Valuation já é uma coisa difícil de se fazer, ao menos do jeito que deveria ser feito. Porém, sem um bom histórico da empresa analisada, sem informações de mercado e com muitas incertezas sobre o futuro, calcular o valor de uma empresa se torna ainda mais desafiador. Porém, existindo startups e elas precisando de dinheiro externo de sócios para crescer, é inescapável ter que fazer uma avaliação.
Não há muita literatura ou material sobre valuation de startups, mas um curso com
esse nome do Rodrigo Ventura da Escola
do Financeiro procura preencher essa lacuna. Basicamente, o curso explica
quatro metodologias de avaliação (incluindo fluxo de caixa descontado e
múltiplos) e depois passa uma série de dicas importantes na negociação entre
empreendedores e investidores.
Dois pontos me chamaram muito a atenção. Primeiro,
como dito, há pouco material sobre esse tema e é muito positivo que um profissional
com grande experiência na área se disponha a compartilhar um conhecimento tão
raro. O segundo ponto é que Rodrigo Ventura fala também de uma perspectiva
acadêmica, tendo feito mestrado sobre startups, mostrando que essa dicotomia
acadêmico x prático não precisa necessariamente existir. Isso fica muito claro
na última parte do curso onde começa a passar várias dicas sobre como
investidores podem melhorar a negociação com investidores fugindo de perguntas
como “quando é que o dinheiro entra?”.
Sobre os métodos, o primeiro e mais básico
basicamente gira em torno de determinar a participação acionária “post-money” e
quase não é um valuation propriamente
dito. Ao invés de pegar o valor do aporte e dividir pelo valor da empresa para
chegar à participação acionária, pega-se o aporte e divide-se pela participação
acionária para chegar ao valor da empresa, que, nessa perspectiva, passa a ser
um parâmetro secundário. Embora eu seja um forte defensor de fluxo de caixa
descontado e ache que tenha espaço em valuation
de startups (assim como Ventura também pensa), considero que essa abordagem faz
todo sentido. Na captação de recursos de uma startup, o mais importante me
parece ser convencer que o dinheiro captado será bem utilizado e, com base
nisso, os novos sócios decidem quanto aceitariam receber da empresa em troca do
investimento. Pela prática estabelecida ao longo do tempo, essa participação
costuma ser de 20% a 33% a cada rodada de captação. O valor da empresa
inevitavelmente será proporcional ao valor captado.
A duração do curso foi (na prática) sete horas, mas
o tempo não foi plenamente utilizado para falar de valuation de startups, ou
seja, não foram sete horas falando de cálculos. Isso, porém, é extremamente
positivo já que o curso passou uma visão geral sobre Venture Capital e, como já mencionado, passou várias dicas práticas
sobre negociação entre investidores e empreendedores e outros tópicos do dia a
dia de se lidar com Venture Capital.
Informações
Valor: R$ 799
Carga Horária: 8 horas (na prática, foi quase uma
hora a menos) em um dia
Material: Digital
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