente e gastar menos em corretagem.
Observação 4: Uma desvantagem do CM é que envolve mais custos caso haja corretagem fixa. Se a corretora cobrar corretagem fixa e o investidor decidir separar o seu capital em doze partes para aplicar mensalmente em ações, irá incorrer em doze corretagens ao invés de apenas uma. A depender do valor do capital inicial, doze corretagens pode significar muito. Se a corretagem for apenas variável, não há diferença entre as duas estratégias.
A estratégia do custo médio não é comumente recomendada em livros-textos de investimento e raramente é abordada nesses livros. Mas é bem vista fora dos meios acadêmicos. Há estudos que analisam o desempenho dessa estratégia e eu tratarei disso no futuro. Pelo que pude apurar inicialmente, as evidências pendem mais para desfavoráveis ao custo médio.
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